CAPÍTULO SETE

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Humanos

Humanos

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Era tarde da noite e o silêncio da madrugada era perturbador para Abby, aquilo a atormentava, se estava tudo calmo, tinha algo errado, e na manhã seguinte teria que ir em busca de suprimentos

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Era tarde da noite e o silêncio da madrugada era perturbador para Abby, aquilo a atormentava, se estava tudo calmo, tinha algo errado, e na manhã seguinte teria que ir em busca de suprimentos.

Abby caminhava pelo abrigo indo em direção a cozinha a procura de água, sua cabeça doía constantemente devido às preocupações da segurança do pessoal.

- Gally? - Abby chamou, após avistar o loiro sentado em cima do balcão de madeira, com o rosto apoiado em suas mãos.

O mesmo após a garota o chamar, rapidamente ergueu seu olhar até a loira. Seu rosto não conseguia transmitir qualquer tipo de reação, seus olhos estavam inchados e parecia que a qualquer momento iria explodir. Mas Gally não faria isso, ele é o Gally.

- O que houve? - perguntou, enquanto se aproximava lentamente do mesmo. - Quer conversar?

- Eu...fui um completo babaca na clareira. - Gally respondeu, suspirando logo em seguida. - Eu não me lembro de absolutamente nada da minha vida antes de tudo isso.

Abby observava o loiro, Gally assim como muitas pessoas, cometeu erros naquele novo mundo. O mesmo sentia que podia confiar na garota a sua frente.

- Eu matei uma criança e sou uma pessoa horrível. Fiz pessoas que eu me importava se machucarem gravemente, e perdi quem eu mais confiava. - contou, Abby pôde ver os olhos azuis do loiro marejarem. - Eu fiz coisas horríveis. Nem sei o por quê me salvou, eu não mereço estar vivo!

- Gally, imperfeitos somos nós os seres humanos. É nítido que se arrepende. Eu não o conhecia antes, mas se você está vivo, é por um propósito. - Abby aproximou sua mão até a de Gally, ela pensou que o mesmo recuaria pelo seu toque.

Estava enganada.

- Eu estou vivo pelas suas mãos de anjo. - Abby sorriu de ladino. - Sinceramente, você é definitivamente um anjo. Não quero admitir, mas eu preciso de ajuda.

- Eu posso tentar te ajudar, Gally. Apenas confie em mim. - Abby sentiu o mesmo dar um pequeno aperto em sua mão. - Nos conhecemos a poucos meses, mas eu lidero esse grupo e sempre tento ajudar a todos aqui.

- Eu sinto tanta vontade de chorar agora, mas eu não posso.

- Gally, você é um ser humano. Uma hora você precisa chorar, e está tudo bem se isso acontecer. Estarei aqui se precisar, pode confiar em mim.

- Eu confio em você, esse é o problema. - Uma lágrima solitária escapou pelos olhos do loiro que rapidamente a limpou, aquilo havia sido o gatilho para Abby quebrar aquele espaço entre eles e abraçá-lo.

O mesmo queria continuar sendo forte para ajudar Abby e a todos do abrigo, mas com a presença da garota era quase impossível, era como se ela fizesse ele desabafar sem muito esforço. Esse era um dos dons de Abby. Ajudar as pessoas.

Mas também era um defeito. Ela ajudava as outras pessoas, mas não ajudava a si mesma.

- Eu estou com medo, Abby. - ele admitiu, escondendo seu rosto na curvatura do pescoço da loira. - Eu sinto que não consigo te ajudar. Me desculpe! Eu juro que estou tentando mudar nesses últimos meses.

- Tudo bem, Gally. Vai ficar tudo bem. - Abby sabia que era mentira, ele poderia se perdoar, mas nesse novo mundo ninguém se sente bem. - O que acha da busca pela manhã? Ainda quer continuar?

- Quero sim, eu gostaria de ajudar. Por favor. - pediu, fazendo Abby sorrir minimamente. - Abby, você é uma pessoa incrível.

- Obrigada, Gally. Fico feliz de ouvir isso vindo de você! - respondeu, sentindo o loiro acariciar sua mão com o polegar. - E fico feliz de ver que está se adaptando aqui, todos estão vendo o homem maravilhoso que é.

- Eu não fiz nada que mostre algo assim, e não sou maravilhoso.

- Todos nós devemos ser maravilhosos ao nosso ver, Gally.

Gally iria se pronunciar, mas foi interrompido por um som estrondoso, o que fez os dois trocarem olhares. Abby se afastou rapidamente de Gally, e ergueu seu olhar para os céus, luzes chamaram sua atenção juntamente dos sons aterrorizantes.

Abby negou mentalmente e correu até o local em que os povos do grupo se deitavam ao anoitecer.

- Código preto. - Abby gritou, chamando a atenção de Roger e James. - Levem todos para fora daqui, AGORA!

Todos se levantaram após o comando de Abby, ali era necessário saberem como utilizar uma arma, era o novo mundo. Estavam todos afoitos, apanharam suas devidas armas e o que sobrara de mantimentos.

Abby apanhou sua pistola e fuzil, era impossível não ver os bergs rasgarem os céus com estrondosos sons, eles se aproximavam cada vez mais ao local em que se localizava o abrigo. Disparos eram desferidos ao abrigo, Abby guiava a todos para seguirem o caminho mapeado para uma possível fulga, ela e Roger que decidiram criá-la.

- ROGER, JAMES! - Abby os chamou, enquanto os via sair da ala médica junto de Lawrence. - Tentem se comunicar com Vince, levem todos para o mais longe possível e seguindo a rota mapeada! Se qualquer ratazana os encontrar, já sabem o que fazer. Eu vou atrasá-los de alguma forma.

- Como você irá atrasá-los, Abby? Você é apenas uma. - James indagou, com Lawrence apoiado em si.

- Você não irá ficar aqui sozinha. - Roger se pronunciou, vendo os bergs dispararem mísseis no local em que antes eram mantidos os armamentos.

- É uma ordem. Saiam daqui e protejam a todos! AGORA, VÃO!

Uma rajada de disparos foi sequenciado novamente, Abby avistou Amelie, a mulher com um casal de filhos que ela havia resgatado a pouco tempo, mas havia um problema, ela chorava em desespero e só estava com sua filha em seu colo.

- Amelie, o que houve? - Abby questionou, vendo a mulher apontar para longe.

- O Johnatan, meu filho! - ela respondeu, Abby sentiu seu coração apertar.

- Siga Roger e James, eles sabem para onde ir. Eu vou buscar seu filho! - respondeu, correndo em direção ao local em chamas.

𝐖𝐇𝐎 𝐈𝐒 𝐒𝐇𝐄?Onde histórias criam vida. Descubra agora