✩ CAPÍTULO QUATRO ✩
SOPHIE
εïз┊𝐕enha!
E seja humano comigo
Então eu espero por você
como uma casa solitária
até que você me veja
novamente
e viva em mim,
até então minhas janelas doerãoVenha!
E seja poeta comigo
A vida
tatuou-me nos olhos janelas
Em que me transcrevo e apago
Escreva em um mármore
Eternize seu versoVenha!
E seja maluco comigo
Sejamos todos malucos aqui
Puxe uma cadeira
Sente-se ao redor da mesa de minha alma
Permaneça
Seja maluco ao ponto
de sermos um sóProclamo minha poesia no clube dos poetas. Não eram muitos. Certamente daria para contar à dedo a quantidade de pessoas presentes ali. Mas quando terminei, Jude e Kaio sorriram para mim lá do fundo da sala, me parabenizando pelo olhar.
O clube ficava em uma casa longe dos vilarejos de Serena. O local era iluminado por grandes janelas de vidro e por lâmpadas alaranjadas. Lá fora, a brisa do mar preenchia o grande campo aberto com árvores e flores. Era uma casa simples, qualquer um poderia entrar ali.
O clube foi criado pelo nosso antigo professor de filosofia Keating Wilde. Ele entendia e ajudava a todos a enfrentar o constante conflito entre as necessidades e vontades dos jovens e velhos de viverem intensamente, bloqueada por um modo de vida rígido que tolhe à todos a busca por outras visões de mundo.
"Viva intensamente, como se não fosse possível viver o amanhã. Porque pode não ser realmente possível aqui.", era o que Wilde sempre gritava toda vez que estávamos atravessando a porta de saída do clube.
Ele sabia que viver em Serena não era algo fácil de se fazer, mas também sabia que se simplesmente nos conformarmos com isso, poderemos acabar infelizes. Então aliviava nossas almas com poesia, todas as manhãs, para que nós aproveitassemos os que poderiam ser nossos últimos momentos vivos.
É difícil achar pessoas interessadas por poesias em Serena. Normalmente os cidadãos estão ocupados demais tentando não morrer para se importarem por algo tão "fútil". Mas graças ao senhor Wilde, é o que me mantém viva.
Ficamos até mais tarde no clube, ou pelo menos eu fiquei. Kaio, Jude e eu, tínhamos combinado de depois daqui, ir para a biblioteca. Mas eles foram embora, dizendo que iriam resolver algumas coisas e me deixaram esperando.
O dia estava acabando, dando espaço para a claridade multicolorida que perdura algum tempo depois do pôr do sol, e todos tinham ido, exceto eu e o professor Wilde.
— O que faz aqui ainda, Sophie? — pergunta Keating, com uma xícara de café.
— Estou esperando Kaio e Jude. Vamos para a biblioteca depois.
— Porque não espera eles lá? Vai escurecer daqui a pouco, e você não é boa com senso de direção quando escurece. — sugere ele, dando um gole em seu café.
— Sei disso, mas marcamos de nos encontrar aqui. E daqui a pouco eles chegam, não se preocupe.
— Tudo bem. Vou indo, então. Qualquer coisa, me ligue.
Aceno com a cabeça, em afirmação.
— Ah, e Sophie! — chama minha atenção enquanto para de caminhar. — Viva intensamente, como se não fosse possível viver o amanhã. Porque…
— Pode não ser realmente possível aqui. — interrompo-o.
Ele ri, e vai embora. Nesse meio tempo tento ligar para Kaio e Jude, mas eles não atendem o telefone. Espero por mais uma hora, mas nenhum sinal deles. Então decidi ir embora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐍𝐎 𝐕𝐀𝐂𝐀𝐍𝐂𝐘
Paranormal✩✩✩✩✩ paused 𝐔𝐌𝐀 𝐇𝐈𝐒𝐓𝐎́𝐑𝐈𝐀 𝐃𝐄 𝐑𝐎𝐌𝐀𝐍𝐂𝐄 𝐀𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂̧𝐎𝐀𝐃𝐎 Sophie Villin perdia-se em livros, na arte, na névoa de novos horizontes. Perdia-se em estradas, em sentir tudo. Perdia-se no mundo, nas histórias de demônios e maldi...