Capítulo 50

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Enquanto que para Ariana o dia estava sendo muito bom, para Snape o dia estava sendo difícil, ele rejeitou a ideia de mais um dia de folga e voltou a lecionar na terça-feira. Estava a reboque como os trouxas costumam dizer.

Severo teve uma péssima noite de sono, na verdade, ele nem dormiu. Passou a noite inteira pensando se Ariana era mesmo sua filha.

Há muita jovens por aí com cabelos e olhos negros, algumas destas jovens devem ter o temperamento parecido (senão igual) ao de Severo Snape, e muitas delas devem ter a idade para serem filhas dele.

Mas a coincidência era grande demais para ser ignorada...

Snape levantou da cama e tomou um banho, depois acompanhou Tadeo Santos até o grande salão para o café da manhã. De lá, Snape pediu para que Maitê acompanhasse Tadeo até a ala hospitalar. Ela só aceitou porque queria ver Ariana.

Severo manteve-se ocupado o resto do dia inteiro, no caso, mantendo sua mente ocupada. Explicou, passou deveres e tirou pontos dos alunos. Estava o Severo Snape de sempre.

À tarde, ele ousou olhar pela janela da sua sala, e viu Ariana sentada num banco ao lado do pai, eles estavam conversando. Ao que tudo indicava, eles estavam bem. Houve até um abraço.

Ariana recuperara o pai, porque precisaria de outro? Isso se eu for mesmo o pai dela - pensou o moreno antes de voltar sua atenção à turma, e tirar dez pontos da Lufa-Lufa por um aluno estar sentado de forma errada, todo corcundo.

À noite, ficou sabendo que Tadeo voltou para o Brasil, e Ariana foi liberada da ala hospitalar e estava voltando para seus aposentos nas masmorras.

Ele a evitou o dia todo. Sempre que vinha em seus pensamentos, ele os empurrava para o lado e focava em outra coisa.

Depois do jantar, Severo caminhou até seus aposentos e antes de entrar, olhou para a porta do outro lado do corredor.

Ariana não jantara no grande salão - recomendação de Papoula, que mandou os elfos prepararem uma deliciosa sopa para a jovem e servirem nos aposentos dela.

Preciso tirar essa dúvida - disse a si mesmo mentalmente, caminhando até o outro lado do corredor escuro e gélido.

Seu corpo todo estava suando frio, sua garganta estava seca, e seu coração estava acelerado.

Ora, homem! Você teve coragem de olhar na cara de Voldemort e mentir por meses! Já enfrentou muitos bruxos e bruxas na vida! Não tem medo de duelar, não tem medo da morte...... mas tem medo de falar com uma jovem de vinte e dois anos? Tome coragem nessa sua cara velha, Severo! - ralhou consigo mesmo mentalmente.

Ele respirou fundo e levou sua mão direita ao encontro da madeira escura da porta, e bateu nela três vezes.

Toc.

Toc.

Toc.

Ele esperou não mais do que dois segundos após bater para já mudar de ideia.

Ela já deve estar dormindo - pensou ele já se virando para sair dali.

O som do trinco da porta sendo girado chamou sua atenção, e ele congelou no lugar.

A porta se abriu e uma jovem, vestindo um robe verde escuro, com um semblante surpreso, o encarou.

– Olá. Professor Snape? – Ela o chamou após o mesmo ficar um tempo estático a encarar.

Snape piscou algumas vezes e fez um som, tirando um catarro invisível da garganta.

– Desculpe – Foi só o que conseguiu pronunciar.

Surpresa! Você é o meu pai! | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora