MEU EX MARIDO

cap 36- Um grito por socorro.

Rayssa.

Tô bem, tô bem, tô bem...

Eu... Eu... Eu tô destruída, eu tô morta, eu tô em pedaços.
Eu era só uma menina quando meu pai me roubou minha inocência e tirou minha pureza, ele me abusava dias após dias, roubando a minha infância e minha mãe ainda colocava a culpa em mim e foi assim que minha vida acabou.
E é tão difícil viver não desejando mais viver, eu me perdi de mim mesma e não consegui me reencontrar, eu posso tentar de tudo, posso lutar o quanto eu quiser mais eu não consigo recuperar aquela alegria que eu sentia no passado.. essa solidão me consumiu, me engoliu pra dentro de um buraco, o quanto mais eu vivo nessa solidão mais pedaço de mim estou perdendo.
Eu tô vivendo uma vida totalmente dissimulada, me vendo de modo automático, eu não como direito, eu durmo direito, tô distraída psicologicamente e a minha vida está passando e cada dia me vejo no buraco mais fundo e pra sair daqui é praticamente impossível.
Eu me sinto perdida no mundo, totalmente sem direção e é como se eu não tivesse mais nenhuma saída. Eu me sinto sem chão, sem rumo, sem nada. Me sinto tão sobrecarregada de tudo. É horrível a sensação de lidar com tudo sozinho, o peso da dor da auto cobrança que tenho comigo mesma, da comparação, dar dor de me sentir insuficiente pra tudo e roa qualquer coisa, eu sinto uma vontade imensa de chorar todos os dias, uma vontade imensa de desistir.
Todo meu trauma que eu não consigo me envolver com homem, medo, insegurança que se falar.
Me envolvir com Mulher mais sei lá... Algo falta, estou sempre vazia, parece que eu me envolvir com Mulher não por preferência sexual mais sim pelo meu trauma, não parece compatível, sei lá estou tão confusão.
Eu namorei apenas uma menina e no final ela me traiu e eu terminei e nunca mais me envolvir com ninguém.
Então saio dos meus pensamentos quando ouço uma campainha toca.

Ti tô, ti tô. Ti tô...

Saio do meu quarto e vou até a porta e abro... Não tem ninguém e como já vem acontecendo uns dias um buquê de flores junto com uns balões.

Eu pego elas e fecho a porta, então vejo um cartão anônimo escrito.

'Te amei..."

No começo eu pensei que fosse para a Dalila, mais em uns dos cartões estava escrito meu nome então deduzir é pra mim.
São lindas, mas que será que me manda elas, seja quem for tem um bom gosto.
Coloco as flores em um vazo com água e coloco junto com as outras que já havia recebido.
Hoje eu não trabalhei a Isa me liberou, trabalhar com ela é melhor do que eu poderia imaginar, ela é tão boa, ela me entende tão bem, me ajudar sempre.
Agora vou me arrumar pra ir pra faculdade, bom eu faço faculdade de veterinária...
Então vou pro banheiro, entro faço as minhas higienes e tomo um banho e lavos meus cabelos.
Termino me enrolo na toalha e saio do banheiro, vou pro meu quarto, entro e me visto uma calça jeans e um blusa, e um tênis.
Penteio meus cabelos, passo o creme de pentear...
Arrumo minha mochila e pronto tudo certo.
Estou pronta...
Pego minha mochila coloco nas costas e saio de casa, e vou caminhando até a parada do ônibus, é um pouco longe mas eu conseguo chegar.
Cheguei e demora certa de 20 minutos e o ônibus chegar, eu entro pago o cobrador e me sento em um dos acentos que estava livres.
E assim vou pra minha faculdade, o trajeto é um pouco longe e chego na minha parada.
Então eu desço, e daqui eu sigo a pé.
Depois de um quarteirão eu chego na minha faculdade então eu entro.
E a primeira coisa que eu vejo é a minha ex com a outra, e por incrível que pareça eu não senti nada, parece que nada aconteceu.
Então eu passo por elas e vou até a minha sala, chego e me sento.
Eu não sou uma pessoa fácil de lidar, eu não tinha amigas na faculdade então eu fico sentada no meu conto sozinha.
Uns colegas entram e se sentam em seus acentos também.
Uma menina que eu nunca tinha visto entra na sala e ela olha e vem na minha direção pós do meu lado tinha uma carteira vazia.