Lee know

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Acordei de algum sonho sem sentindo com uma imensa vontade de vomitar, aquilo pra mim já estava ficando meramente normal, ou bizarramente preocupante e estranho, as minhas costas doía de uma forma que nunca havia doído antes e a minha única reação foi correr para o banheiro localizado no quarto aonde eu estava. Não sei ao certo o que havia jogado na privada, não havia comido nada depois daquela sopa, e nem pretendia.

- Você não está bem, soo... - a voz sonolenta de jennie me assustou um pouco, ela estava parada na porta coçando os olhos, mas logo se ajoelhou ao meu lado - O que sente?

- Enjoos... dor nas costas... mais enjoos...

Ela me olhou por alguns instantes, mas logo negou freneticamente com a cabeça me ajudando a levantar e a escovar os meus dentes. Shuhua dormia profundamente na cama ao lado da porta, e eu pude observar com mais clareza o quarto aonde estávamos, nada de especial.

Está com fome?

- Não... eu só quero dormir mais um pouco... - murmurei me jogando na cama e puxando o edredom para cima - Me acorde quando rosé chegar... - sussurrei mais para mim mesma - Se ela chegar no caso...

-Eu sei que sente falta dela, soo... mas se ela falou que vai vir, ela irá vir.

- Você não pode ter tanta certeza assim... a essa altura já devem ter percebido que fugimos, e se culparem a rosé? Por nós termos fugido? E se-

- Eu já entendi, não precisa continuar.

Fiquei ali debaixo daquela coberta o dia inteiro, saindo apenas algumas vezes pois a ânsia de vômito chegava com força mas no fim eu não conseguia jogar nada no vaso, por não ter comido nada praticamente. Então senti a cama afundar, e um cheiro muito bom invadir tudo ali.

- Sai, jen... eu não estou com fome...

- Como não está com fome? Passou o dia no quarto e não está com fome? - era a voz do Lee know, me assustei de leve saindo debaixo da coberta, apenas para encara- lo-Desculpe por entrar sem bater, mas mamãe não quer que passe fome, coma um pouco.

- Não sinto fome, obrigada....

- Eu sei que é difícil pra você... - sussurrou deixando a bandeja de lado, ele encarava as mãos e mordia os lábios parecia querer me contar algo, até que um suspiro seu preencheu o silêncio do quarto - Eu sei como é se separar de uma pessoa especial. Já passei pela mesma coisa que você, digo, não a parte de ser internada, mas a parte de ter que deixar alguém que amava para trás - ele falava e eu podia sentir a dor em sua voz, acho que em pouco tempo ele choraria - O meu erro foi... ter desistido dele... eu não o esperei como havia prometido, e ele não apareceu como havia me falado, acho que nós dois não estávamos prontos para algo que... nem o universo sabe dizer...

Vi quando ele secou uma lágrima discretamente e depois sorriu tirando uma pequena fotografia do bolso da sua calça, ele me entregou mostrando-me um homem muito lindo, cabelos loiros e olhos verdes intensos.

- Matte, esse era o nome dele...

- O que aconteceu? - perguntei agora o encarando.

- Antes de me conhecer, Matte se relacionou com uma mulher, apenas uma vez, mas acabou que essa única vez foi o que acabou com a gente, ela ficou grávida e o pai de Matte obrigou ele a se casar com a mulher. Ele disse que esperaria a criança completar três anos para pedir o divórcio, a mulher não era uma pessoa boa então ele pediria a guarda da criança e cuidaríamos dele juntos... mas já se passaram seis anos des que eu o vi pela a última vez. Ele... não voltou mais, e acho que não irá voltar...

- Eu... eu sinto muito... - ele negou guardando a foto no bolso e secando as lágrimas, o seu sorriso me confortou.

- Está tudo bem, tem outros homens no qual eu possa encontrar a felicidade, mamãe diz que eu sou muito apressado e que o meu amor um dia vai chegar. Eu diria que não sou apressado e sim... apaixonado por todos os homens que eu conheço - acabei gargalhando com aquilo, e de uma hora para outra o ar daquele quarto ficou extremamente leve e confortável - Agora coma, por favor, irei com Shuhua ao centro e compraremos algumas roupas para vocês. Então se alimente certo, ok?

- Ok - sorri quando ele bagunçou o meu cabelo me ajudando a posicionar a bandeja em cima do meu colo antes de sair e fechar a porta.

A comida estava excelente, não demorei mais de trinta minutos para comer tudo que estava ali, suspirando em meio ao sabor único, sobre o tempero que a muito eu não sentia em minha língua.

Jennie comemorou assim que me viu tomando o copo de suco de laranja como finalização de um ótimo banquete.

- Não sei o que o Lee know fez para você comer, mas eu irei agradecê-lo quando chegar.

- Ele é um cara legal - conclui me virando e olhando para a janela - Acha que ela está bem, jen?

- Hey... que tal parar de pensar nela um pouquinho? Isso vai fazer mal a você.

- Esse é o problema... eu penso nela o tempo inteiro, e quando não penso nela, penso em nós duas.

- Me conte... quando se apaixonou por ela? - a olhei com uma motivação estranha em mim, ficando feliz por ela querer saber sobre.

- Hum... eu não sei ao certo, acho que... quando ela me tratou diferente, quando me trouxe o seu próprio jantar... quando ela segurou a minha mão... quando ela me abraçou, quando ela me defendeu... quando ela me beijou... - fechei os olhos tocando os meus lábios ao lembrar daquela noite - Quando ela me chamou de amor... acho que me apaixono por ela o tempo todo, é como uma droga, uma droga que eu preciso o tempo todo... ela me deixou dependente... eu apenas preciso dela... é muito ridículo?

-Eu achei muito fofo e... meloso - fez uma careta mas sorriu assim que eu ri - Pode me responder uma pergunta? Por mais que eu já saiba a resposta - assenti - Você a ama?

O meu sorriso foi largo naquele momento, mal consegui enxergar jennie, meus olhos haviam virados dois risquinhos, eu suspirei por fim.

- Sim, jen... eu amo a rosé...

1996 - chaesoo Ver. ( g!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora