Amor Sublime

Capitulo 5: Convites e encontros

Após pressioná-lo contra a parede e sentir novamente o calor dos seus lábios, experimentei uma sensação diferente, mais intensa do que quando nos conhecemos. Foi um momento bruto, mas ainda assim apaixonante.

Percebi o ego em sua respiração, uma energia que poderia ter respondido à mesma intensidade. No entanto, mesmo confiante de que ele não recusaria, algo me conteve. Segurei seu braço antes de perder o momento e beijei sua bochecha, sussurrando em seu ouvido.

— Nesse jogo de sedução, eu dito as regras.

— Jogo? Quando eu disse que estava jogando? — Ele retrucou.

Nesse instante, perdi as palavras e, meio instintivamente, mordi levemente seu pescoço. Antes que pudesse avançar, o sinal tocou, salvando-o no último momento.

— Droga! — O sinal dissipou minha postura, recuei sem o ânimo anterior.

Com desânimo, caminhei até minha sala, mas ele me puxou, colocou a testa na minha e sorriu.

— Hoje, após a aula, no shopping, vou te derrotar no Tekken.

— Ok, eu deixo você dar o primeiro soco.

Nos separamos e cada um foi para sua sala. No meio da multidão, avistei Nyx, uma possível salvação. Precisava de alguém para acalmar meus pensamentos.

— Nyx, preciso de um conselho teu.

— Ih, Jin, tu saiu de onde, viado?

— Então, o que você sabe sobre o Roger?

— Ih, o que você quer com o encrenqueiro?

Limpei a garganta e cocei a nuca, pedindo ajuda.

— Você consegue pegar informações sobre ele para mim?

— Apaixonou pelo negão cheio de paixão, foi?

— Vê se cala boca e só consegue o que eu pedi, pode ser?

Na sala, ainda sem jeito, acomodei-me na cadeira, tentando prestar atenção na aula, mas foi em vão. A cada segundo, pensava nos lábios, no calor e nas mãos de Roger. Em um momento de distração, percebi meus dedos na boca, relembrando o beijo inesperado.

No entanto, uma dúvida cruel surgia: ele me desejava, ou era apenas uma brincadeira? As incertezas eram piores que as provas de biologia, com perguntas sem sinal de respostas.

Visão do Roger

Na aula de filosofia, tentava focar, mas a lembrança dos últimos acontecimentos me distraindo. Como aquele rapaz fechado e calado conseguiu provocar tal reação selvagem em mim?

Em meio a tantas dúvidas, a pergunta principal era o que diabos tinha acontecido. Eu, um cara tão centrado, estava completamente perdido em pensamentos.

— Senhor Roger, pode por favor responder o que eu já estou te perguntando há 3 minutos?

— Desculpa, professor, não dormi bem essa noite. Pode repetir a pergunta?

— Diga o nome de 3 filósofos da era mais antiga da humanidade.

— Platão, Sócrates e Diógenes, o cínico.

— Espero que essa não seja sua resposta na minha prova, senhor Campos.

Bati minha cabeça na mesa, desacreditado. — Eu posso sair para tomar um ar e uma água?

— Pode, mas seja breve.

Ao sair, vi Jin, que também não conseguia se concentrar. Morder o próprio polegar denunciava sua distração. Olhei pela porta e percebi que ele me observava. Saí fingindo casualidade.

A distração durou o suficiente para retornar à sala mais focado, mas notei um sorriso danado nos lábios de Jin. Ele percebeu minha observação.

— Misericórdia. — Voltei à sala, menos distraído. Conseguia me concentrar, mas ainda pensava nas dúvidas que pairavam sobre o ocorrido.

Após um tempo, o intervalo chegou. Fui me sentar com Castiel e Rafael, e Nyx se aproximou.

— Roger, me dá uma ajuda aqui, seu puto.

— Você vem pedir ajuda na frente de todo mundo e do seu próximo boy?

Vi Rafael corar, deixando-o sem palavras. — Foda-se o que vão pensar, e com meu gato eu me resolvo depois. Preciso de ajuda com o meu TCC.

— Que porra de TCC é esse?

— Tem alguém interessado em você, então preciso de informações suas. Você também me deve pelo telefone.

— Sério?

— Sim, sério.

— Que tipo de informação você quer saber?

— Tudo. Quero saber desde quando você nasceu até a cueca que você está usando hoje, mas não me esconda nada.

— Se você me der uma planilha fixa, eu até penso no seu caso.

— Não seja por isso, me dá um minuto que eu já volto.

Ela saiu correndo até a sala. Enquanto isso, eu só via a cara de Rafael, ainda corado. Parecia que o fato de estar ao lado da garota que queria o número mexeu com ele.

Minutos depois, Nyx voltou com uma lista de perguntas. Elas iam desde minha idade até a parte do corpo que eu mais gostava.

— Pera, mas tudo isso? Acha que sou desocupado que nem o Miguel?

— Olha, só cala a boca e me dá a informação, viado.

— Não enche, deixa eu preencher logo essa porra.

Ouvi ela suspirar e, após alguns minutos, entreguei a lista. Ela olhou por alguns instantes e saiu.

Visão do Jin

Enquanto almoçava sozinho, Nyx apareceu gritando meu nome descontroladamente.

— O que foi, Nyx?

— Então, lembra o que você tinha me pedido?

Raciocinei por alguns instantes para recordar meu pedido que a deixou tão histérica.

— Ah, sim. Lembro agora. O que tem?

— Então, tá aqui.

Agarrei a folha, observando cada informação. Ao perceber um detalhe comprometedor, escondi a folha no bolso, evitando que Roger notasse. Voltei a comer, mas meu corpo tremia de ansiedade. Estava com as mãos trêmulas.

Ele me olhou novamente, acenou com a

cabeça e seguiu reto. Eu fiz o mesmo, voltando a comer. Nyx já havia partido, mas eu ainda pensava em todas as informações à minha disposição.

O intervalo teve seu fim, assim como as últimas aulas, que para mim eram apenas uma preparação para o encontro que teria.

Quando todos já tinham ido, eu só esperava Roger, que parecia estar atrasado, segundo minha dedução limitada.

Foi quando ele chegou, agarrando minha mão. Eu apenas retribuí, entrelaçando meus dedos nos dele.

— E aí, vamos?

— Quase pensei que você ia me dar um bolo.

— Se eu fosse te dar um bolo, por que eu teria te convidado?

— Pessoas gostam de brincar com os meus sentimentos. Mas enfim, vamos?

Vi Roger assentir com a cabeça e, com as mãos entrelaçadas como se fôssemos um casal, partimos em direção ao shopping.