(Tragedy Version)

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~ Ah, eu sou o melhor comediante...

Kim olhou novamente.

Desviou o olhar.

Olhou mais uma vez.

Ele não conseguia impedir que seus olhos caíssem sobre os lábios muito cheios do garoto no outro lado da passarela.

Ele amaldiçoou Anakinn Theerapanyakul novamente.

Ele tem certeza que deve toda sua atual miséria ao líder da família. Afinal, o que é que o pequeno irmão da musa de Anakinn poderia querer que o noivo Theerapanyakul não conseguiria no mesmo instante.

Além disso, Kim suspeita que seu querido irmão pode saber sobre coisas da relação entre Kim e Porchay que Porsche não sabe.

Do contrário, Kim duvida que Porsche permitiria que seu irmãozinho chegasse a centímetros de qualquer lugar em que Kim pudesse pisar, quanto mais permitir que pudessem se esbarrar por aí enquanto Porchay constrói sua carreira na indústria do entretenimento.

De qualquer maneira ele achava que Kinn estava se vingando por seu muso-namorado sem precisar colocar Kim em risco de vida real para isso.

Então é claro que Kinn tem alguma responsabilidade no circo que a vida de Kimhan se transformou.

Quando Porchay rejeitou Kim após ele colocar seu coração e suas vísceras em uma canção que desnudou Kim para o mundo e para os olhos de Porchay e mesmo assim não foi o suficiente, Kim saiu.

Bem assim.

Kimhan Theerapanyakul era conhecido por ser o príncipe da máfia tailandesa, um estrategista único no mundo do crime, uma arma viva e mortal.

Ele não era conhecido por ser bom em relacionamentos.

Não que ele tivesse muitos, ele geralmente chupava quando o assunto era realmente lidar com as pessoas. Em geral, Kim se limitava a dar ordens, fazer ameaças - que eram mais como avisos - e interagir com sua família por pura obrigação, nas raras vezes em que isso acontecia.

Então ele saiu.

Quando Porchay o bloqueou, deixando claro que o que ele ofereceu não era suficiente. Que se Kim tinha oferecido cada célula cruel e estragada de seu ser, ele próprio jamais seria o suficiente para alguém tão bom e puro quanto Porchay.

Kim arrumou suas malas literais e metafóricas e saiu.

Ele mergulhou em seu mundo de WIK internacional, fez vários shows e eventos fora da Tailândia, aceitou convites de marcas de moda da Europa, fez ensaios para revistas estrangeiras e se trancou em estúdios de música alugados pelo resto do tempo. Ele morou em hotéis e se afundou em suas tarefas, pegando mais trabalho e aviões do que qualquer ser humano seria capaz de fazer.

Mas tudo bem, porque Kim não era humano. Ele era apenas uma casca vazia e funcional.

E tudo estava bem.

Ficou bem por quase dois meses, mesmo que ele tivesse perdido peso e não dormisse por dias sem o uso de alguns estimulantes de sono. Mesmo que ele comesse muito mais comida embalada do que real. Ele estava funcionando, ele estava trabalhando e estava cumprindo com seus compromissos. Tudo estava bem.

Até que não estava.

Isso aconteceu em Los Angeles.

E é claro que tinha que acontecer na Cidade dos Anjos.

Kim, não, WIK, estava na cidade para um desfile da nova coleção da Versace, uma de suas marcas globais.

Após o desfile e o jantar do primeiro dia com os diretores de marca e outros rostos da coleção mundial, Kim voltou para o hotel não tão cansado quanto imaginava. Ele tinha se preparado para a experiência ser muito mais dolorosa, já que comparecer a esse tipo de evento exigia dele sorrisos mecânicos e muita socialização sem sentido. Mas incrivelmente aquela noite foi agradável, havia rostos conhecidos da indústria de entretenimento asiática no evento e todos os atores e modelos estrangeiros que ele conheceu foram realmente gentis.

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