"Não me distraem as pedras no caminho, me distraem as belas estrelas do céu...."
Sete, sete aninhos eu só pensava em estudar, ser alguém na vida. A pé em passos curtos eu ia, minha escola era longe de casa, mas... eu amava ir, joãozinho me acompanhava, meu amigo do peito, mas havia um porém, nossos pais... a mas nossos pais não aceitavam, principalmente os meus, eu era moça bonita de classe alta e ele nem um chinelo tinha para ir a escola! E ainda mais que eles se odiavam, nossos pais nem adeus se davam, não sei o porque do ódio.
Joãozinho era o menino mais bonito e simpático que eu conhecia, ele era meigo e fazia de tudo por mim, mesmo sem eu pedir. Até no alto dos longos coqueiros que haviam perto da estradinha que nos levava até a escola, ele subia descalço para me dar os cocos mais bonitos e saborosos. Eu sinceramente amava, eram os presentes mais lindos, dados de coração.
Todo dia, cada vez que eu o via, eu gostava mais dele, cada hora que eu passava com ele eu percebia que não precisamos de muito, na verdade não precisamos de nada material, o que mais precisamos para fazer de um mundo bonito é de um sorriso no rosto e amor no coração.
Aprendi muito sobre o amor, sobre tudo, aprendi que mesmo que o mundo se vire contra você, não se deve desistir de quem se ama.
Dias e dias, cada vez aprendia mais e nesses dias que passava com ele, agora ja adolescente vi que estava acontecendo algo que nunca havia acontecido comigo, eu estava gostando dele, era amor, um amor adolescente que não daria certo por palavras de minha mãe.