PEDRI

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Anos atrás

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Anos atrás.....

— Sabe o que eu não entendo? — bati a porta da picape e Fernando foi o primeiro a falar assim que saímos. O pátio da escola estava vazio e os burburinhos vinham com força da quadra de esportes. Coloquei as mãos no bolso do casaco e andamos para onde a partida feminina seria disputada. — Como a camisa dez foi parar com a Sabrina. Alex joga muito mais do que ela.

É, isso era fato.

Que Alexia detinha de habilidades superiores não era surpresa, mas a Bailey consegue manipular o jogo com maestria. Mudar a opinião da treinadora para repassar a numeração principal para os seus domínios provou esse pensamento.

— Não faz o menor sentido.

— Eu sei.

— Por que você não falou pra menina devolver o que é de direito da minha irmãzinha? — paramos na entrada e olhei para ele, me esforçando pra caramba em não rir. As arquibancadas estavam cheias e rodeavam a quadra azul, começando a emitir os gritos eufóricos da torcida quando as duas equipes entraram de repente. Fernando a chamava de irmã desde que ela passou a conviver na nossa casa, e eu era o único que nunca a chamei desse termo.

Os meus olhos não conseguiam ver Alexia França como uma irmã.

Ela estava vestindo uma camisa branca com a pequena bandeira das Canárias no peito. As chuteiras roxas que lhe dei de aniversário só estavam sendo inauguradas nessa data porque segundo ela, queria usar em um dia especial.

E hoje era a abertura do campeonato.

— Sabrina não toma os meus conselhos.

— É, talvez.— embora a verdade era que eu não fazia questão de manter conversas banais com a loira. Ele inclinou o rosto para o lado, tocando no meu ombro e apontando para o amontoado de garotas à direta. Não prestei atenção mas vi acenos e sorrisos de alguma delas. — Mas o mano poderia usar o charme de Don Juan e a convencer de devolver.

Franzi a testa.

Constantemente eu esqueço que o meu irmão tem um humor de merda.

E sabe o que eu não entendo também?

Esperei que ele prosseguisse.

— Por que Alexia tem ciúmes sendo que é a única que tem a tua atenção?

Nisso não era só ele que se fazia essa pergunta.

Eu tentava dizer à ela, mas quem disse que a garota me ouvia? Lexi consegue ser teimosa quando quer. Quando enfiava uma coisa na cabeça, ficava com a maldita ideia até que um raio caísse em Tenerife. Nada do que eu fizesse, demonstrasse, falasse, seria levado em consideração para uma mudança de opinião. Era impressionante que Alex conseguia enxergar a sensatez misturado nos impulsos mas não conseguia se tocar do óbvio em específico.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora