único

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por esses tempos, o oceano estava longe de ser pacífico.

acontecia guerras atrás de guerras por cima dos mares, homens se bombardeando, xingando-os uns aos outros, brigando por tiros, flechas, socos. tudo parecia um caos, eram diversos corpos que caíam já sem vida no oceano e até eram bem cuidados por debaixo da guerra, por seres de bom coração e alma.

quer dizer, isso há uns cem anos atrás.

atualmente, tudo era diferente. os tritões odiavam qualquer um que ousasse discordar da própria opinião, eram brigas egoístas e pesadas de se ver. o mar, antes cristalino e bonito, com diversas espécies de animais, colorido e perfeito, agora é inundado de sangue, de impurezas, de caos, desrespeito e violência. o oceano havia se tornado uma verdadeira guerra entre pessoas boas.

e tudo aconteceu devido à morte da rainha inko e seu filho, izuku, negar-se a continuar a monarquia dentro das águas.

os meio-humanos se negaram a viver pacificamente enquanto não tivesse uma pessoa para comandá-los, para formar leis e trazer confiança às batalhas contra o mal.

eijirou, um tritão que foi escolhido para que treinasse e se tornasse guarda do próximo rei - o que, claramente, não aconteceu -, discordava da decisão do povo.

apesar de ter passado longos períodos treinando para ser o mais forte dos tritões, conforme sua própria vontade, não concordava com a forma em que as pessoas eram coagidas para que continuassem em uma monarquia, para que tivesse um rei ou uma rainha. discordava da forma que as pessoas revoltaram-se contra o ex-futuro rei e de como as pessoas tornavam-se agressivas por puro egoísmo e medo.

segundo suas mães, ex-empregadas da antiga rainha, inko sofreu muito devido à pressão pública de ter de ser uma rainha, caso contrário seria um fracasso e o oceano seria devastado. e eijirou não concordava com essa pressão, não era saudável e não era um fato que poderia ser escolhido.

por que não colocar alguém para ser rei que realmente queira aquilo? por que não uma pessoa que esteja preparada e goste daquilo? era uma ideia tão irreal assim?

contudo, decidiu que não faria nada, não era tão confiante assim para falar uma opinião/ideia própria sem que tenha certeza que seria ouvido e não escorraçado. afinal, tinha que cuidar de suas mães, não poderia morrer ainda.

izuku, por diversas vezes, havia conversado com eijirou, seu amigo de infância, sobre assumir o trono de uma vez, apenas para que não ocorresse guerras, mas o amigo discordava sempre. não queria que izuku passasse pela pressão que inko passou, não queria e não podia ver seu amigo ser amedrontado e ameaçado por pessoas que poderiam discordar de uma decisão sua - mesmo que esteja sendo ameaçado publicamente por não querer ser rei.

o mar não estava para peixe, nem para humanos e muito menos para peixes-humanos.

ademais, havia chego seu aniversário de vinte anos. queria comemorá-lo com suas pessoas favoritas no mundo e ser feliz pelo menos um único dia. portanto, levantou cedo para que pudesse arrumar a casa e receber seus amigos e, claro, suas mães para o dia tão incrível que havia planejado.

já ia dar meio-dia, tudo estava perfeitamente incrível. mina e jirou já estavam em casa conversando consigo, faltava apenas suas mães, izuku e ochaco. com certeza estavam chegando, sua mãe erina havia avisado de que logo chegariam, izuku de que estaria lá por volta das meio-dia e meio e ochaco só deus sabe.

eijirou estava confiante de que tudo daria certo, ao menos em seu aniversário tinha que dar.

morava um pouco longe da cidade grande - onde suas mães moravam - e preferia assim. lá não aconteciam muitas guerras, sequer os moradores conversavam entre si, como um voto de confiança de que não havia brigas, mas também não haveria conversas. tudo estava bem assim.

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