Os Reinos de Oregon - Livro 1

X - O mago Evelot

Uma atmosfera de desespero envolvia todos os habitantes dos cinco reinos de Oregon, sendo Zenvar o mais afetado pela proximidade com a floresta. Percefolo compreendeu que a colaboração de todos era inevitável, especialmente ao perceber a necessidade de unir forças com Murik e Faremir para garantir a sobrevivência. Enquanto uma emboscada era planejada para capturar a criatura, esta revelava-se astuta, movendo-se como um furacão e derrubando folhas e galhos das árvores. O caos se desencadeava, com detritos voando e atingindo casas, enquanto os incautos arriscavam-se debaixo dessa tempestade natural. A criatura, imprevisível e poderosa, mantinha todos em suspense, sem dar trégua aos esforços para contê-la.

Rebeca, Vincent, Flecha e Cometa ouviram o rugido do dragão, mas não conseguiram acompanhá-lo. Se o plano desse certo, a princesa conseguiria sair da floresta. O druida conhecia cada milímetro daquele lugar de trás para frente, mas a magia que envolvia a floresta permanecia misteriosa para ele. Não conseguia prever em qual direção estaria a grande porta de madeira. Apenas a grande sabedoria de um velho conhecido de Vincent, que se misturava com a exuberante natureza da floresta, poderia resgatar Rebeca daquele lugar. No entanto, encontrar o grande mago seria uma tarefa arriscada e complicada. Ele poderia estar em qualquer lugar entre as árvores, desfrutando da companhia de flores gigantes e borboletas que voavam como animais coloridos pelo ar.

Uma preocupação intensa tomava conta de todos, pois se a criatura estivesse indo em direção a Oregon, os estragos seriam inevitáveis. Rebeca, mesmo sem saber, logo descobriria o perigo certeiro ao seguir na direção em que a criatura aparentemente desaparecera nos céus.

Rebeca olha para Vicent com uma expressão de crescente preocupação.

- Estou começando a duvidar de que esse outro amigo realmente existe. Será que estou presa aqui? Eu não deveria ter confiado em você!

- Princesa, se acalme. Pode confiar em mim. Estou aqui para ajudar, assim como Flecha e Cometa.

Rebeca, desconfiada, desafia Vicent a provar que suas palavras não são apenas mais um de seus magníficos truques.

"Não há necessidade de provar nada, Princesa. Só peço que confie em mim e permita que eu resolva as coisas conforme necessário."

"Concederei um voto de confiança, mas saiba que é a única oportunidade. Agora, vamos em frente, pois estou com pressa."

"Fique calma, princesa. Não podemos permitir que você tome a dianteira dessa maneira", diz Flecha com uma expressão preocupada.

- Não se preocupe, Flecha. Eu sei me cuidar.

- Vamos em frente, não precisamos discutir nesta situação exaltada e cansativa.

Ao falar, Vicent seguia na direção em que o dragão desapareceu na escuridão da floresta. A noite fria envolvia Rebeca, que se encolhia sob o enorme casaco de pele de urso dado por Vicent para proteger o rosto. Os cavalos galopavam tranquilamente atrás deles. Subitamente, diversas abelhas gigantes voaram por entre o grupo, cantarolando alegres: "Alegre a voar e a trabalhar, o néctar da vida eu vou buscar."

Uma abelhona interrompe a conversa, sua voz zumbindo no ar como um sussurro apressado. "Se apressem," ela exclama, suas asas agitando freneticamente. "Vocês estão a chegar aonde querem. É logo ali à frente." O tom, urgente e animado, ecoa entre as árvores da floresta encantada, criando uma atmosfera de expectativa e mistério enquanto o grupo se aproxima do desfecho. A luz da lua espreita por entre os galhos, lançando sombras fascinantes pelo caminho adiante. O coração de Rebeca bate mais rápido, enquanto o manto de suspense envolve cada passo naquela jornada noturna.