Capítulo Único

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|Narrado por Bella|

Um ano depois de eu me formar em literatura na faculdade Comunitária de Phoenix, eu ainda me encontrava em Phoenix, tentando encontrar algum emprego em alguma editora daqui, mas não estava funcionando muito bem.

Quando sai de Forks para estudar eu tinha um objetivo traçado, tinha todo um plano, eu me formaria, começaria a trabalhar em alguma importante editora e no prazo de dois anos teria algum livro meu publicado, mas todos sabem que algumas vezes nossos planos são frustrados.

Então a decisão de voltar para a casa dos meus pais foi a minha única solução, já que eu não tinha mais condições, nem de pagar meu aluguel e nem de me manter aqui sozinha depois do pequeno café que eu costumava trabalhar ter fechado por ir à falência. Quem sabe na pequena e chuvosa cidade de Forks, eu não conseguisse um emprego de professora na Forks High School, pelo menos meus quatro anos estudando literatura não seriam desperdiçados.

Entrei no pequeno avião da companhia aérea pensando que minha vida não poderia ser pior, pois eu não tinha nenhuma perspectiva e virtualmente não tinha nenhum objetivo de vida, a não ser que não morar para o resto de minha vida com meus pais contasse como um plano de vida.

Meu pai iria me buscar no pequeno aeroporto de Port Angles, o chefe Swan, em sua nada discreta viatura de policia. Então agora eu me encontrava na sala de desembarque, com as minhas poucas malas esperando meu pai que estava há meia hora atrasado. Meu celular começou a tocar.

-Mãe. -atendi prontamente, preocupada que algo houvesse acontecido com meu pai.

-Querida seu pai não pode ir te buscar, aconteceu um acidente na rodovia e ele precisa estar lá, tem problema você vir de táxi?

-Não, nenhum. -só que eu gastaria meus últimos cinquenta dólares pagando a corrida, mas minha mãe não precisava saber disso.

(...)

A viagem de táxi durou exatamente quarenta minutos, então, com dor no coração paguei ao motorista e fui pegar minhas malas no bagageiro.

Eu sempre fui uma pessoa descoordenada e talvez se eu tivesse aceitado a ajuda do taxista, que gentilmente se ofereceu para pegar minhas malas, eu não me encontraria agora, esparramada no chão, com as costas doloridas e um tornozelo provavelmente quebrado. Detalhe, estávamos no inverno, e provavelmente havia nevado na noite passada, pois havia uma fina e perigosa camada de gelo no chão, e para alguém como eu o gelo era quase mortal. O gelo é inimigo dos descoordenados.

-Moça esta tudo bem? -taxista correu para me ajudar.

-Não. -gemi tentando me levantar.

-Bella! -ouvi o grito estridente de minha mãe.

Ah que ótimo, dona Reneé era conhecida por seu exagero absurdo em relação a minha saúde, já que eu era filha única. No tempo em que morei sozinha em Phoenix não teve um único dia em que ela não me ligasse para conferir se tudo estava bem, muitas vezes ela chegava a ligar mais de duas vezes por dia, dizendo ter pressentimentos de que algo não estava bem comigo.

-Vem moça eu vou te levar para o hospital. -o taxista me ajudou a me levantar cuidadosamente me encaminhando para dentro do carro.

-Minha filhinha você esta bem? -minha mãe chegou toda afobada, com os cabelos soltos e enxugando a mão em um avental.

-Mãe, provavelmente foi só uma batida mesmo. -eu disse olhando para seus olhos preocupados. -Eu vou ficar bem.

-Eu vou junto com você. -ela disse entrando no táxi, sem nem ao menos se preocupar com a porta de casa que estava aberta.

Meu Dr. DelíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora