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A primeira coisa que sua amiga Evelyn fez depois que você apresentou Timotheé para ela foi puxar você para a cozinha de seu apartamento em Nova York, desviando de copos de vinhos espalhados, livros da faculdade e pequenos recados que Timotheé e você trocavam antes de sair pela porta pela manhã, descansando na geladeira como lembrete de que aquilo era real, você o tinha e quase não podia se conter de felicidade.
"Porquê ele?" Sua amiga perguntou aos sussurros, o cabelo loiro escuro cortado meticulosamente quase batendo nos ombros e o batom vermelho dando-a um ar de autoridade, sabedoria, proteção.
Para ser justo, Timotheé não era seu tipo. Entre sua longa lista de relacionamentos, havia um padrão: você gostava de Bad Boys. Sempre foi assim. Desde o jogador de futebol que você se divertiu enquanto usava bonés do time que ele jogava e bebia cerveja cara em arquibancadas reservadas, até o gerente da bolsa de valores de terno e gravata com quem você gostava de pedir pizza e tomar vinho em um apartamento com vista monumental em sua linda Nova York.
Mas Timotheé estava há alguns anos luz de ser um Bad Boy. Seus cachos macios eram fofos, ele falava com a animação de uma criança em uma loja de brinquedos, sua paixão por seu trabalho era quase sonhadora, seu sorriso brilhava em gentileza, e oh, o sexo era baunilha, calma, princesa e amor.
Mas esse homem te segurou no colo enquanto você estava com uma febre de 40 graus e chorava desesperadamente porque tinha perdido uma partida de tênis que definiria os próximos passos de sua carreira. Ele te aninhou entre os braços, te balançou como um bebê, tudo vai ficar bem, você está segura e eu estou aqui. No dia seguinte, você acordou enrolada nos braços dele, e ele entrou no chuveiro gelado com você no colo, com a mão protetora segurando sua nuca. Ele nem era seu namorado ainda, mas naquela noite, para encurtar a história, você se apaixonou por ele.
Ele era seu garoto, que passava horas no set de gravações do outro lado do mundo e no fim do dia se deitava em uma cama de hotel e ligava para dizer que te amava. Seu garoto que escutava Kid Cud alto nos fones de ouvido enquanto vocês corriam pela manhã. Seu garoto que achava que ninguém o conhecia, mas lotava as ruas de Nova York por onde passava. Seu garoto de boné de beisebol, que deitava por cima de você e te fodia tão bem, tão carinhoso, sempre sobre você, não sobre ele.
Você continuaria dizendo que você tinha um tipo até encontrar aquele que foi feito para você, seu garoto.
