Capítulo 46

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Maitê entrou na ala hospitalar, dava para ver o crepúsculo pelas janelas, iluminando algumas camas e uma parte do piso.

Ela se aproximou o mais silenciosamente que pôde, pois os seus saltos a entregavam.

- Ela é uma mulher muito forte, vai melhorar em breve - Maitê disse parando na ponta da cama de Ariana.

Tadeo balançou a cabeça concordando, depois olhou para a bela mulher parada ali perto, com um pequeno sorriso singelos nos lábios, como um meio de transmitir conforto a quem recebesse esse sorriso.

- Me chamo Maitê LeBlanc, sou professora de aritmância - Ela disse tranquilamente.

- É amiga da minha filha?

- Quase. Nós não conversamos muito, ela conversa mais com o Severo, eles sim são amigos.

- Sabe me dizer como que minha filha ficou assim? Eu sei que ela usou magia das trevas e que um animal a atacou. Acho que a medibruxa me disse, mas eu não prestei atenção antes.

- Demos uma festa de aniversário para um professor, e convidamos alguns de seus amigos e ex-alunos. Alguns comensais da morte conseguiram entrar no colégio, ao que parece, estavam sob o efeito da poção polissuco.

- Eu me lembro do que essa poção faz - Tadeo disse, se lembrando da vez em que seu amigo fez e ambos se transformaram em outros dois garotos, somente para fazer bobagens para que depois eles ficassem em detenção.

- Esse comensais sequestraram o professor Snape e pretendiam matá-lo, se Ariana não aparecesse e interrompesse. Eles estavam na floresta proibida, que é perto do colégio. Fiquei sabendo que Ariana usou magia das trevas para derrotar os comensais, e depois foi atacada por um animal perigoso. Se não me engano, o nome é sombra de sonho. Estão quase extintos, os poucos que existem estão habitando a floresta proibida.

- Pensei que esse colégio era para ser seguro - Tadeo comentou sarcasticamente.

Maitê não disse nada, pois o mesmo estava certo.

Ambos ficaram ali, em silêncio, olhando para Ariana dormindo. Quando Severo chegou, Maitê pediu licença educadamente para Tadeo, e saiu de lá sem olhar nos olhos do professor.

- O senhor pode ficar até que sua filha acorde - Snape disse ao se aproximar. - Está quase na hora do jantar, imagino que queira comer por aqui mesmo.

- Estou sem fome - Tadeo disse.

- Entendo.

Tadeo olhou nos olhos de Snape, de pé perto da cama de sua filha.

- Ela está aqui por sua culpa. Ela foi atrás de você, para te salvar e quase morreu. Se não tivesse como salvá-la hoje, se ela... - Ele não conseguiu terminar a frase. - A culpa seria toda sua e eu não descansaria até que você pagasse.

Snape não disse nada, apenas abaixou os olhos para o chão, e ficou ali por um longo tempo.

O silêncio era bem vindo, apesar de ser desconfortável.

Snape não culpava o sentimento do Sr. Santos, ele mesmo direciona tais sentimentos para si próprio.

Se a garota morresse naquela floresta por ter ido salvá-lo, e ele por alguma obra do destino sobrevivesse, iria se odiar para sempre.

Deu a hora do jantar e os elfos lhes trouxeram o jantar, eles apenas beliscaram a comida. Não estavam com fome alguma.

Depois do jantar, deu a hora para todos irem aos seus dormitórios descansarem.

- Sr. Santos, está na hora de fechar a enfermaria, ninguém que esteja saudável pode ficar aqui - Papoula disse receosamente.

- Mas para onde eu vou então?

Surpresa! Você é o meu pai! | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora