Polaroids (sskk)

Polaroids

-É UM FANTASMA?!.-Chuuya berrava no meio do refeitorio da instiuição.-EU SABIA QUE TINHA UM FANTASMA AQUI, AKUTAGAWA.

-Chuuya pelo amor, falo baixo.-Akutagawa murmurava baixinho enquanto tentava ficar calmo com os olhares que agora os fuzilavam.-Não é um fantasma, é alguém e esta em todas minhas últimas quatro fotos.

-Claro que é, olha isso, ninguém tem a postura desse jeito toda reta.-O garoto apontava para a silhueta que estava com um caderno nas mãos na polaroid .-Mas pra que você quer saber?

-Ah...você sabe.-O garoto mais novo de cabelos escuros coçava a nuca, tentando desviar o olhar envergonhado.-Só curiosidade...

-Bom, eu posso perguntar pro Dazai, ele é famosinho né.

-Claro, faz Psicologia e ainda é seu namoradinho.

-Ah vá a merda.-Chuuya se levantava enquanto agarrava a mochila.-Bom, tenho que ir pra aula de história do Direito Civil, te vejo depois.

O garoto ficou mais alguns minutos antes de ir para a aula de fotografia. Akutagawa era um garoto solitário que cursava Fotografia e seu maior sonho é sair por ai fotografando o mundo em cada cantinho não explorado, queria ir em lugares quietos e que não havia ninguém, somente o vento e o céu. Inclusive tem uma mania gigantesca de tirar fotos com a polaroid, mais especifico no campo de flores da faculdade após sair da última aula as 17:45. Extremamente especifico mas tem uma coleção de fotos somente nos dois primeiros semestres, mas, como mencionado antes, durante as quatro ultimas fotos havia a figura de um garoto que lhe chamou sua atenção, queria tanto saber quem era ele, porque estava ali. Será que se sentia bem igual ele ali rodeado de flores? Os pensamentos foram cortados assim que o sinal bateu o fazendo tomar um leve susto e correr pegando suas coisas e indo para a sala.

O tempo como de costume passou nem rápido mas também nem lento, não era como se Aku odiasse as aulas, adorava mas todos seus pensamentos iam direto para o garoto, sentia que ia ficar maluco se não soubesse quem era.

-Akutagawa?.-Uma voz familiar o chamava.-Aku? Ta tudo bem?

-Oi?.-O garoto levantava o olhar e via sua colega de sala, Higuchi o chamando.-Ah sim, desculpa, o que aconteceu?

-Professor disse que vai ter uma aula extra sobre sobreposição de cores, daqui uns quinze minutos, eu e a Gin pensamos em ir, que tal?

-Ah, vamos sim.-Akutagawa olhava para o relógio, eram exatamente 17:43.-Eu só vou deixar minhas coisas no armário e encontro vocês lá okay?

-Pode ser.-Higuchi dava um sorriso.-Ah, eu...

E não deu nem tempo da coitada terminar a frase, o homem pegou sua câmera e mochila e saiu correndo feito um carro de corrida de formula um. Em meio aos passos desajeitados descia as escadas para o térreo enquanto fazia uma oração a qualquer deus, entidade, orixá ou tudo somente para ver o garoto ali mais uma vez. Antes de cruzar com o arco que dava entrada ao jardim, deu mais uma olhada no horário, eram exatamente 17:45.

Assim que passou sentiu o coração disparar e a suar frio, por que estava tão nervoso ao ver ele? O mesmo garoto, na mesma posição estava ali embaixo das arvores, parecia estar desenhando. Akutagawa se aproximava devagar para não o atrapalhar e nem parecer um stalker maluco. Na real, como chegaria até ele? mostraria as fotos e pronto? o que será que ele iria pensar? Tantas duvidas só o deixavam mais e mais ansioso, aonde achou que aquilo seria uma boa ídeia? Balançou a cabeça e logo deu meia volta, até que foi surpreendido.

-Hey, você não é o garoto que tira fotos das flores?.-O japonês levantava o rosto para falar, dando um enorme sorriso que fez o coração do de cabelos escuros disparar.-Eu acho tão legal ver você tirando foto com as polaroids! Nunca vi uma de perto.

-A-Ah, sim...sou eu.-A risada sem jeito ecoava pelo jardim vazio. -Quer...ver?

-CLARO.

A animação do outro só deixava Aku mais ansioso ainda, o que faria agora? Se aproximava com calma até que sentiu sua mão ser puxada pela do garoto, arregalando os olhos mas se sentando ao seu lado no banco perto das violetas e bromélias.

-Posso pegar?

-Sim sim, aqui.

-Wooo, Que legal.- O mesmo dava um sorriso pegando no objeto.-Aonde conseguiu?

-É do meu pai.-O homem de cabelos cumpridos respondia.-Ele me deu quando eu era pequeno.

-Achei fofo.-entregava de volta.-Ah, eu nem me apresentei, prazer, me chamo Atsushi, mas pode me chamar só de Atsu.

-Akutagawa.-Conforme ia se acostumando com a presença alheia sentia o nervosismo ir embora.-Você faz qual curso?

-Pedagogia, gosto muito de crianças e pretendo ser professor um dia.-o jovem mais baixo sorria enquanto olhava para as flores.-E você faz fotografia claro.

-Sim.-Akutagawa ria baixinho.-Eu fiquei curioso sobre você, tirei algumas fotos e você apareceu nelas sempre na mesma posição.-O homem pegava as fotos na bolsinha e entregava para o outro.-E então vim ver se você estava aqui.

-Nossa, que coincidência!.-O de cabelos curtos exclamava olhando as fotografias.-Eu gosto de vir aqui meditar depois das aulas, esse lugar me trás paz.

-Digo o mesmo.

-Posso te ajudar a meditar também.

-Ah, não é muito minha praia sabe...exercícios.

-Dá pra ver pela coluna toda torta olha!

Ficaram alguns minutos conversando (ou melhor, muitos minutos). Conversaram sobre tudo, até mesmo escutou Atsushi reclamar de sua postura e teve que explicar que passava horas escrevendo e se acostumou assim. O sol estava bem escondido dentre as nuvens, quase que dando um tchau tímido, diferente de Akutagawa que estava aos poucos se soltando.

-Espera.-Atsushi limpava o canto dos olhos após rir de alguma piada besta.-Pode me dar as fotos de novo?.

-Uhum.

-Obrigado.-O mesmo olhava com atenção.-Você não costuma aparecer nas fotos, não é?

-Ah...não.-O jovem mais alto respondia. Prefiro a paisagem e tudo mais.

-Eu acho que você ficaria lindo nesse cenário, deixa que eu tiro!

O homem de cabelos escuros se levantava e posicionava a camera nas mãos de Atsushi, pegando um bom angulo. Akutagawa se arrumava um pouco timido, nunca havia sido fotografado, era sempre ele quem tirava as fotos poxa. Mas aos poucos se acalmou e observou como Atsushi estava concentrado em tirar aquela foto. Como ele podia ser tão perfeito? Tudo naquela visão dele de era perfeito, as flores, a arvore, o céu colorido, o garoto concentrado. Akuatagawa soltava um suspiro e um sorrisinho de canto apareceu, captando aquela imagem e percebendo que o amor a primeira vista existia e tinha a prova ali na sua mão, captada por uma câmera polaroid.