Capítulo 15

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Pov. Macau

Algumas semanas depois

Depois que Tay me contou sobre o plano de Tiw e Gun para matar meus amigos eu segui como um louco para salva-los. Por sorte, John havia mandando uma equipe secreta para protege-los - o que foi bom, pois consegui chegar a tempo de defende-los também - Tan redobrou a segurança de sua família e se juntou a mim para caçar Tiw e Gun, que sumiram do mapa.

Viajamos durante dias por vários lugares buscando pelo rastro dele, mas no fim tivemos que voltar para Bangkok; Tan para sua família e eu para terminar uma das missões que se iniciou para acabar com o tráfico e todas as outras coisas que envolviam a boate.

Eu já estava trabalhando lá dentro a algumas horas, e a falta de ar puro começou a me incomodar. Olhei para as paredes coloridas da boate e o sorriso de Tay veio a minha mente. Desde o dia em que o deixei no escritório não tive mais noticias suas e, por alguma razão, me lembrava constantemente de seu sorriso, mas não queria pensar nisso agora, eu precisava me concentrar no que estava por vir.

Sai da boate e deixei meus homens por lá. Coloquei a mão na arma e andei pelos becos escuros daquela região, pois meu superior me pediu  para investigar um grupo de motoqueiros que fazia parte do grupo de Tiw e frequentava a boate antes de fechar. O barulho das motos de alta cilindrada soou indicando que eu estava no rumo certo.

Meus passos ficaram mais suaves e lentos, e eu podia sentir que algo grande se escondia por ali. Meu corpo vibrou quando eu ouvi a voz da pessoa que estava procurando, ao mesmo tempo em que meu mundo desabou....

— Talay....

Jogado no chão, com o corpo coberto de hematomas e as roupas rasgadas estava Tay, e em cima dele estava Harowd, ou melhor: Tiw, tentando estupra-lo. Eu não pensei em nada, nem na missão, nem raiva que estava sentindo por ambos, só consegui correr ate eles e jogar Tiw para o lado, abraçando Tay em seguida.

Tiw aproveitou para correr e eu peguei minha arma, disparando vários tiros seguidos, mas minhas mãos estavam tremendo e minha visão embaçada então não consegui acertar nenhum. Quando a munição acabou eu olhei para Tay e senti meu coração doer; ele estava pálido e mau conseguiu pronunciar meu nome por conta dos ferimentos em sua boca.

— Shiiii, não precisa falar... eu estou aqui agora, e você esta seguro.

Abracei ele com força e o peguei no colo. Caminhei ate meu carro e o coloquei com cuidado nele, ligando para John em seguida para avisar que Tiw estava em Bangkok. Dirigi com pressa ate em casa e quando entrei no jardim com Tay no colo, Vegas - que estava observando Pete e a Sayuri plantarem mais rosas - apenas me encarou com uma pergunta silenciosa.

— Conversaremos depois — falei para ele e entrei em casa.

Depois de dar banho em Tay e o vestir eu coloquei ele em minha cama. Ele não acordou durante o processo, mas gemeu algumas vezes de dor. Eu sabia o porque dele estar assim; Tiw deve ter descoberto que foi ele quem deu as informações necessárias para acabar com ele e fechar a boate e decidiu se vingar. Fiquei com pena ao ver o rosto bonito machucado daquela forma e decidi cuidar dele ate que ele melhorasse.

— Ele nos traiu — Vegas falou ao entrar no quarto.

— Já te falei que não foi bem assim e, ele esta assim porque me ajudou a prender aquelas pessoas. Se não fosse por ele nós ainda estaríamos no escuro.

— Você mudou Macau...

— ...

— Você esta gentil demais... Não esta pensando como um Theerapanyakul! Primeiro Sayuri, que você nem sabe de onde veio, agora esse traidor... Parece que você já esqueceu Porchay, também.

Me virei tão rápido para Vegas que quase cai, ficando tonto.

— Que merda você esta falando? — perguntei sem entender de onde veio aquele assunto.

Vegas apenas balançou a cabeça. 

— Certifique-se de que ele fique bem e mande-o para longe daqui — meu irmão saiu e bateu a porta.

Quanto a mim, fiquei estático sem saber o que aquilo significava. Quando todos voltaram da Coréia, Sayuri ainda estava aqui, e todos se apegaram a garota, tratando-a como da família. Vegas sempre foi mais desconfiado, mas não impediu que ela ficasse, pois ele achou que eu poderia estar me apaixonando por ela, algo IMPOSSIVEL. Já Tay... bem... Ele me ajudou, eu não posso simplesmente deixa-lo assim.

O gemido de dor do garoto na minha cama me tirou dos devaneios, corri ate ele e apliquei uma compressa fria nos hematomas que haviam em seu corpo.

O que você estava fazendo naquele lugar? — perguntei, pensando o que um garoto daquele nível estava fazendo em um beco escuro próximo a uma corrida clandestina, me esquecendo completamente de qualquer outro assunto....

Obviamente Tay não me respondeu, então eu continuei fazendo compressas nele ate que seu sono ficasse mais calmo. Quando percebi que ele estava completamente relaxado, peguei minhas coisas e fui tomar banho, mas sem demorar muito, pois estava com medo que ele acordasse e tentasse se levantar. 

Duas horas depois Tay ainda não tinha se movido. Estava começando a ficar preocupado, mas não queria pensar o pior. Toquei sua testa e percebi que ele estava pegando fogo, e ao pegar o termômetro tive a confirmação de que ele estava com uma febre alta. 

Fui em busca do meu celular para falar com Type, mas não o encontrava em lugar algum, então desci para pedir o de alguém emprestado. Parecia que todos já estavam dormindo, pois não tinha nenhum barulho ou sinal de vida dentro da casa, então eu fui para o jardim para pedir o aparelho de um dos seguranças, mas chegando lá vi Sayuri, ainda mexendo nas rosas. 

— Ola — ela sorriu gentilmente.

— Ola — sorri de volta — o que faz aqui tão tarde?

— Esse é o melhor horário para cuidar desse tipo de rosas... Pete... Quer dizer, P'Pete me ajudou a plantar algumas mais cedo, então eu estou regando um pouco antes de ir dormir. 

Para Sayuri ainda era estranho os nossos costumes, mas ela parecia estar se adaptando bem.

— Você não teria um celular, teria?

— Desculpe, Phi, mas eu não tenho... P'Rain queria comprar um para mim, mas eu não posso aceitar algo tão caro... — seu rosto ficou tenso e triste — Já estou abusando da boa vontade de vocês...

— Não é trabalho algum, não pense demais — tentei amenizar aquela expressão — Você realmente gosta de rosas não gosta? — perguntei para mudar de assunto.

— Sim — o rostinho se iluminou.

— Eu também... Minha mãe adorava planta-las, e temos o mesmo tipo de rosa em todo quintal. 

— É uma lembrança bonita. Espero que elas cresçam e sejam uma lembrança bonita para alguém... um dia — ela tocou os pequenos botões recém-plantados. 

— Elas serão — sorri — agora, por que você não vai pra cama? Já esta tarde.

— E quanto ao Phi? 

— Eu preciso cuidar de alguém primeiro.

— Eu posso ajudar...

— Não precisa...

— Eu insisto, como pagamento por me deixar ficar. 

Eu não queria abusar da boa vontade da menina, mas estava muito preocupado com Tay e precisava achar Type ou qualquer outro medico que pudesse chegar logo.

— Ok... Você já fez compressa fria em alguém? — ela assentiu — então vá para meu quarto, pegue uma bacia com agua morna e toalhas, tente abaixar a temperatura de Tay para mim, por favor, estarei lá em alguns minutos.

Sayuri sorriu e correu para dentro da casa. Rapidamente fui ate um dos subordinados e pedi o celular emprestado. Depois de explicar toda situação para Type, ele prometeu me encontrar mais que depressa.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora