Capítulo 9 - Nanon

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Fico sentado observando ele dormir e sinto um arrepio que me incomoda, é o mesmo que acontece quando estou próximo a uma catástrofe como terremotos, tornados ou tsunamis, como se o meu corpo estivesse avisando que algo ruim está vindo.
Ele se vira e eu fico observando as suas costas, é impressionante como cada detalhe dele parece ter sido desenhado a mão para garantir a perfeição. Eu me abaixo, o beijo e sinto aquele arrepio novamente. Ele se mexe e eu resolvo sair do quarto para ele poder dormir, vou para a sala, abaixo a tampa do piano para abafar o som e começo a tocar, fecho os olhos e me entrego a sinfonia.
Sinto ele se sentando ao meu lado, olho para ele e paro de tocar.
- É lindo, eu nunca ouvi.
- É a sinfonia dos anjos, eu mesmo compus, me faz lembrar de casa.
- Você sente falta?
Eu aceno.
- Porque você desistiu de voltar então?
- Eu já disse, eu não vou a lugar algum sem você.
- Isso não faz sentido.
Eu olho para ele e tento colocar em palavras o que sinto.
- Anjos não tem alma, a nossa essência é diferente da dos humanos, então sentimentos para nós não funcionam da mesma forma, mas eu acho que se pudesse nomear eu diria que é amor, mas não é tão simples, é algo mais profundo, algo mais definitivo do que um sentimento que um dia pode acabar, é algo eterno, eu morreria e viveria por você, apenas pela sua felicidade.
Ele fica me olhando e então toca o meu rosto.
- Você é a minha luz!
Isso me faz lembrar do sonho que eu tive.
- Isso é algo sobre a lenda da pessoa de luz?
Ele me olha surpreso.
- Quando eu estava dormindo e você tocou a minha cicatriz eu vi isso, acho que era você criança, sentado no colo de uma senhora falando sobre essa lenda. Você acha que sou eu, a sua pessoa de luz?
- Eu achava isso no começo, agora eu tenho certeza, é você, o meu amor eterno.
Ele se aproxima e me beija, se afasta e sorri.
- Você vê a luz?
Eu me afasto mais.
- Que luz?
- A sua luz, a minha luz...
Eu me puxa e volta a me beijar, tira a minha camiseta e beija do meu pescoço até a barriga, então se afasta e fica em pé, estende a mão e eu seguro, quando olha para o piano e sorri eu digo.
- Nem pensar, eu gosto muito desse piano e tenho certeza que ele não aguenta.
Ele se aproxima beija minha boca, o meu rosto e então diz.
- Ele aguenta se eu te foder.
Ele se afasta e fica me olhando.
- Eu posso anjo?
Eu penso sobre isso, nunca fizemos, mas não vejo porque não tentar, então eu aceno e ele sorri. Definitivamente a criatura mais perfeita.
Ele me beija e me levanta fazendo eu sentar no piado, tira a minha calça, se abaixa e pega o meu pé, vai beijando por toda a minha perna, quando chega na parte de cima da coxa beija o meu pênis e faz a mesma coisa com a outra perna. Se levanta e começa a tirar a cueca enquanto me olha.
- Vai mais para cima anjo.
Eu olho para cima e me arrasto, ele abre as minhas pernas e da um impulso ficando no meio delas, se deita sobre mim, me beija e levanta as minhas pernas.
- Tem certeza anjo?
- Tenho.
Ele fecha os olhos e começa a me penetrar enquanto geme, quando me olha eu sorrio.
- Eu também não quebro.
Ele sai e entra com tudo e sensação é incrível, ele vai entrando e saindo rápido e com força e o piado começa a sair do lugar, mesmo assim acho que não vai ter nenhum dano, ele começa a se mexer devagar e olha nos meus olhos.
- Eu te amo!
- Eu também te amo!
Ele volta a acelerar enquanto me beija, fecho os meus olhos e sinto a energia que nos envolve, então eu percebo, é isso que ele consegue ver, é a essência de anjo dele que se conecta com a minha, por isso a nossa conexão é tão forte.
- Fica comigo anjo.
Ele começa a entrar com forca, eu me concentro nele, gememos juntos, gozamos juntos. Ele se deita sobre mim e beija o meu peito.
- Isso foi incrível.
- Incrível!
Quando se acalma ele desce do piano e me ajuda a descer também, ele olha para a minha barriga e para a dele.
- Podemos tomar um banho?
- Claro.
Ele segura a minha mão e me leva para o banheiro do corredor, mas eu o seguro.
- Esse não.
Levo para o banheiro do quarto e ele sorri, ligo a banheira e ele me abraça.
- Você quer voar?
- Quero!
Ele beija e eu aproveito cada minuto dessa sensação, cedo demais ele para. Desliga as torneiras e entra na banheira, me puxa e faz eu ficar atrás dele, então deita em mim. Eu o abraço e ficamos em silêncio.
- Eu falei com o meu bisavô.
Fico surpreso com isso.
- E o que ele disse?
- Ele falou para eu te levar lá na colheita, a vila estará vazia, mas ele vai ficar para nos receber.
- Por mim tudo bem. O Mark pode ir junto? É algo que ele gostaria de ver.
Ele suspira e não responde.
- Você não gosta dele, não é?
- Eu não gosto de vocês serem tão próximos.
- Ele é o único amigo que eu tenho nessa geração.
- Ok, você pode levar ele.
Eu beijo a sua cabeça e ficamos em silêncio mais um pouco.
- Posso perguntar uma coisa?
- Sim.
- Quantos anos o seu bisavô tem?
- Porque?
- É algo do sonho, vocês falam sobre a idade dele, então se eu estiver certo ele deve estar com quase oitocentos e oitenta e poucos anos.
- E isso mesmo.
Ouvir isso me deixa feliz
- Você vai viver por tanto tempo?
- Se nada acontecer comigo vou sim.
- Nada vai acontecer, eu não vou deixar, eu prometo.
Fecho os olhos e estou em júbilo, ele vai ficar comigo por muito tempo, talvez esse seja o meu céu!

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