Jake
Estive o dia inteiro à procura do meu telemóvel (tirando o tempo em que comi, foi à casa de banho, joguei FIFA e fumei um cigarro), até pus a minha irmã a procura-lo por mim enquanto estive na playstation. Provavelmente tinha a Dm do Insta cheia de mensagens da Harper.
Ele só podia estar num sítio.
Olive
Voltei a casa deviam ser quase 22h, fui buscar uma garrafa de água ao frigorífico e entrei no quarto para tirar os tênis e calçar uns chinelos; estava a pegar neles do armário quando ouvi um barulho e me virei para trás vendo o que seria. Cuspi a água pro chão, extremamente perplexa.
- Que é que 'tás a fazer? - estava um rapaz de 17 anos a subir o muro de minha casa, entrando pela minha janela. Dava para ver os músculos dos braços dele exercerem alguma força; recompôs-se, mexeu no cabelo antes de me responder.
- Não encontro o meu telemóvel.
- E achas que ele 'tá no meu quarto. - disse surpreendida.
- Há de 'tar.
- E não podias simplesmente entrar pela porta como uma pessoa normal?
- Sinceramente não esperava que 'tivesses aqui.
- Mas ele não 'tá aqui de certeza.
- Como é que sabes?
- Porque não o vejo.
- Nem sequer procuraste.
- Também não vais ser tu a procurar e nem tentes mexer nalguma coisa deste quarto.
- Olive eu preciso dele.
- Liv. - corrigi-o. - Eu procuro depois.
- Deves 'tar a gozar com a minha cara. Qual foi a parte de «eu preciso dele» que não entendeste.
- Se 'tiver aqui dou-te amanhã na escola.
- Tu passas-me da cabeça.
Não pude evitar questionar-me sobre aquela frase.
Nesse instante ouvi os meus pais chegarem e fiz um gesto com a mão mandando-o imediatamente embora. Dirigi-me ao hall de entrada cumprimentando-os, perguntei-lhes como tinha sido a convenção, no entanto eles disseram-me que estavam exaustos, que iriam descansar e que amanhã ao pequeno-almoço conversavam sobre isso. Pouco depois de me despedir deles o meu pai chama-me, entregando-me o "meu" telemóvel; ligo-o e percebo que efetivamente não era meu pela tela de bloqueio.
Revirei os olhos.
Sinceramente não me apeteceu estar a sair de casa de propósito só para lhe entregar o telemóvel, já tinha falado o suficiente com ele nestes últimos 2 dias, além disso eu tinha-o avisado que qualquer coisa lho dava na escola.
Assim fiz; já na escola quando falava com o Copper enquanto esperávamos pela Gwen alguém me agarrou o braço e levou-me.
- Encontraste-o? - olhei para a mão dele a agarrar-me e soltei-me.
- Yep. - tirei-o do bolso das calças e dei-lhe.
Saiu, eu voltei novamente para onde estava há pouco; pelos vistos a Gwen já tinha chegado e como é óbvio não evitei o interrogatório que ela me fez:
- 'Tavas a falar com ele?? - questionou-me surtando.
- Cenas de vizinhos, deixou o telemóvel na minha casa.
- Na tua casa? E que é que ele fui lá fazer?
- Pediu-me pra tomar conta da irmã enquanto tinha um date com a namorada.
- Fodeu. Já te põe como segunda opção.
- Como assim?
- Quando eles terminarem já sabe em que ombro pode chorar.
- Credo nem eu quero isso, ele que fique lá com a rapariga. Desde que não me incomodem.
- Por causa dos barulhos noturnos?
- Que nojo.
- Ciúmes porque não são contigo.
- Para Gwen! Além disso por mais que eu me esforce não o consigo suportar, como é que podes sequer ponderar que eu tenha ciúmes?
- Amiga porque tu tens olhos na cara. Vais me dizer que ele não te atraí?
- É bonito, mas não faz o meu género.
- Liv nem todos podem ser um Stiles da vida.
- 'Tá bem mas podem ser simpáticos. Ele não é. E duvido que algum dia seja.
- Que exagero! Do que eu vi tu até engraças com ele só não queres admitir.
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O meu vizinho
RomanceRomance escrito em português de Portugal. Olive Anderson é uma rapariga simples, inteligente e doce (exceto com o seu novo vizinho). Jake Martin, típico badboy, pegador nato e por vezes antipático mudou-se para o seu condomínio há uns meses, porém a...