Capítulo 5

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Quartel dos cavaleiros

- Mestre intendente, com licença estou entrando.

Diluc sempre se dirigia a Jean de uma maneira formal, não gostava de pegar intimidade com nenhum cavaleiro de favonius, ele achava que todos eram incompetentes, menos a Jean, ele tinha um grande respeito por ela, mesmo não gostando que ela trabalhe lá.

-Diluc? Por favor entre. Precisa de alguma coisa?- Jean fala fechando sua pasta de documentos e se levantando-

- Desculpa te interromper, eu vim perguntar sobre o Kaeya, não vi ele esses dias, e pensei que você saberia. Eu ia perguntar a Rosaria mas não encontrei ela.

- Ele não te disse? Que estranho, ele foi viajar hoje cedo, ele me disse que tinha uns assuntos.. pessoais para resolver.

Diluc ficou surpreso com a viagem repentina do azulado, ainda mais para resolver problemas pessoais. E porque ele não foi pelo menos comentar sobre a viagem. Mas espera, eles eram íntimos assim?

Mesmo que ele não tivesse a obrigação de comentar sobre Diluc sentiu um pouco de insignificância. Ele não disse muita coisa, apenas acenou com a cabeça para Jean e disse "entendo".

Diluc ficou meio pra baixo com a notícia, e não conseguiu nem olhar para Jean quando foi sair, mas a loira o barrou antes de alcançar a porta.

- Não sei como está a relação de vocês atualmente mas não acho que você deveria se preocupar tanto, afinal, é o Kaeya, você sabe que ele tem seus mistérios.

Diluc não estava preocupado, mas não comentou mas nada, apenas agradeceu.

- Mestre intendente. - Disse com uma breve reverência.

- Você não precisa me chamar assim, apenas me chame de Jean.

- Certo, obrigado Jean.

- Muito melhor, caso queira conversar com a Lisa ela está na biblioteca.

Saindo do escritório Diluc começou a entrar nos pensamentos e refletiu sobre as palavras de Jean, para ela ter comentado sobre conversar com a Lisa, a morena já deveria ter dito algo para ela, não que ele se importasse a essa altura com boatos se espalhando sobre a declaração de Kaeya.

E ele já estava mais confiante sobre sua sexualidade, ainda não definiu ela, mas estava no caminho. Até mesmo leu revistas onde tinha vários homens nus, e como esperado teve uma reação lá em baixo.

Tentou fazer o mesmo com revistas com mulheres, mas ele acabou..broxando.

Ele não sabia mais o que fazer, ele até pensou em ir para uma balada gay que ia ter na cidade vizinha, mas não queria ir sozinho.
Ele tinha esquecido de perguntar para qual nação Kaeya foi, não queria encontrar o azulado nesse tipo de lugar. Pensou em chamar Lisa para ir, mas ela é casada e Jean nunca deixaria.

A última pessoa que sobrou era Rosaria, mesmo eles não se falando muito sabia que ela ia para esses tipos de lugares.

- Certo, então eu chamo a Rosaria pra ir comigo e saímos para a balada.

Diluc estava tão distraído que não reparou que seu pensamento acabou saindo em alto e bom som, todos os guardas que estavam ali no pátio se entre olharam e ouviram, inclusive a figura a sua frente.

Quem ouviu aquela frase fora do contexto pensaria que Diluc queria convidar ela para sair, e ele ficou envergonhado com a situação.

- Olha, não curtimos as mesmas paradas, e você sabe muito bem disso.

- Fale baixo! Vamos conversar em outro lugar.

Diluc arrastou Rosaria para fora do quartel e a levou para uma praça que tinha ali do lado, e os dois se sentaram nos bancos que tinha lá.

Diluc explicou toda a situação, e quanto mais ela ouvia a surpresa se instalava no seu rosto.

- Então quer dizer que seu pau não subiu para revistas de mulheres e só de homens e você ainda tá confuso com sua sexualidade?

- Não é confuso, só preciso ter algo físico com alguém pra confirmar com clareza.

- E você tá me chamando pra uma balada gay?

- Sim.

- Onde vai ter homens, vários homens sem roupa e se pegando?

- Provavelmente..?

- Não fode.
Ao invés de me chamar pra sair pra uma balada você deveria é sair do armário.

- Eu vou, mas não agora.

- Se você me chamasse pra uma balada lésbica onde só tivesse mulheres sem roupa se pegando eu aceitaria sem pensar duas vezes.

Por essa Diluc não esperava, isso significava que Rosaria cortava apenas para um lado? Mas e os boatos sobre ela e Kaeya?

- Que cara de surpresa é essa? Pensei que Mondtstadt todo já sabia que curto mulheres.

- Pensei que curtia homens também, até pensei que você e Kaeya tiveram um..rolo?

- Pelos Barbatos, e eu nem acredito nele.
Kaeya é meu melhor amigo, jamais ficaria com aquele imbecil, e se você contar isso pra ele eu te mato, ouviu?

- Se você for comigo eu não conto.

E após muita persuasão, ele convenceu a Rosaria a ir com ele.

Mostrou pra ela a localização da balada pelo mapa e ela de primeira já reconheceu, era o mesmo lugar que a irmã de Aether é dona, e Rosaria ficou mais animada com a notícia.

Mas para sua infelicidade, eram uma hora de viagem até lá, sem contar os teleportes que não pegavam. Diluc ligou para a pousada mais próxima e alugou um quarto.
Os dois deixaram de enrolar e fizeram a mala para ir para liyue.

- Acho bom você transar com algum cara lá! Porque andar tudo isso é uma merda, minhas pernas vão cair.

- Não pretendo transar com ninguém, só quero conversar, ficar mais de boa, tentar não agir por impulso.

- Diluc, olha para trás, me diz, você consegue ver a sua casa daqui?

Ele não entendeu muito bem a pergunta mas se virou para olhar, ele não viu nada além de árvores e montanhas, a adega do alvorecer já tinha sumido.

- Não vejo nada, já estamos muito longe.

- É, pois é. Você fez sua mala, me convenceu a vir até liyue com você, quando você poderia ter ficado em casa batendo uma pra homem sarado de revista. E você ainda me diz que não quer ser impulsivo!?

E ela tinha razão, nessa situação ele já agiu de forma impulsiva, mas não tinha mais o que fazer, já haviam chegado até aqui, não ia voltar atrás.

Ignorou o chilique de Rosaria e continuou andando, e finalmente chegaram a entrada da cidade.

Tudo enfeitado e muitas pessoas andando na rua. Semana que vem já era o ritual das lanternas que tem todo ano por lá.

Mondtstadt por ser uma cidade parada não tinha tantas pessoas igual liyue, e todo aquele movimento o deixou tonto, então eles foram para a pousada deles.

Subiram as escadas e abriram a porta, e Diluc respirou aliviado ao ver que tinha duas camas e um banheiro para cada.

- Porque essa expressão de alívio? Você não pediu as duas camas?

- Na verdade não, apenas escolhi o último quarto que tinha vago.

Rosaria respirou aliviada também e se jogou na cama, estava morta, não gostava de andar a longas distâncias.

- Eu tô' com fome, vou ali no restaurante pegar comida, quer alguma coisa?

- frango assado com mel.

Diluc anotou o pedido e desceu para ir buscar a comida. Quando voltou Rosaria já estava de pijama e apagada na cama. Ele não quis acordar ela então apenas guardou sua comida e jantou sozinho.

Terminado de comer tomou banho, vestiu seu pijama e também se jogou na cama. Apagou as luzes do abajur e dormiu.


A distância entre nós - (KaeLuc)Onde histórias criam vida. Descubra agora