Capítulo 62

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Christopher= Está aí, é? – sorriu ao vê-la. – Seu banho está pronto. – ela entrou no banheiro e foi até ele. – Quentinho, com pouco sabão, do jeito que você gosta. – ela o abraçou. – E pouco perfume. – beijou a testa dela, que fechou os olhos e escondeu o rosto em seu peito. – Te amo, sabia? – sussurrou. – Meu dia começou no instante em que você voltou para casa. – acariciou as costas dela. – Nunca mais te deixo sair sem ouvir o quanto eu te amo, Dul. – disse sincero. – Nunca mais. Você é tudo... – ouviu-a chorar. – Dul? Amor? – o choro dela aumentou. – Dulce!
Dulce= Hoje foi o pior dia da minha carreira. – desabafou. – Eu me arrependi tanto de ter vindo. Tanto!

Christopher= Hey... – tentou falar, mas naquele instante, sentiu que não sabia o que deveria dizer, então a abraçou um pouco mais.

Dulce= O que foi que eu fiz, Christopher? – soluçou. – Destruí a nossa família, machuquei o nosso filho.

Christopher= O que é isso? – franziu o cenho e tentou separar-se dela para poder mirá-la, mas a morena seguia abraçada a ele. – Amor, o que é isso? Me deixe te ver. De onde estão saindo essas ideias? Pelo amor de...

Dulce= Não deveria ter vindo. – a frase saiu em português, estava cansada até mesmo para pensar.

Christopher= Trabalhar hoje? É isso? – mudou o idioma para seguir o que era natural para ela.

Dulce= Não. Ter vindo para cá. – separou o rosto do peito dele. – Tirei a gente de perto de todo mundo, estou fazendo uma bagunça com o Gustavo e a nossa fami...

Christopher= Não continue. – segurou o rosto dela. – Nem continue com isso, porque lá no fundo, no seu interior, você sabe que não é verdade.

Dulce= Ou sim. Não é justo que, uma criança tão pequena, passe por tantas mudanças, que fique longe da família, que seja exposta a tantos idiomas, que sofra por...

Christopher= Pare, por favor. – encostou o rosto ao dela. – Pare. Isso não é justo com ninguém. Nem com você, nem comigo e nem com o Gustavo.

Dulce= Christopher. – tentou soltar-se, mas ele manteve-se da mesma forma com ela.

Christopher= Você recebeu um convite, e um convite que realmente fez brilhar os seus olhos e que fazia jus a profissional incrível que você é. – ela fechou os olhos. – Eu escolhi vir.

Dulce= Mas não...

Christopher= Porque te amo, porque sinto orgulho de você, porque desejo te ver crescer ainda mais. – deu um selinho nela. – E porque isso é parte do casamento, meu amor. Isso está contido em tudo o que dissemos naquele 12 de julho. Cada palavra, minha vida. – ela voltara a chorar. – Gustavo ama você. Ele sempre amará você e te apoiará, ainda que não saiba falar isso agora. Eu tenho a certeza de que nossos momentos felizes com ele superam, e muito, as dificuldades que passamos. Não há criança mais amada ou mais feliz neste mundo. – voltou a abraçá-la. – Nós te amamos tanto, vida. Nunca pense o contrário.

Ela não conseguiu falar, os sentimentos estavam bagunçados dentro de si, e o medo parecia ganhar a todos os outros.

Christopher secou cada lágrima que escorria entre as bochechas da esposa, livrou-a calmamente da roupa e entrou com ela na banheira.

Sentou-se e deixou a morena com as costas em seu peito. Deslizou as mãos pelos braços dela, beijou-lhe os ombros e aos poucos notou como ela ia pendendo a cabeça para trás, até que estivesse completamente confortável no peito dele. Ela fechou os olhos em seguida.

Christopher não teve sequer coragem de acordá-la, deixou que ela dormisse em seu peito, e permaneceu em silêncio, agora deslizando as mãos pela barriga dela; adorava os períodos em que a esposa estava grávida e ele tinha a oportunidade de cuidá-la de tal forma.

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora