Louca pela tempestade

Trabalho..

O dia amanheceu ensolarado e calmo para Angelina, que estava na varanda de seu quarto, bebendo um chá quente e apreciando a bela vista que sua casa tinha, a pequena cafeteria que seus pais gerenciam e algumas casas ao lado, tudo rodeado de muito verde.
Angelina: oito e meia da manhã.. Hora de regar as plantinhas!
A garota pega um pequeno regador e enche de água, depois despeja um pouco em cada planta que havia em seu quarto e varanda.

...

- Mãe, pai! - diz Angelina entrando na cafeteria, onde encontra seus pais organizando algumas coisas. Seu pai limpava as mesas e cadeiras e sua mãe estava no caixa. - Precisam de ajuda? - a doce menina sorri.

Sra. Ana: Angelina, minha filha! Não precisa ajudar, eu e seu pai damos conta! - a senhora ri - inclusive, está tão linda hoje.. Tem algum compromisso?

Angelina: Sim mãe, tenho uma reunião importante no trabalho hoje, quis me arrumar mais cedo pois estou ansiosa! - ela sorri

Sra. Ana: Nossa, parece ser importante mesmo.. Não quer dizer sobre o que vai ser? Prometo não contar pra ninguém.. - a senhora sussurra em um tom engraçado.

Angelina: Se eu soubesse com certeza te contaria, sabe que eu não escondo nada de vocês..

Sr. Jorge: Mas é claro que sabemos, filha. E inclusive, eu e sua mãe queriamos conversar sobre um assunto com você.. - disse o pai da menina, colocando um pano e um produto de limpeza em cima de uma das mesas do café, e tirando as luvas das mãos.

Angelina: Pai, se for sobre aquelas conversas que "eu só ligo pro meu trabalho" e essas coisas, eu não quero escut-

Sra. Ana: Angelina, você precisa nos escutar! - a mãe interrompe - você não sai pra se divertir, quase não tem amigos e só pensa em trabalhar! Poxa filha, a vida não é só isso.

Sr. Jorge: Nos escute , Angelina. Queremos que você aproveite sua vida enquanto é jovem, você é uma garota muito prestativa, e isso é bom, mas nós não vemos você aproveitar as coisas boas da vida. - Angelina revira os olhos escutando tudo isso - Filha, você tem 23 anos, e nunca nem teve um namorado.. -Seu pai a olha com desânimo e cansaço nas palavras, e a menina suspira.

Angelina: Olha só, eu gosto de como minha vida é, eu tenho pessoas que tornam ela maravilhosa, por que eu preciso sair tanto como vocês dizem, sendo que tenho uma casa aconchegante, o nosso gatinho e vocês? E eu tenho sim amizades, a Yuna vale mais que mil, ok? Espero que tenham entendido e que não falem mais nessa bobeira, euem. - Angelina diz em um tom calmo e explicativo. - Bom, ja está dando a hora de eu ir, tchau tchauu! - ela sorri e sai saltitando da loja, indo em direção ao ponto de ônibus.

"Que besteira, mas é claro que eu aproveito a vida! É até pecado dizer uma coisa dessas.." ela pensa. "Ué, quem é que está me ligando? Yuna?" Angelina atende uma ligação.

- Alô?..

Yuna: Sn, você precisa vir rápido! O chefe chegou aqui agora e eu escutei ele dizendo que vai selecionar alguns funcionários para serem transferidos e ir trabalhar no centro da cidade!!! Não sei como ele vai fazer isso, então você não pode se atrasar por nada!

- o-o que? - Angelina para no caminho, surpresa. - que história é essa? Outra loja?

Yuna: Angelina, depressa!! - desliga a chamada

- não pode ser, como essa cara faz uma coisa dessas? - ela suspira incrédula e olha ao seu redor

- pera ai.. Esse não é o meu ônibus? - ela encara um busão que passava - ah não, não não não não - e corre em direção ao veículo - ei motorista!! Espera.. - mas infelizmente não tem sucesso.

- Mas eu nem estava atrasada.. - ela para ofegante.

A mulher esperou o próximo onibus chegar, e conseguiu chegar na empresa onde trabalhava.. Mas não na hora certa.

A reunião ja havia acabado, e quando ela entra na sala onde trabalha encontra as pessoas que faziam parte da sua equipe todas sentadas e pensativas, o clima parecia estar pesado.

Angelina: pessoal? - ela diz sem entender, e todos a olham, mas ninguém queria dizer uma palavra sequer. - o que aconteceu? P-por que estão assim? -sorri sem graça, tentando matar o silêncio.

Yuna: Angelina.. Você e o Luís.. Vão..

Angelina: vão?..

Sabrina: O chefe transferiu vocês pra trabalharem no centro da cidade.. - a menina disse de cabeça baixa.

Yuna: Por que você se atrasou? Eu te liguei e falei pra não atrasar! Por que você se atrasou? Angelina.. - Yuna, grita desesperada e cai no choro.

Angelina olhava pra todos sem entender direito. "Eu vou pra.. Cidade?" ela pensava

Yuna: Eu tentei fazer o chefe mudar de ideia, mas ele queria você, Angelina, não vai.. - diz chorando

Angelina: o-olha só gente, deve ser algum mal entendido.. E-eu não posso ir pra cidade..

André: o chefe está te chamando na sala dele..

A garota vai até a sala do seu superior e, sem bater na porta, entra.

Chefe: Olha só quem apareceu! Achei que não iria vir hoje. - ele da risada

Angelina: senhor, é mentira, não é?

Chefe: pelo visto ja sabe da novidade. - ele sorri - olha só, vou ir direto ao assunto, você trabalha na nossa nova loja e recebe o dobro do seu salário. O que me diz? - ele encara a jovem, que fica em silêncio. - ah, Angelina. É normal ficar assim, mas você tem duas escolhas, ou você vai pra cidade.. - ele se levanta e vai até a garota - ou você vai pra.. Rua! - ele gargalha e volta pra sua mesa rindo - vou te dar um tempinho pra pensar, ta? Uns 5 minutos. Pode sair.

A menor sai da sala e vai para a área externa da empresa, onde se sentou em um dos bançcos que havia ali.

- e agora..

Estava pensativa sobre o que iria fazer, até seu celular tocar, era sua mãe, Sra. Ana.

- oi mãe.. -ela atende e diz desanimada.

Sra. Ana-oi filha, está ocupada?

- não, pode falar.

Sra. Ana - filha, seu pai está muito mal, eu não te falei, mas quase não temos mais clientes no café, estávamos pensando em fechar, e com tudo isso ele foi parar no hospital, estou aqui com ele. Pode voltar mais cedo pra casa?

- posso sim, daqui a pouco chego.. Vai ficar tudo bem.

Nesse momento passou a vida inteira de Angelina em sua cabeça, ela decidiu aceitar essa nova proposta pra ajudar os pais.

Foi até a sala do chefe e assinou um acordo, pronto. Começa na próxima semana.