A luz entrava pela janela revelando que já era dia, o sol raiava lá fora lindamente, desenhos espalhados pela escrivaninha de Adrian, que se preparava para se levantar da cama e ter um dia como qualquer outro, os cabelos negros despenteados eram lindos a luz do sol e seu olhar cansado mostrava que desenhou a misteriosa garota quase a noite toda, ele se levanta e vai até o banheiro se lavar para iniciar o dia, seu olhar no espelho era perdido como sempre, se lembrando da jovem dos desenhos que ele não conseguia parar de desenhar, sua paixão por ela era intensa, Adrian as vezes queria acreditar que ela era real e não apenas um fruto de sua imaginação fértil, ele queria que aquela bela moça existisse, nem que fosse apenas por uma hora.
-Adrian já levantou?
A voz de sua queria avó ecoa no andar de baixo tirando Adrian de seus pensamentos, fazendo lembrar que, mesma a garota não existindo, a vida continuava e ele precisava viver, Adrian saiu do banheiro ainda de pijama, foi em direção ao seu quarto e trocou seu pijama azul, por uma camisa bege e uma calça jeans junto de um chinelo de dedo.
-Adrian...
Adrian saiu do quarto fechando a porta logo atrás de si e correu escada a baixo se deparando com a doce idosa e seu marido, a mulher idosa permanecia de pé na porta da cozinha enquanto seu marido também idoso lia o jornal do dia com uma xícara de café preto em sua mão.
-Mais um assassinato nas redondezas, parece que a polícia está com dificuldade para pegar o culpado.
-Aconteceu de novo? -Comentou Adrian perplexo pela falta de humanidade do ser humano.
-Sim, Adrian aconteceu, e parece que a vítima também era uma mulher novamente.
-O assassino mata apenas mulheres jovens.
Disse a avó de Adrian demonstrando medo do assassino, suas mãos iam até a boca enquanto a expressão do avô não mudava enquanto continuava lendo,
-Isso significa que nosso menino não está em perigo.
Disse o idoso com a maior calma do mundo extremamente despreocupado, Adrian apenas levantou a sobrancelha direita e olhou para o avô que permanecia da mesma forma, seu avô desviou seu olhar do jornal para olhar Adrian que permanecia parado na porta, logo fazendo um sinal com a mão para o rapaz se aproximar dele, que não hesitou e andou até a mesa, sentando logo em seguida.
-Mas tirando essas notícias tristes, eu tenho uma surpresa para vocês dois.
Os idosos olharam com firmeza para Adrian que sorria conforme servia seu café, seu sorriso era tão largo que os idosos se questionavam do que poderia ser, até que veio qual era a possível surpresa em suas cabeças.
-Passou na faculdade de artes Adrian?
-Isso mesmo, avó, eu sou oficialmente um aluno da faculdade de artes Desin Artes, começo no próximo semestre.
-Isso é ótimo Adrian, eu e seu vô ficamos muito felizes por você.
Adrian sorri enquanto abocanhava um pedaço de pão com manteiga, sua avó o olhava com muito orgulho enquanto seu avô voltava a atenção para o jornal que estava lendo antes.Enquanto Adrian estudava em seu quarto, seu celular tocou, de início Adrian apenas pensou em ignorar a chamada até cair na caixa postal, pois não conhecia o número, porém o número insistia em continuar ligando para ele, Adrian pegou o celular na mão e conferiu o número, porém, realmente não o conhecia até que ele resolveu atender.
-Alou?
-Adrian?
Uma voz feminina e charmosa pode ser ouvido do outro lado da linha, Adrian confuso de quem poderia ser apenas perguntou quem era, porém não houve resposta e a chamada logo caiu na caixa postal, pensativo apenas largou seu celular e voltou a estudar, mas a voz da mulher havia impregnado em sua cabeça e ele não conseguia tirar, aquela voz suava repetia seu nome sem parar dentro de sua cabeça, e isso deixava Adrian extremamente confuso, é como se já tivesse ouvido aquela voz antes, mas não sabe de onde.
A noite caiu rapidamente, Adrian continuava pensando em quem havia ligado para ele pela manhã enquanto desenhava o rosto daquela jovem que via em seus sonhos mais uma vez, não importa quantos desenhos fazia dela, nunca era suficiente.
-Adrian venha jantar.
Sua avó o chama tirando Adrian de seus pensamentos, ele levanta da sua mesa de desenho e vai em direção a porta, parando na mesma, olhou para trás para ver seu quarto coberto de desenhos pelas paredes da mesma mulher, aquela mulher de seus sonhos.
-Adrian...
A voz de sua avó ecoa novamente no andar de baixo da casa, fazendo Adrian sair do quarto e logo em seguida fechamento a porta atrás de si, Adrian desce as escadas se deparando com sua avó de pé na porta o esperando.
-Oi vó.
-Venha comer meu filho, venha
Disse a idosa enquanto guiava Adrian até a mesa, seu avô estava sentado apenas esperando o rapaz para poder se alimentar, Adrian senta enquanto a mulher idosa colocava as panelas na mesa, seu avô o encara fazendo Adrian o encarar de volta.
-E como vai os estudos Adrian?
-Está tudo correndo bem vô.
-Que bom, fico feliz em saber disso.
-Nosso menino é muito esforçado.
Adrian sorri com o elogio de sua avó que logo se junta a mesa junto deles. -Obrigado vó – Suas palavras foram sinceras arrancando um sorriso da idosa.
-Nós desejamos sua alegria Adrian.
Adrian sorria de ponta a ponta junto com a avó que parecia contente em ver o neto contente, porém o avô permanecia indiferente em sua expressão, Adrian não compreendia porque ele sempre estava com aquela cara quando se tratava dele.
-Agora coma e vá para cama, amanhã é um novo dia querido.
Disse sua avó com um sorriso, Adrian sorriu de volta e acenou com a cabeça, ele amava seus avós profundamente, ele tinha apenas seus avós, já que sofreu um acidente de carro e perdeu suas memórias, pelo menos foi isso que contaram para ele, depois disso, ele passou a ter uma vida normal na pequena cidade de Cachoeirinha e esse foi seu RECOMEÇO.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Assassino Amável O Recomeço
Romance"Uma leve dor de cabeça, uma mulher a qual não consigo esquecer, seu rosto desenhado em quase todas as folhas de meu caderno, uma mulher que talvez seja fruto de minha imaginação, mas eu sinto que esqueço de algo, e preciso me lembrar o que é" Jack...