Fragmentos do que já existiu

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Avisos
- arte pertence à @abyssxal,no twitter

- revisei o texto, mas ainda pode conter erros
- não haverá "q!" Por questão estética, mas a história é exclusiva dos personagens e não aos streamers
- um alerta a conteúdo relacionado a perdas 
- priorize sua saúde mental
Fiquem bem <3

⪻◈⪼

 Uma fina e delicada gota de água descia vagarosamente pelo vidro da janela, as vozes ao fundo abafadas pelos próprios pensamentos, lembranças que nunca esqueceria. A forma que os olhos completamente brancos quase fechavam quando o meio-demônio sorria, de forma tão doce quanto sua voz, que ria de alguma besteira qualquer. Os abraços quentes durante o fim de tarde, e pela manhã de um novo dia. As noites mal dormidas que passaram juntos, em alguma dungeon ou conversando pela madrugada afora. E a mais recente, a qual lhe aterroriza toda vez que fecha os olhos, essa onde Bad estava ajoelhado segurando Dapper em seus braços, ele chorava tão alto que pesava o coração, os gritos de desespero enquanto abraçava sua pequena criança, agora sem vida e tão fria, enquanto no chão jazia uma enorme poça de sangue inocente.

 Suas mãos tremiam e sua respiração acelerou com as imagens tão vívidas, as recordações de BadBoy sendo levado a beira da insanidade pelas palavras insensíveis de Quackity.

"– Para quê tanto drama, todos iremos morrer um dia. - A voz despreocupada e vazia enraiveceu Bad.

 – É bom você ficar quieto, Quackity."

 Aquela frase foi dita com tanto ódio, que jamais imaginaria que seria dita pelo Halo. Menos ainda a discussão que se seguiu, com grunhidos raivosos e palavras gritadas na intensidade de seus sentimentos. Até que o meio-demônio completamente transtornado em ira, se curvou aos berros e sons de ossos quebrando ecoaram de modo a arrepiar em agonia quem ouvia, e então, rasgando sua roupa, um par de asas surgiram e cresceram em suas costas. Eram enormes e completamente pretas, como se toda a luz que batesse nelas fosse, automaticamente, extinguida.

 Sem nunca soltar o corpo do filho, BadBoyHalo virou-se de modo a olhar Quackity, os olhos brancos brilhavam, algumas lágrimas escorriam por suas bochechas, mas o que palpitou uma sensação de perigo iminente foi o cenho franzido do demônio, como se anunciasse uma ameaça. Não houve qualquer palavra, o que se seguiu foram as asas negras se abrindo majestosamente antes de alçar voo com sua criança, e sumir completamente no céu noturno. E foi ali que percebeu que não o veria novamente, Bad se foi para nunca mais voltar.

 – Forever. - A voz de Cellbit era baixa e cautelosa.

 O elfo, por sua vez, não respondeu, apenas se virou para o amigo e esperou o que ele viria a dizer. Fazia uma semana que o Halo havia partido, e sete dias que ele não passava um minuto sem se sentir arrependido.

 Haviam tantas palavras, tantos sentimentos não ditos, que era impossível evitar aquela dor. Umas das quais mais pesavam em sua mente era o dia que Richarlyson se machucou feio, quando um dos Orc's o atacou pelas costas. Foram minutos de puro desespero, contudo Bad estava lá, ao seu lado, dando apoio e o confortando, sendo com palavras doces e assegurando que seu menino estava bem, ou com um carinho meigo nos cabelos quando seu corpo cedeu, após o pico de adrenalina. Se arrependia tanto por não ter dito um obrigado, ou que ele estava lindo com a luz do entardecer colorindo o rosto.

 – Sei que está triste, mas Ordem precisa de você, eu preciso de você para entender toda essa merda, Forever. - O híbrido queria tanto que o amigo parasse de remoer toda aquela situação, por mais que nunca o julgaria, se Roier se afastasse ele ficaria desolado.

 – Cellbo. - Aquele tom, aquela súplica implícita para não tocarem nesse assunto, Cellbit não gostou daquilo.

 – A gente precisa seguir em frente, o próximo pode ser o Richas.

Recordações de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora