Enquanto isso
Pedro estava deitado sobre a terra. O celular soltou de sua mão e caiu no chão. Pedro levantou e sentiu sua perna doer. Pedro quase gritou de dor. Ouviu vozes se aproximando. Pedro olhou ao seu redor, estava tudo escuro. Sentia insetos subirem em suas pernas.
Então Pedro viu um à sua direita, uma grande abertura. Era um túnel que ia mais fundo para dentro do poço. Pedro não tinha escolha, estava com a perna machucada e não tinha nada para se defender. Ouvia as vozes se aproximando ainda mais. Mandou até o túnel e entrou. Usou a lanterna do celular da garota para não ficar totalmente no escuro.O túnel parecia não ter fim. Tinha estacas de madeira pelo resto do túnel. Pedro olhava aquilo e seu medo aumentava quando via coisas que não eram estacas, eram ossos. Torcia para aqueles ossos serem de animais. Pedro continuava a caminhar rezando para ter uma saída. Enquanto andava, Pedro não parava de pensar em Joe, será que aquilo que ele vira correr em direção da cidade tinha pegado Joe? Muitas coisas passavam na cabeça de Pedro.
Um grande cheiro impregnou o ambiente. Pedro quase vomitou. Era um cheiro de carniça. Estava tão forte que sua cabeça doía. Caminhou o mais rápido que pode. Então ele avistou algo no túnel. Parecia uma saída.
Uma gota de esperança surgiu em Pedro. Por um momento esqueceu da dor. Assim que chegou no local, percebeu que não era uma saída. Era uma "sala". Parecia uma toca. Não tinha saída. Pedro sentiu as pernas doerem de novo. Sentou no chão e entrou em desespero. O cheiro de carniça não parava e parecia ficar pior. Na sala onde estava, era completamente de terra. No centro dela, Pedro percebeu que tinha uma elevação formando meio que uma mesa. Pedro apontou o celular para essa elevação. Viu restos de velas, algumas mais derretidas que outras. Pedro se aproximou da "mesa" percebeu automaticamente que tinha algo em cima daquilo. O cheiro não parava, as vozes pareciam estar do seu lado. Pedro quase gritou. Eram ossos humanos. A caveira, a caixa torácica e seus braços. Tudo estava em cima daquela pequena elevação de terra.
Os ossos estavam pretos. Saia fumaça, era como se tivesse acabado de parar de queimar. O cheiro piorou. Pedro tampou o nariz. O celular tocou. Rapidamente desligou. Pedro leu quem tinha ligado esperando que fosse Joe, mas era "mãe". Pedro sentiu o coração doer agora. Então sentiu anciã de vômito.
Colocou o celular em cima da elevação de terra, e começou a tossir. Ouvia vozes, mas não eram vozes de adultos, eram vozes de criança.Parecia um sonho, Pedro olhava ao redor. Estava em algum lugar que queimava. Sentia muito calor, sua pele ardia. Escutava um grito de uma mulher e um choro de uma criança. A cabeça de Pedro parecia que iria explodir a qualquer momento. Então sentiu as mãos queimando, olhando para elas, escutou uma voz familiar:
- VOLTE PARA O INFERNO, CRIATURA NOJENTA. MORRA.Pedro chorava, sua pele ardia que parecia derreter.
- POR FAVOR, ME DEIXE IR. DEIXE MINHA FILHA IR. APENAS EU, APENAS MATE A MIM.
A mulher gritava para o homem que mandava ela para o inferno. Doía, doía muito. Estava queimando vivo. Pedro sentiu uma mão em seu ombro. Olhou. Uma mulher magra e alta e seus olhos vazios. Pedro quase gritou mas então sentiu um soco em seu rosto. E caiu no chão. Já não estava em meio ao fogo. Estava na sala. No meio da escuridão apenas iluminada pela luz do celular, Pedro viu duas pessoas encapuzadas. As mesmas que tinha visto na casa. Então elas tiram o capuz.
- O que vamos fazer com ele? - Disse um deles.
- Leve para o carro. Ele teve contato com a mulher.A voz era familiar. O rosto não era visível para Pedro cuja cabeça latejava de dor. Essa voz, essa maldita voz. A mesma voz que ouvira quando queimava vivo. O homem encapuzado se aproximou de Pedro.
- Quem diria que você estava ao meu lado não é, Pedro?
Era o Padre.
Era ele que ouvia gritar ao meio as chamas.
Pedro desmaiou.Continua....
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Nunca saía sozinho
Mystery / ThrillerAs pessoas não são como parecem ser. Joe é um adolescente de 12 anos. Ele mora em uma cidade aparentemente muito feliz. Mas todos os moradores dessa cidade seguem uma regra: NÃO É PERMITIDO QUE NINGUÉM SAÍA DE CASA DEPOIS DAS NOVE HORAS DA NOITE. M...