#11 - verdade infernal

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"𝐸𝑙𝑎 𝑡𝑒𝑚 𝑑𝑎𝑛𝑐̧𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑑𝑖𝑎𝑏𝑜 𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑎, 𝑒́ 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑠𝑒 𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑓𝑜𝑠𝑠𝑒 𝑎𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑟."

- 𝘪𝘯𝘴𝘱𝘪𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘦𝘮 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘰𝘴 𝘤𝘢𝘳𝘢𝘴 𝘮𝘢𝘶𝘴 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘥𝘦 𝘣𝘰𝘮 𝘱𝘳𝘢 𝘷𝘰𝘤𝘦̂.


Quando volto pra casa verifico meu celular para saber se tem alguma resposta de Carl, mas a última mensagem ainda é a minha.

Nenhuma satisfação sobre o jantar. E eu pensando que era exatamente o que iria fisga-lo para mim.

Mas deixo isso de lado, uma hora ou outra ele terá que me responder e então eu vou vestir algo agradável e uma máscara sorridente pra perguntar a ele sutilmente sobre um traficante em potencial.

Se ele provar ser confiável talvez seja de grande ajuda, eu sei que ele só quer justiça pelo amigo, mas está tão focado em achar um culpado que não vê que isso está o corroendo.

Homens como ele não foram feitos para lidar com seus problemas, geralmente o dinheiro faz esse trabalho por eles.

Mas acho que nem isso aliviaria a culpa de saber que seu amigo foi assassinado.

Então isso explica sua agressividade.

Mesmo que seja tão estranho a forma bipolar com a que ele age, querendo a todo custo estar certo sobre meu pai. Algo que eu já sei estar fora de cogitação, mas não posso dizer o mesmo da minha madrasta.

Quando chego na casa dos meus vizinhos já sinto um cheiro delicioso vindo da cozinha, algo cozido e bem temperado. Entro devagar, mas fico surpresa ao perceber que é Andrew o responsável pelo aroma impregnante.

Ele está cantarolando uma melodia enquanto anda pela copa.

- o cheiro está ótimo. - digo me sentando no balcão, estou pasma com a organização que ele têm quando está cozinhando.

Geralmente ele faz isso quando está tenso e não tem uma guitarra por perto para descontar.

Me lembro das dúzias de cupcakes que ele fez quando estava esperando o resultado de um concurso músical que participou na capital anos atrás, eu tive que fazer uma feira de doces no quarteirão para não desperdiçar nenhum e ele me obrigou a dizer que os cupcakes eram meus.

Azar o dele, eu ganhei muitas gorjetas e elogios por aqueles deliciosos bolinhos com chantilly.

Ele ainda recusou cada centavo, mesmo vendo que não sobravam nem migalhas dos seus doces caseiros quando alguém os provava.

Andrew é bom no que faz. E ele sabe disso.

Além de ter tido ótimas aulas considerando que a família Manson faz o bairro todo salivar dentro de suas casas quando estão cozinhando.

É por isso que não entendo sua mania de deixar o crédito pra outra pessoa.

Ele se vira para mim, a primeira coisa que vejo é o meu colar brilhando no seu pescoço.

Ele realmente guardou junto de seu coração.

E eu sinto o meu acelerar.

Doce ruínaOnde histórias criam vida. Descubra agora