A Lenda de Caxambu

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- Eu não acredito que o Veríssimo nos mandou pro interior de Minas Gerais! - Fala o Eduardo, enquanto dirige.

- Para de reclamar, Eduardo! - Nilce dá um empurrãozinho no ombro dele. - Pelo menos é melhor que matar aqueles bixos horrorosos...

Eduardo, um agente da Ordem. Tem 36 anos, seu cabelo castanho curto e uma barba rala é o que mais chama atenção nele. Um homem comum, usa uma camiseta azul e uma calça preta bem larga. Não aparenta ter mais de 1.70 de altura.

- Ei! - Ele ri. - Cuidado que eu estou dirigindo, quer matar nós dois?

- Na verdade... - Ela suspira. - Bem que morrer seria uma bela escapatória desse frio do caralho.

Nilce, Uma novata da Ordem. 25 anos, sua pele clara e seu cabelo loiro se destacam. O cabelo é amarrado, com algumas mechas soltas. Por baixo de sua jaqueta à prova de balas, ela usa um suéter vermelho com listras pretas, com uma calça preta larga com diversos bolsos. Uma mulher alta e magra, sentada no banco do passageiro da frente.

- Se prepara que lá vai estar mais frio ainda! Eu acho que a gente consegue chegar lá no por do sol... - Ele faz uma cara de preocupação. - Espero que seja só aquilo que ele disse mesmo... Aliás, você pode me repassar o caso?

- Sem problemas. - Nilce começa a explicar.

Mandados pelo senhor Veríssimo para investigar o interior de Minas Gerais, Caxambu. Apenas uma investigação rápida e nada mais.

- Só isso?

- Sim. - Ela responde. - Vamos investigar e cair fora.

- Aí, cê' quer parar num restaurante desses? - Nilce pergunta. - Matar aquela fome, sabe?

- Boa ideia! - Ele responde animado.

Restaurante do México

- Olá, gostaríamos de pedir um almoço. - Nilce apoia o braço no balcão. - Qual é o cardápio de hoje?

- ¿Que dijiste? - Um velho calvo e baixinho responde.

- Ah! - A Nilce arruma a postura. - Almuerzo?

- ¡Si si! ¿Carne y crema?

- Erm... - Ela pensa bastante na resposta. - Si?

- perfecto! - Ele sorri e vira em direção a cozinha.

Nilce chega na mesa do Eduardo.

- Não sabia que você falava espanhol! - Ele ri.

- Eu sei algumas palavras... - Ela sorri e senta na cadeira. - Só não sei o que a gente vai comer...

Ao se sentar ela vê um rapaz branco de cabelo curto e uma barba preta. Ele rapidamente se dirige à mesa deles.

- Gente! - Ele pega no ombro do Eduardo. - Mil desculpas pelo meu pai... Ele não fala português!!

- Ah... T-Tudo bem - Diz Eduardo envergonhado. - Ela cuidou de tudo.

Nilce acena para o rapaz.

- Aliás, o que vocês estão fazendo aqui? - Ele se senta. - Almoçando tão tarde...

- Apenas paramos rapidinho para comer e vamos continuar, estamos indo para Caxambu! - Diz Nilce. - Não falta muito para chegarmos lá.

- C-Caxambu? - O rapaz fica pasmo. - Vocês estão indo para Caxambu?

- É... Por quê a surpresa? - Eduardo responde.

- Caxambu... - Ele muda totalmente de tom. - Caxambu é um local amaldiçoado daqui.

- Como assim?! - Nilce pergunta. - Quer me contar isso?

- O que aconteceu lá... - Ele se aproxima da mesa.  - Caxambu era uma cidadezinha comum como todas as outras... Mesmo sendo uma cidade no interior, ela se destacava em Minas Gerais por ser bastante organizada. Mas certo dia, não se sabe como e quando, aquela cidade se tornou uma prisão do tempo...

Nilce e Eduardo trocam olhares desconfiados enquanto prestam atenção na história.

- O tempo parou e aquela cidade tão povoada, ficou vazia. E quando isso aconteceu, algumas pessoas foram investigar o local, mas não acharam nada. Até que um dos jovens investigadores, simplesmente sumiu. Como num passe de mágica, ele não estava mais lá. Os investigadores voltaram para casa e contataram a polícia. Após algumas horas, eles receberam uma ligação. O número do adolescente desaparecido ligava, eles rapidamente atenderam, e o jovem pediu ajuda, dizendo que não conseguia sair de Caxambu, depois disso, ele nunca mais foi visto.

- O quê?! - O Eduardo desacreditado, pergunta.

- Sim... Ele continuou ligando, e então os homens voltaram para ver o jovem e eles não o achavam em lugar nenhum.

- Isso é piada, né? - Nilce pergunta enquanto levemente ri.

- Não... - Ele se afasta. - Eu não sei se os adultos conseguem entrar, aparentemente apenas os mais jovens entram, eu não sei muito bem...

- ... - Eduardo está pasmo com a história que acabou de escutar.

- Que piada! - Nilce debocha olhando para Eduardo.

Eduardo se levanta e se retira do estabelecimento.

- Não vai comer? - Pergunta Nilce.

- Perdi a fome... - Eduardo vai em direção à saída. - Obrigado pela história, até outro dia!

No Carro

- Você não acreditou nisso... - Pergunta Nilce enquanto entra no carro. - Acreditou?

- Não! - Eduardo liga o carro. - Eu só perdi a fome...

- Bem, apenas vamos logo terminar isso. - Diz Nilce.

DEPOIS DA MORTE - REMASTERIZADOOnde histórias criam vida. Descubra agora