Três

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JANE

Adolescentes de quatorze anos não podem dirigir.

Mas quem diz o que Max Mayfield pode ou não fazer?

O banco do carro dela começa a aquecer, o que me causa arrepios pelo frio que passei fora dele. Eu estava no carona bufando ar frio enquanto Suzie fechava a porta traseira do carro.

— Pode me levar primeiro, Max? Minha mãe tá meio puta que eu não fui no horário que ela pediu. — Suzie praticamente suplica. Sua franja estava um pouco mais longa do que o habitual.

Max deu de ombros e depois olhou para mim. Sua mão fixa no volante, o que me deixava um pouco atordoada.

— Tudo bem por você, Jane? — ela pergunta.

— Tudo. Meu pai ama a Chrissy, eu poderia dormir lá sem avisar que ele estaria bem.

Max assente. Suas bochechas estavam rosadas pelo frio, um ótimo contraste com suas sardas. Ela dá partida no carro.

***

Max estaciona na frente da minha casa. Meu pai havia se casado com Joyce a alguns meses, mesmo assim nunca acostumei que nossa casa multiplicara de tamanho. No rádio do carro tocava Eyes Without a Face baixinho.

— Obrigada pela carona — agradeci a ela, já com a mão na maçaneta.

Ela sorriu e eu comecei a abrir a porta do carro, mas antes que eu concluísse o ato ela segura minha mão esquerda. O contato da mão quente dela com a minha fria faz meu corpo se arrepiar.

— Preciso falar uma coisa com você.

O jeito que ela me olhou quando disse isso foi o suficiente para que eu fechasse a porta num baque.

— O que foi? — perguntei, sem soltar a mão dela.

— Você não respondeu aquela pergunta.

— Que pergunta?

Ela entrelaça nossos dedos. Minha mão formiga por completo.

— Quem você ficaria do nosso grupo?

Segurei-me para não desviar o olhar do dela. Max ansiava pela resposta tanto quanto eu ansiava pelo toque dela.

Rio sem som.

— Preciso mesmo dizer?

— Se você não dizer eu não vou saber, então sim.

Minhas bochechas pareceram queimar e eu peço em silêncio para que ela não perceba isso.

Respirei fundo antes de respondê-la.

— Você.

Ela fica em silêncio por alguns segundos, como se pensasse a respeito.

MAX

Era como se várias peças de um quebra-cabeça se unissem na minha cabeça lentamente. Mas eu não precisei pensar para perguntar:

— Então por que nunca o fez? — sorrio. — Eu sempre deixei bem claro que beijaria você, Jane. Eu te beijaria em todas as vezes em que você pedisse.

Meu coração estava disparado no peito. Todo meu corpo borbulhava por ela. Todo meu corpo pedia por ela. Era isso que ele sempre precisou.

Jane desviou o olhar.

— Não é fácil assim pra mim, Max — ela assume.

— Então como posso te ajudar com isso?

Ela respirou fundo.

— Sinceramente não sei — Jane fecha os olhos com força. A vergonha dela chega a ser algo fofo. — Você não entenderia o medo que eu tenho de beijar.

Apertei a mão dela mais forte.

— Beijar não é uma coisa de outro mundo, Jane. Eu sei que é meio confuso pra quem nunca fez isso, mas é que nem andar de bicicleta, você sabe como fazer, só tem que treinar um pouco.

Ela olha para mim e rimos juntas. Meu coração acelera mais.

— Desculpa essa comparação besta que fiz agora. Sei que é algo difícil para você e vou respeitar isso.

E então Jane me puxou pelo pescoço, selando nossos lábios por poucos segundos. Minha boca formiga na dela.

Mas não passa disso, porque ela me abraça forte. Sinto seu corpo tremer sob o meu. Sinto-me cada vez mais preocupada.

— Jane, tudo bem?

— Eu realmente tenho medo de não fazer certo e te decepcionar — ela disse com a boca no meu pescoço. Meu corpo se arrepia.

— Você confia em mim, né?

— Confio. Não é questão sobre você, eu quero muito mesmo te beijar, Max. Sempre quis.

Meu estômago se embrulha dentro de mim. Eu a aperto mais para perto, o aroma de morango e café invadem minhas narinas.

E então ela me soltou. E de repente começou a dar vários selinhos em meus lábios. Quando um selinho prevaleceu, pedi passagem com a língua. Ela permitiu, depois agarrando minha cintura.

Meu corpo pegava fogo e ao mesmo tempo o frio na barriga só parecia aumentar. Ela ainda estava com gosto do chocolate quente. Mas além disso, ela tinha gosto de inverno, um mais forte e mais arrebatador do que qualquer um que já tenha passado por Hawkins.

Eu gostava de beijar a Talia, mas beijar Jane era algo totalmente diferente. Eu abracei sua nuca, desejando ela cada vez mais perto. Quando nossos seios se tocaram por cima da roupa, ela arfou em meio o beijo.

Depois de alguns milagrosos minutos dentro do meu carro, ela se afastou. E antes de sair do carro, deu-me um selinho longo e disse:

— Boa noite, Max. Muito obrigada por hoje.

— De nada. Boa noite, Jane.

E essa foi a última vez que saí com Jane.

Não só com Jane, mas com o grupo inteiro.

Seus Beijos Ainda Tem Gosto De Inverno | ElmaxOnde histórias criam vida. Descubra agora