Overthinking: Mob's diary

Diário de Mob 01/02

A maioria das pessoas não percebem quando estão sendo duras com alguém e descontando seus problemas nela, mas existe aquele ditado: "quem bate esquece, quem apanha não". Des dos meus quinze anos eu sou uma pessoa extremamente escorçada, e por mais que as pessoas não percebam isso, eu nunca deixei de correr atrás do que eu quero. Uma vez eu comentei que as pessoas cobram muito de mim, e uma amiga disse que talvez eu que me cobrasse tanto.

Quando completei meus dezessete anos entrei para o terceiro ano do ensino médio, morava com a minha avó, mãe e irmã em Arizona, Phoenix. Planejava com meus tios, que moram em Nova York, me mudar para casa deles quando terminasse o colégio, porém as coisas desandaram um pouco e acabei tendo surtos e desenvolvendo uma depressão muito pesada, não tinha motivo específico, mas parece que a crise dos dezoito anos tinha pego mais forte em mim, eu tenho pensamentos extremamente intrusivos, sem contar que minha vida social era extremamente ruim. Se não bastasse, acabei ficando viciado em medicamentos que me deixavam extremamente leigo e fazia minha memória ficar muito limitada, não existia um momento o qual eu não estivesse sob efeito desses anti-depressivos, tomava doses extremamente altas e acabei começando a falsificar receitas para poder comprar mais que o recomendado. Querendo ou não, eu me refugiava nesses remédios e me afundava nos videogames.

Consequência disso tudo: acabei reprovando e sendo obrigado a fazer o terceiro ano novamente, porém aquele trato com meus tios se manteve.

Meus planos eram acabar com o uso dos remédios e começar uma vida nova, trabalhando durante o dia e estudando durante a noite. Nova York sempre teve mais oportunidades de empregos, e é um lugar perfeito para se desenvolver. Sem pensar duas vezes saí de casa com as aulas prestes a começarem e me mudei para casa de meus tios. Antes de ir embora, fiz uma promessa a minha mãe e vó, que sairia como um moleque, e voltaria como um homem.

Minha vó que me criou, quando minha mãe teve minha irmã com outro cara não pensou duas vezes em me deixar com minha vó para ir morar com ele. No fim o casamento não deu certo, e ela voltou pra casa com a minha irmã. Não a julgo, mas consequência disso é que na verdade, minha verdadeira mãe é minha vó. Nunca a tinha visto chorar nem falar que me amava, até o dia em que eu saí de casa.

Chegando em NY às coisas já começam a desandar, minha tia é recém re-habilitada por uso de drogas, ela tinha uma vida incrível com rios de dinheiro, porém andar com pessoas desse meio quase sempre resulta em decaimento. Meu tio é extremamente arrogante e só pensa nos lucros de sua empresa, ele é uma pessoa boa, inclusive me criou como filho, porém os problemas ao seu redor acabaram decaindo sob mim. Por último a filha dos dois, minha prima, é uma garota extremamente mimada, por mais arrogante que meu tio seja ele move rios e montanhas por ela, não posso dizer o mesmo por mim, mas de novo, não o julgo, não sou seu filho.

O casamento dos meus tios já não estava legal, estão passando por um divórcio, e se não bastasse, parece que a sequela das drogas da minha tia a transformaram em uma verdadeira monstra. Eu saí de um inferno para outro.

Vim em fevereiro e dês de então minha vida se tornou um verdadeiro caos, além do cansaço e stress do trabalho e escola, tenho que aguentar esse ambiente tóxico com gritos e ataques desnecessários direcionados a mim.

A duas semanas foi a gota d'água, onde no meio de uma discussão dos três acabaram me envolvendo, e soltando comentários que faziam parecer que eu era um fardo, que não queriam que eu estivesse ali, mas teriam que aguentar as consequências pois eu já estava.

Não consigo mais conviver aqui, ainda mais depois disso, então tirei esse tempo para juntar dinheiro e me planejar. Pedi meus documentos da escola, me demiti no meu emprego e comprei uma passagem de volta para o Arizona.

Sei que parece que vou voltar para casa, porém não. Vou para um lugar distante de onde eu morava e acertar minha vida enquanto termino a escola.

Fim da página.