Jealousy jealousy

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Há poucas certezas sobre o universo e uma delas é que existem vários Peter Parker.

Inúmeros.

Zilhões para não perder tempo contando quantos Peter há na base e os que ainda não foram convocados para participar da associação.

Estranhamente não era o simples fato de ser um Peter Parker em alguma dimensão que automaticamente ele é o homem aranha, entretanto havia uma conexão entre as aranhas radioativas e o humano escolhido em cada dimensão. Talvez fosse uma atração, coincidência ou o destino pregando peças, mas, às vezes, o homem aranha não era o Peter Parker.

Podia ser o Miles Morales, Ben Reilly, Gwen Stacy, Jessica Drew, Hobie Brown ou qualquer outra pessoa que fosse azarada o suficiente no momento.

Podia até ser mesmo um animal ou um dinossauro.

As possibilidades eram infinitas e a parte interessante de existir outras versões de si mesmo pelo universo era que quando vocês se encontrarem pela base o choque ia ser total. Não era mais uma surpresa ver homens e mulheres aranhas apontando o dedo um para o outro pelo o lugar, acusando o outro de impostor e sem acreditar que estão vendo o mesmo rosto dizer tais palavras, ignorando o minúsculo detalhe que eles estavam conscientes do conceito do multiverso: era a primeira coisa que Miguel explicava nas boas-vindas de um novo herói na base.

Hobie não escutou mais do que cinco segundos daquele baboseira na primeira vez e não seria hoje que ele iria se importar com a teoria aprofundada sobre física quântica, afinal aquilo era um papo de nerd e Miles não estava por perto para ouvir atentamente o falatório de Miguel.

Após toda a bagunça e mal entendido sobre Miles, o Mancha, dimensões colapsando e a ameaça iminente de morte de milhares de inocente, Miguel tomou algum juízo na cabeça ou refletiu bastante no conforto do vazio da sua sala, ou foi ameaçado de ir na focinheira por alguém irritado pelo modo que ele tratou o garoto (surpreendentemente, não foi o Hobie), para pedir desculpas por ter entrando em uma "briga boba" com um adolescente de quinze anos que somente queria rever os amigos de outras dimensões e oficialmente o aceitou a fazer parte da Associação Aranha. Hobie desejava que Miles fosse mais rancoroso e negasse a oferta somente para ver a cara desolada de Miguel, mas a ideia de Miles conhecer diferentes mundos através de viagens interdimensionais eram mais atraente do que obrigar Miguel a se ajoelhar e pedir perdão para ele; independente da decisão, Hobie estava feliz em ter Miles na base.

Ninguém precisava saber que Hobie somente voltou para aquela baboseira por causa de Miles.

Gwen e Pavitr eram um caso à parte.

O importante era que Miles agora era um membro da equipe de Gwen e Hobie, o que também significava que Hobie teria chance de flertar descaradamente com o novato e exibir seus truques irados com a guitarra. Gwen havia desistido de esquentar a cabeça com a idiotice dos dois adolescentes e deixou eles para se resolverem entre si após duas missões.

Vai fazer quase oito meses que eles estão juntos como uma equipe e Miles ainda não percebeu as cantadas, flertes e demonstrações de carinho de Hobie tanto na base quanto em outros universos. Pela sua velha guitarra! Outros homens aranhas e o próprio Miguel sabiam dos sentimentos nada platônicos de Hobie em relação ao pseudo-novato da área.

Tinha que ser uma vingança por todas as vezes que Hobie zoou com a cara de Miguel, somente isto explicava os sorrisos de escárnio que o homem mostrava toda vez que Miles prestava mais atenção nos relatórios orais de Gwen do que do punk. Ou das indiretas-diretas de Miguel ao perguntar para Miles como era trabalhar com Hobie.


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