CAP. XXVIII

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  Estava em minha antiga casa, jogada no chão em meio a lágrimas, Thomas estava em pé na minha frente, ainda com os punhos cerrados, meu rosto estava ardendo e doloroso, minha maçã do rosto estava cortada pelo anel na mão do homem, meu olho com certeza ficaria roxo,
- Você é uma puta Victoria! O que você tava fazendo com aquele cara? Tava me traindo né sua vagabunda?! - Thomas berrava para mim, minhas lágrimas aumentavam,
- Eu não te trai! Eu prometo! Era só uma papelada do trabalho. - explicava em prantos ao meu namorado,
- Você é uma puta mentirosa! Não me choca sua mãe ter te abandonado! Mas o que dava pra esperar da garota que matou o próprio pai. - o loiro jogava as palavras sem piedade, eu apenas me calava, não importava o que eu falasse, não adiantaria em nada, Thomas continuaria com raiva de mim, mesmo sem motivos lógico,
- A onde vai? - pergunto ao agente que saia batendo o pé até a porta,
- Não te interessa! - ele fala antes de bater a porta, me deixando sozinha, no chão, em um apartamento escuro.

  Horas depois, ainda me encontrava chorando pela briga com Thomas, ja perdi a conta de quantas brigas tivemos apenas essa semana. Era sempre assim, estávamos bem, ele me tratava bem, mas acontecia algo que ele não gostava, ou simplesmente bastava o homem acordar de mau humor, e tudo se repetia, lágrimas, gritos, tapas e socos, ele sempre saia de casa, e eu ficava sozinha, chorando em milha própria desgraça.

  Me contorcia de dor ao sentir o saco de gelo em meu olho roxo, estava sentada no sofá, apenas com a luz da cozinha para iluminar toda a casa, quando ouço meu celular vibrar ao meu lado, um número desconhecido me mandou uma foto, ao abrir o arquivo não acreditava em meus olhos,
- Ele ta me traindo? - falo sozinha ao ver a foto de Thomas ao beijos com alguma mulher.
E a crise voltava, pior que antes, ele me tratava feito lixo, me manipulava de todos os jeitos, e no final me traiu? Eu não aguentava mais aquela dor.

  Sigo até meu quarto, pego o frasco laranja de meus remédios para a depressão, não penso, apenas ajo, viro todas os comprimidos na boca de uma vez, com a garrafa de tequila para conseguir engolir tudo.

E quando sinto tudo girar, o mundo pareceu ficar em câmera lenta, conseguia ouvir meu coração acelerar, mais que o normal, ando até a sala, esbarrando em tudo pelo caminho, caio no chão do corredor, nem sinto meu corpo se chocar na madeira gélida, um zumbido estridente tocava em minha cabeça, não compreendo o que estava acontecendo ao meu redor, apenas tenho uma visão embaçada tranças loiras se aproximavam de mim, minha irmã tinha chegado em casa,
- Victoria! Meu deus! - ouvia a voz abafada da mais nova, - Livia! - ela chama,
- Cacete! Victoria! Acorda! Julia, liga pra ambulância. Fica comigo garota! Fica comigo. - a de cabelos curtos balançava minha cabeça, tando leves tapas no meu rosto.

De repente apenas uma luz branca, o zumbido em meu ouvido ficava mais e mais alto.
Seria esse o jeito patético que eu vou morrer?

Então eu acordo, estava ofegante, o suor escorria pelo meu pescoço, olhava para os lados, tentando me localizar, olho o relógio na minha cabeceira, faltava cinco minutos para o despertador tocar, foi tudo um sonho, ou melhor, uma revivência de quando eu quase morri,
- Merda. Por que ele tinha que voltar agora? - me levanto da cama para pegar um cigarro na cômoda, me sento em frente a janela para que o cheiro da nicotina não permanece em meu quatro, sinto meus pelos se arrepiarem por causa do vento frio repentino, fiquei encarando o restante do amanhecer do sol enquanto sentia o tabaco entrar em meus pulmões.

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  O despertador tocou, Victoria se levanta apagando o cigarro na moldura da janela, ela desliga o alarme e segue para começar seu dia. Ela encontra Jake ainda adormecido no sofá, e quando a cacheada começa a relembrar os acontecimentos da noite passada, oque  a faz soltar um sorriso. A britânica segue para a bancada e começando a preparar o café.

Parceiros no crime - Jake PeraltaOnde histórias criam vida. Descubra agora