Qᴜᴇɴᴛᴇs •| 𝑴𝒂𝒉𝒊𝒕𝒐 - 𝙹𝚞𝚓𝚞𝚝𝚜𝚞 𝙺𝚊𝚒𝚜𝚎𝚗

𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 𝟎𝟐 ( 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥 )

[...]

    Então ele se afasta e me solta rapidamente, fazendo uma careta de descontentamento.

—— Chato. —— Resmunga em seguida, encarando meus lábios que, com certeza estavam vermelhos com tamanha a agressividade de seu beijo.

—— Que?! —— Olhei para ele desacreditada. Eu que deveria falar isso, ou melhor, falar que foi péssimo.

—— Por que você me beijou e disse "Chato" em seguida?

—— Te beijei para ver se a sensação é tão boa quanto está descrevendo o livro, mas achei diferente, sem graça e ruim. —— Explicou ele, movendo os ombros para cima e para baixo voltando a fitar o livro com um biquinho insatisfeito.
—— No livro eles não dizem que os dentes ficam se batendo toda hora, um beijo só é… bem molhadinho.

    Molhadinho.

—— Mas não era para os nossos dentes se baterem! —— Retruquei, mordendo o lábio inferior, ainda sentindo vergonha do que acaba de acontecer, enquanto Mahito parece nem se importar.
—— No livro os personagens se beijam porque estão apaixonados e também… eles usam a língua. —— Meu tom de voz foi ficando mais baixo, deixando a última frase quase inaudível.

—— Ah, claro! A língua! —— Ele levantou o olhar do livro rapidamente como se uma luz tivesse se acendido em cima de sua cabeça ao se lembrar, só agora, de que deveria usar a língua para beijar igual como está no livro.
—— Eu havia me esquecido desse detalhe.

    Então novamente, ele veio para cima de mim. Me pergunto se não é de seu conhecimento que precisa de pelo menos ter alguma confirmação da minha parte antes de me beijar assim.

—— Mahito! —— Segurei em seus ombros o mantendo logo de mim. Mahito abre os olhos e me encara confuso, ainda com seu biquinho pronto para beijar apontado em minha direção.
—— Você quer que seja bom? —— Pergunto, envergonhada e com receio. Após me olhar por alguns segundos, ele balançando a cabeça de forma positiva.
—— Então faça isso devagar, ok? Me beije com um pouco mais de cuidado. —— Me aproximo dele, subindo minhas mãos que estavam em seu ombros até às laterais de seu rosto.
—— Não precisa ser apressado ou com força, eu não vou sair daqui.

    Mahito sorri, um sorriso maroto e com certa perversidade, talvez tenha achado graça na forma na qual eu falei, ou talvez esteja prestes a dizer que está brincando e que não quer mais me beijar porque é nojento. Isso é bem o tipo dele. Entretanto, sou surpreendida quando ele suspira fundo e se aproxima devagar, encostando nossos lábios com doçura, a partir daí, tomo a liberdade de dar-lhe um selar demorado, que fez todo o meu corpo se esquentar, as borboletas voltaram a voar, e o calor familiar que sinto no ventre toda vez que estou perto de Mahito, se acender como uma grande e forte fogueira de inverno. A impaciente Maldição pede passagem com a língua para dentro da minha boca – enfim, usando a língua, – de forma sutil, que logo concedi, aprofundando nosso beijo para algo mais molhado e desta vez, calmo.

    Senti que havia se passado bem mais de dez segundos, e que eu queria mais, não só como eu, mas Mahito também mostrou querer mais quando impulsionou seu corpo em direção ao meu, me fazendo deitar para trás na cama. Ele veio por cima, seu corpo se posicionou automaticamente entre minhas pernas, meu vestido se ergueu e senti o tecido mais firme de sua calça roçar em mim, por cima da minha calcinha que tinha um tecido bem mais vulnerável. Sua língua passou a se entrelaçar, dançar, perfeitamente junto com a minha em certo momento, nosso ósculo havia se encaixado como peças de quebra-cabeças feitas especialmente uma para a outra.

—— Assim? —— Mahito sussurrou contra meus lábios, sua voz tão travessa e brincalhona a todo momento, agora parecia mais séria, estava ofegante e carregada de um tom no qual ousei julgar que era de pura dedicação ao aprender algo.