~ESPINHOS DA REALEZA~

CAPÍTULO I

ESPINHOS DA REALEZA - 01

– não sou uma boneca de palha, e nem um fantoche para a senhora controlar a minha vida – a raiva me consumia por dentro. Casamento? Porque casar me com alguém que mal conhecera –

– não estrague o legado da família, o fato de termos…termos…– as palavras não saíam de sua boca – de termos perdido seu irmão, a torna a próxima herdeira do trono –

Perdemos meu irmão depois de uma guerra com os soldados do lado Norte. Jasper enfrentou os soldados norteamericanos sem precisar esperar pela morte

Depois que perdemos-o, a coroa passou pra mim, a reputação da família está em minhas mãos, mas eu não sei manuseá-las. Para conseguir a coroa terei que completar meus vinte dois anos e me casar com um homem rico ou herdeiro de outro trono

Agora se eu quero a coroa?

Não

– se não encontrar um pretendente antes de sua coroação, a coroa será passada para sua prima. Quer mesmo que anos de dedicação do seu pai sejam jogados fora?! E a morte do seu irmão? –

Eu tinha nove meses antes de completar vinte e dois anos…nove meses pra escolher meu futuro marido e ser coroada…

– espera mesmo que eu coloque uma coroa sobre minha cabeça? –

– espero e verei, se não encontrar um pretendente logo, eu irei ter que tomar devidas providências –

– vai fazer o que? – a desafio – colocará uma coroa de espinhos sobre minha cabeça e vestidos pontiagudos sobre meu corpo? – por mais que soasse diferente, era a verdade –

– que audácia falar assim com a rainha –

– que audácia falar assim com sua futura herdeira, sem a mim, você e seu majestoso rei, se tornaram capachos nas mãos de Cecília. Ou a senhora terá respeito por mim ou eu me coloco na forca antes de ser coroada! –

– Margaret…você está se tornando…–

– um monstro? Sinto em lhe informar mamãe, mais quem me criou aqui foi a senhora –

Minha palavras deram seu veredito sobre meu futuro

O martelo foi batido, agora resta a mim decidir meu futuro esposo

Cautelosamente, me retiro da sala de minha mãe andando pelos corredores da família real e entrando em meu quarto onde estava uma das milhares criadas do castelo

– boa noite Anastásia – sorrio de leve ao passar pela porta. eu sabia o nome de cada um que entrava e saia do castelo, sem exceções –

– boa noite senhorita – a mesma retribuí um grande sorriso pra mim – como posso ajudá-la? –

– não quero abusar muito de sua generosidade, mas receio que já vou me deitar. Pode me ajudar a tirar o vestido por favor? –

A mesma acente com um sorriso generoso no rosto

Anastásia trabalha aqui desde seus doze anos de idade, e hoje se encontra com cinquenta e quatro

– obrigada, o vestido me apertou o dia todo – digo enquanto sinto alguns nós se desfazendo –

– prometo que nesta noite trabalharei melhor no vestido de amanhã –

– não será necessário algo muito esvoaçante, pode ser algo bem simples – não recebo uma resposta. Prossigo – o'que acha de um vestido amarelo de alças com um tule na saia? –

Digo na esperança de conseguir um "sim"

– amarelo é uma cor muito tonalizada, o'que acha de tons fracos de azul? –

Sorrio de canto

– O.K. – sinto o vestido descer sobre minha pernas deixando a camisola de baixo à mostra – obrigada! – me viro pra mais velha abraçando a –

– de nada minha pequena – a mesma me abraça de volta –

Anastasia era como uma mãe que eu nunca tive, ela sempre cuidou de mim e me deu carinho, coisa que minha mãe nunca pode fazer por mim

– agora vou tomar um banho – digo indo na direção do banheiro –

– e porque a senhorita não me pediu pra preparar seu banho –

– por que não vejo a necessidade disso, sou grandinha já – brinco voltando a seguir meu destino, o banheiro –

Adentro fechando a porta e a trancando

– como ela liga isso? – me pergunto enquanto olho a grande banheira –

Rodo uma pequena manivela que libera água. Sorrio ao ver que consegui

Caminho pelo banheiro esperando a banheira se preencher de água. Viro minha visão para um espelho que revela meu reflexo

Rainha?
Essa era a pergunta que passava sobre minha cabeça
Não estou pronta para ser coroada, nem mesmo me casar. Acho que era esse o problema, casamento, uma palavra forte, com muito sentimento e desconfianças

Nunca me relacionei, nunca me apaixonei, e agora querem que eu me case com alguém que não tenho tempo suficiente para criar sentimentos de verdade?!

O'Que é amor?
O'Que é paixão?
O'que é casamento?

Fujo de meus pensamentos vendo o espelho embaçado por conta da água quente. Me viro olhando a banheira quase transbordando e a desligo

Me afasto tirando minha camisola e sentindo ela descer por minhas pernas e chegar ao chão, me deixando completamente nua

Entro, me sentando. Afundo minha cabeça, calmante, sem ser muito espalhafatosa, levanto a mesma

Almejo paz e não alguém, almejo decisões próprias e não alguém para tomar decisões por mim e almejo carinho, daqueles que realmente me amam, e não de quem faz por obrigações de marido

Marido? Nunca passou pela minha cabeça se apaixonar e casar com algum homem. Deitar me ao lado e ter minha noite de núpcias depois de ter me casado

Me puxo de  meus pensamentos e resolvo realmente me banhar