Capítulo 45

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LAILA HÉRNANDEZ

— Ocupada? – Asier aparece na varanda do nosso quarto, usando suas roupas habituais. Minha sogra acabou de ir embora, então decidi subir e tomar um banho. A noite já está chegando, então ficar aqui observando o sol de pôr, é lindo.

— Não. – ele se senta ao meu lado no sofá, observando a mesma paisagem que eu. – Aconteceu alguma coisa?

— Apenas quis vê-la. – ele entrelaça as mãos, focando o olhar nelas. – Eu tive uma noiva antes de você.

— Noiva?

— Sim. Marie. – ele me olha – Marie Rolásik. Ela era a única mulher que conseguia meu afeto, apesar de ser muito impaciente, mostrava o quanto estava disposta à ser apenas minha. Marie era filha de um empresário famoso, que estava na lista de favores do meu pai e em uma reunião em sua casa que acabei conhecendo sua filha mais velha, que era ela.

— E o que aconteceu?

— Eu me vi encantado pela bela menina de olhos castanhos e cabelos longos. – minha boca se abre com o que ele diz, uma dor no peito me faz morde os lábios – De início eu percebi sua personalidade forte, um tanto mandona e que odiava ser feita de pássaro em uma gaiola de ouro, assim como você. Ela apenas me conquistou com o seu sorriso caloroso, olhos brilhantes e carinho admirável por mim. Ficamos secretamente até ela completar vinte anos, já que na época que nos conhecemos, ela tinha dezoito.

— Em seu aniversário de vinte anos eu a levei para uma viagem à Paris, eu já era o chefe da Máfia Espanhola e diante à torre enffel, eu a pedi em casamento. Foi a coisa mais insana que fiz em toda a minha vida, estava verdadeiramente apaixonado. – Asier me olha, e posso ver a dor em seus olhos azuis – Mas após o anúncio do nosso noivado, começaram a caça-lá. Meus inimigos a viam como uma forma de atacar, e foi isso que fizeram.

— Eles.. eles a..

— Mataram. Faltava apenas dois meses para o nosso casamento, quando ela foi encurralada em seu carro enquanto estava retornando da faculdade para casa. Eles a mataram, arrancaram sua cabeça e me enviaram como um presente. Depois daquele dia, eu nunca mais fui o mesmo. Marie se foi, e com ela se foi a minha esperança de uma vida normal.

— Então porque você se casou comigo? – engulo seco, a dor que se forma em meu peito.

— Porque eu te amei assim que à vi. Não posso explicar com clareza o que senti, mas quando meus olhos encontraram os seus, foi como uma nova esperança crescendo em mim. – Asier pega na minha mão, que está gelada e bem trêmula – Você me trouxe a esperança, me mostrou que não sou o monstro que eu pensava ser, depois que Marie se foi.

— Você me ama? – sem conter as lágrimas que insistem em descer, só consigo abraçá-lo como um refúgio. – Isso é sério?

— Sim, Laila. O sentimento que tenho por você é verdadeiro, pode ser intenso demais e até possessivo. Mas ele existe, é ele que me faz acordar todos os dias.

— Eu tenho uma coisa pra você. – me afasto dele, limpando as lágrimas e saio correndo até o quarto. Pego o envelope e volto para a sacada, me sentando ao seu lado – Abra.

— O que é isso? – pergunta, já abrindo.

— A demonstração do meu amor por você. – ele me olha confuso, mas quando lê o que está escrito, os olhos azuis se enchem de lágrimas.

— Você está grávida?

— Sim, Asier. Vamos ser papais.

Vendida Pra Ti - Série Milionários 01Onde histórias criam vida. Descubra agora