Capítulo 26 - Uma proposta

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Eu estava sentada em um sofá na sala da casa do Viggo, ele estava em pé na minha frente, com os braços cruzados e uma expressão nada agradável, não que em algum momento a expressão dele tenha sido agradável, mas vocês me entenderam.

- Estou esperando, senhorita, o que queres falar comigo? – ele perguntou após alguns minutos de silêncio instaurados entre nós – Acredito que tenha vindo se desculpar.

- Me desculpar? – arregalei os olhos surpresa – Por que eu faria isso?

- A senhorita confirmou o boato, a senhorita tem noção do quanto isso pode me prejudicar?

- Ah, sobre isso. – abri um sorriso sem graça – Não vou me desculpar e nem pretendo desmentir o boato.

- A senhorita está louca? – ele aumentou o tom de voz.

- Bem, algumas pessoas dizem que eu sou louca – dei de ombros.

- Senhorita Hofferson, por que estás fazendo isso? – ele passou a mão no cabelo, visivelmente irritado.

- Por que acredito que nós dois ganharemos com isso, por isso vim aqui, quero fazer uma proposta.

- Uma proposta? – ele me olhou de forma curiosa e se sentou no sofá ao lado do que eu estava – E que proposta seria essa?

- Vamos deixar as pessoas pensarem que temos um envolvimento e que eu estou mesmo esperando um filho seu.

- Isso acabará com minha reputação.

- Vai abalar um pouco, mas não exagere, sem contar que você agirá como um cavalheiro e me assumirá.

- O que a senhorita está dizendo?

- Você vai assumir um relacionamento comigo – disse simplista.

- Não – ele respondeu rápido e firme.

- Você tem muito mais a ganhar se concordar.

- Como eu ganharia algo com esse disparate? Não sei se a senhorita sabe, mas estou noivo da senhorita Skrill.

- Estava, depois dos boatos, acha mesmo que o Dagur permitirá que se case com a irmãzinha dele? – sorri irônica.

- Sim, o senhor Skrill tem um acordo comigo.

- Eu sei, ele está com dívidas e você as perdoará caso se case com a Heather.

- Como sabe? – ele me encarou.

- Eu sei de tudo o que acontece nesse livro! – sorri convencida.

- Livro? – ele franziu as sobrancelhas.

- Eu quis dizer, na cidade. Acontece, Viggo, que eu não vou deixar você se casar com a Heather, então você tem duas opções: aceitar minha proposta e sair como o bom da história, ou recusar e sair como o vilão.

- Digamos que eu aceite, o que eu ganharia com isso?

- Primeiro que você recuperaria a sua reputação, já que não deixará desamparada uma dama a quem desonrou.

- Eu não desonrei a senhorita – ele soou bravo.

- Mas ninguém sabe disso. Segundo, eu fiz uma denuncia contra você por ter atirado em mim.

- Sobre isso, senhorita, peço perdão, somente após o acontecido, que percebi o que eu havia feito.

- Está dizendo que se arrependeu de ter tentado me matar? – questionei cética.

- Sim, não sei o que aconteceu naquele dia e como a senhorita sobreviveu, mas sou muito grato por isso.

- Me poupe do seu discurso falso – revirei os olhos – eu sei que você é o assassino, não vou cair no seu papo.

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