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Midoriya ainda não conseguia acreditar que tinha ido em um encontro com Todoroki  Shouto, e pior, ela não conseguia acreditar que tinha chorado na frente daquele homem e o deixado a reconfortar por algo que ele mesmo causou.

Haviam mil e um motivos pelo qual ela não queria se mostrar fraca e dócil na frente daquele cara, e o primeiro era bastante auto explicativo: o último homem para quem ela se abriu destroçou o seu coração como se ele fosse feito de Lego. E desde então ela tem mantido um único e fiel lema: não confiar em homens.

Parecia algo bobo e bastante óbvio, mas quando se tratava de sentimentos ela ficava cega e burra, então sempre precisava se lembrar de que tinha que manter o seu lema intacto para evitar futuros problemas psicológicos, visto que o seu tipo para homens era o mesmo utilizado por clínicas psiquiátricas.

E naquela manhã de sábado ela estava fazendo o impossível para deixar aquele lema ser a única coisa em sua mente. Até porque, por algum motivo, ela havia conseguido um emprego de um dia na parte da manhã como caddie em um clube de golfe. Ela não tinha ideia do que iria fazer ali, mas estava disposta a ganhar dinheiro ajudando ricos com o que quer que eles fizessem em um clube de golfe.

— Escuta, cabeçuda — seu irmão a entregou algumas roupas e se encostou na divisa entre os banheiros. — Se qualquer homem tentar graça contigo, me fala.

— Eu não sou uma criança, maninho. Eu sei me cuidar.

— Você não sabe fritar uma carne sem se queimar, quem dirá saber se cuidar sozinha — aquela resposta foi tão ácida que fez com que Midoriya desse um estalo com a língua.

Ela sabia se cuidar sozinha, mas ninguém a dava oportunidade para fazer aquilo. Irritada com aquilo ela foi para dentro do banheiro, trocou de roupas e quase riu quando notou o que estava vestindo. Midoriya não costumava a criticar as roupas que vestia, se elas eram confortáveis, então eram aceitáveis, mas as roupas de Caddie eram iguais a roupas utilizadas em hospitais psiquiátricos. Completamente brancas e sem graça.

— Maninho, você tem certeza de que essa é a roupa certa? — ela pegou sua mochila e saiu do banheiro com uma expressão confusa, seu irmão, que estava mexendo no celular, a olhou e então conteve uma risada. — Não ria.

O loiro levantou suas duas mãos em defesa e continuou com o seu sorrisinho de deboche. Midoriya estava dividida, ela não sabia se aquelas roupas eram de caddie, açougueiro ou de pessoas mentalmente instáveis.

— As roupas são feias mesmo, mas o que importa é o dinheiro. — Ele a explicou e então a levou para fora dos banheiros.

O clube onde ela estava trabalhando naquela manhã era enorme. Havia uma casa bastante sofisticada que abrigava todos os burgueses carentes de amigos e seus filhos idiotas. Grama tão verdes que se estendiam por diversos quilômetros como se eles estivessem em um filme utópico americano. Aquele lugar era de tirar o fôlego e o dinheiro do bolso.

— Tem um armazém com as coisas de golfe, mas a porta tá quebrada, ela só abre por fora — ele a informou em um tom óbvio. — Tenta não se prender.

— Eu não vou me prender, não sou idiota.

Seu irmão arqueou uma sobrancelha e deu um sorrisinho maldoso. Midoriya sabia que seu irmão acreditava em sua capacidade de se prender dentro do armazém, mas sabia que ele não diria aquilo em voz alta pois a amava demais para a desencorajar. Eles dois caminharam de volta para o salão principal e cumprimentaram alguns dos ricos que jogavam poker na sala ao lado e conversavam. Embora fosse do conhecimento de todos o nome de seu irmão, nenhum deles se referia a ele por seu nome, apenas por "sargento" ou "capitão", e isso por si só era estranho.

the cute girl from my university; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora