1-

482 32 6
                                    

jessie's pov

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

jessie's pov

Quinta feira era a noite dos garotos.

Não importa quantas vezes eu tenha dito que isso era infantil, essa era uma da regras preferidas de Couto.
Às quintas feiras, depois das oito da noite, eu precisava desaparecer. Ele não se importava que eu tivesse uma reunião importante no trabalho no dia seguinte — como era o caso daquela quinta feira em particular — e precisasse de uma boa noite de sono. De preferência na minha própria cama. Não, nada disso. Eu só podia voltar ao apartamento quando os caras já estivessem ido embora. O que geralmente não acontecia antes do amanhecer.

Se eu soubesse que as coisas seriam assim há cinco meses quando conheci Nicholas Coutinho — e fui morar com ele — eu talvez tivesse procurado outro lugar pra ficar.

Tá bom.

Certo, a quem estava tentando enganar? Eu não tinha outro lugar pra ficar e ainda não ganhava o suficiente para pagar o aluguel de um apartamento como aquele sozinha.
Talvez uma caixa de fósforos no Harlem — onde eu correria o risco de ser assaltada ao colocar a cabeça para fora da janela — mas não um apartamento luxuoso na parte nobre, a apenas algumas quadras de distância da galeria de arte onde eu trabalhava.

Eu podia ir a pé para o trabalho! Nada de enfrentar o absurdo do trânsito em São Paulo nem o terror dos transportes coletivos. E se para isso eu precisava passar uma noite por semana no sofá desconfortável da minha melhor amiga para o meu colega de quarto folgado poder beber e assistir ao canal de esportes na TV com sua trupe de amigos fracassados...quem era eu pra reclamar?

Mas eu reclamava.

Não para Couto, é claro, já que ele só diria que não reclamava quando eu abria o berreiro enquanto assistia Tarde Demais Para Esquecer, então eu não tinha o direito de falar nada, mas Clara — minha melhor amiga e verdadeira culpada por eu estar nessa situação — me ouvia bastante. Os insultos contra meu colega de quarto e seu estilo de vida depravado nunca pareciam ter fim. É claro que chegava uma hora em que os insultos passavam a ser dirigidos a ela, porque se ela não fosse tão completamente irresponsável e impulsiva — e não tivesse encontrado o amor da sua vida — nós ainda estaríamos morando juntas, felizes e contentes.

Mas voltando ao colega de quarto filho do capeta, eu sempre achava algo para reclamar dele. Clara dizia que eu parecia uma velha de 80 anos reclamando do marido. Já Luccas Abreu, o noivo dela, dizia que eu nunca seria tão estúpida a ponto de me casar com um cara como Coutinho, e que eu estava muito bem com o Yuma.

É claro que eu tinha que concordar com o Luccas. Yuma seria o Colin Firth e Couto seria o Hugh Grant, se a vida fosse O Diário de Bridget Jones.

E nem preciso comentar o fato de que Colin Firth interpretou Mr. Darcy na minissérie Orgulho e Preconceito da BBC. Isso já diz tudo.

— Eu vou querer uma galinha Kung Pao, uma porção de guiouza...frito, por favor...seis rolinhos primavera, duas porções de lula apimentada, três porções de arroz yakimeshi e...um lombo frito. — ia dizendo Clara ao telefone. Normalmente eu cozinhava quando passava as noites de quinta-feira na casa dela, mas com a mudança, as coisas estavam muito bagunçadas para se fazer qualquer coisa mais complexa que esquentar água para um chá na nova e grande cozinha do futuro casal Abreu.

erro perfeito!! | jessie e coutinho/coussie adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora