5 | Sempre preso em minha mente

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A multidão gritou quando ele mergulhou para pegar o pomo, com o braço estendido.

Quase lá.

Os ruídos se misturaram em um zumbido branco e estático, com toda a sua atenção voltada para o pomo. Mas então ele ouviu outra coisa - distinta do zumbido da multidão...

Harry.

Ele ouviu Hermione tão claramente em seu ouvido que sua cabeça se desviou para o lado, em direção às arquibancadas da Grifinória. O rosto dela estava pálido, as mãos cobrindo a boca, os olhos arregalados e fixos nele. Seu coração saltou com o ritmo calmo do mergulho.

Uma mão se esticou, agarrando as cerdas de sua vassoura: — Puta que pariu!

— Droga! — A pressão fez com que ele se inclinasse para o lado.

— Que diabos, amigo? Preste atenção. — Ron gritou para ele.

— Não toque na minha maldita vassoura de novo!

— Não me obrigue a tocar em sua maldita vassoura de novo! — Eles se separaram, Ron correndo de volta para os gols enquanto Harry procurava entre as nuvens para localizar o pomo novamente.

Ele tinha que voltar a se concentrar no jogo, eles estavam enfrentando a Corvinal na partida de hoje e Cho nunca tinha superado tudo o que aconteceu no quinto ano (talvez no quarto ano também). Não que ele a culpasse por se sentir assim. Então, ela realmente queria vencer a Grifinória este ano.

Harry manteve seu olhar resolutamente longe das arquibancadas, procurando o pomo nos céus. A multidão se desvaneceu novamente enquanto ele se concentrava, mas em vez de voltar para a zona onde se tornava um ruído branco de fundo, ela mudou para o bater das ondas do mar. Hermione pode ter se confortado com o som - ela se lembrava daquela noite no Chalé da Concha de forma diferente da dele.

Para Hermione, ela foi abraçada confortavelmente e se sentiu segura nos braços dele. Para Harry, aquela tinha sido uma das noites mais assustadoras de sua vida. Somente a lenta caminhada para enfrentar Voldemort se igualou a ela. A captura na Mansão pode ter sido mais traumática, mas ele estava concentrado demais em descobrir como escapar e resgatar todos para sentir o medo angustiante daquela experiência.

Mas a lenta caminhada para a morte na floresta escura? Ele lutou contra o medo durante todo o caminho.

E então aquelas noites no Chalé da Concha - aquela noite.

Ele estava olhando pela janela do Chalé, vendo Hermione caminhar pela praia escura. À noite, o mar parecia não ter fim, uma vasta escuridão parecia se estender a cada batida das ondas. Bill e Ron estavam conversando em voz baixa atrás dele. Bill estava tentando convencer Ron a conversar mais com Hermione.

— Toda vez que me olho no espelho, lembro-me do que aconteceu comigo. Não consigo imaginar como ela se sente ao ver aquela cicatriz em seu braço. — Bill confessou baixinho para o irmão, tentando fazê-lo entender por que ele estava preocupado com Hermione.

— Podemos chamar outro curandeiro...

— O curandeiro que temos é excelente. Isso não vai desaparecer, Ron. Você tem que ajudá-la a se adaptar.

— Como posso fazer isso se mal consigo olhar para ela sem me lembrar de ter sido incapaz de impedir que isso acontecesse?

— Não é sobre você, é sobre ela. Fleur está preocupada com a forma como ela está se comportando.

— O que você quer dizer com isso?

Bill limpou a garganta, e Harry queria tanto se virar para olhar para o rosto dele, mas ficou quieto para não atrapalhar a conversa. Ele queria ouvir o que Bill dizia, seus ouvidos se concentraram em captar cada palavra enquanto ele olhava para a pequena silhueta mais clara de Hermione contra o mar escuro.

I love you like a love song | HarmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora