Vermelho sangue e Carne humana

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Hashirama.

— Vai ser ótimo! — digo animado enquanto pulo à frente de Madara.
— O que você está aprontando? — pergunta, arqueando uma sobrancelha.
— Nada, ué. Não posso querer uma viagem de casal com o meu namorado? — minto, colocando a mão na cintura.
Ele riu, alisando minha cintura.
— Vai ser legal — sussurro, colocando minhas mãos em seu rosto e beijando-o.
— Se é o que você quer, então faremos isso — afirma, sorridente.
— Você vai querer também, eu prometo que será uma ótima viagem de casal — respondo, dando-lhe um beijo. Ele aperta mais a minha cintura.
— Sei que sim, contigo tudo é maravilhoso — sussurra em meu peito.
— E ainda bem que mudou de ideia, porque já comprei as passagens — confesso, e ele solta uma risada. Puxando-me para o seu colo, olhamos algumas opiniões sobre o local.

O lugar é deslumbrante. A relva baixa divide o espaço com um caminho de pedras acinzentadas, enquanto luminárias altas iluminam todo o trajeto.
Por dentro é ainda mais espetacular: luzes suaves trazem conforto ao olhar, mesas de madeira castanha são cercadas por cadeiras de couro preto. No centro de cada uma há uma vela protegida por um recipiente de vidro. Ao fundo, avista-se um bar com balcão de madeira e cadeiras altas. Um simpático barman serve as pessoas.
Este é simplesmente o restaurante perfeito. Será a melhor experiência como casal que poderemos ter.
Abracei-o com esse pensamento.

[...]

Com o céu nublado, o dia torna-se escuro e frio. Mesmo assim, isso não nos impede de ir ao restaurante, afinal, nada que um casaco grosso e um par de luvas não possa resolver. Ao chegarmos ao local, fomos recepcionados por uma jovem que está trajando um terninho. Achei fofo. Logo fomos direcionados à mesa, e o restaurante é muito mais bonito pessoalmente do que nas fotos. Parece um sonho. Havia outras pessoas presentes, talvez cerca de cinco casais.

Olho ao redor, deslumbrado, como tudo parecia perfeito nem mesmo o menu me desaponta; os pratos tem um ótimo custo e são feitos com alimentos conhecidos. Isso, com certeza, fará Madara reclamar. Ele sempre diz que um restaurante impopular deve servir comida impopular.
Lembro-me de um dia em que fomos a um lugar assim e um dos pratos principais era apenas um peixe assado sem adereços. Achei que ele iria enlouquecer naquele dia, boas lembranças que sempre me arrancam risos.
— Que menu... interessante — reclama Madara, e eu solto um riso nasalado. Observo o garçom vindo em nossa direção e tratei de colocar o menu ao meu lado. 
— Os senhores já sabem o que vão pedir? — pergunta o homem de cabelos pretos penteados para trás.

Madara respondeu à pergunta, fazendo nossos pedidos, e eu pedi a sugestão do garçom para o vinho. Uma música ambiente está tocando, mas as vozes dos casais abafam às vezes. Eram jovens, talvez estejam em encontros ou comemorando aniversário de namoro igual nós.
— O que você está achando? — A voz de Madara tira-me do transe.
— Estou gostando, para ser sincero. — Bebo um gole do vinho.
— Percebi, para mim está mais ou menos. É um local bonito, mas o cardápio não me atraiu muito — explica, meio desanimado. Seguro sua mão por cima da mesa e sorri. — Eu te amo.

Essas palavras sempre são doces como mel quando saem de sua boca, eu poderia enchê-lo de beijos aqui e agora. Por trás de Madara, vejo a moça da recepção nos observando e rapidamente meu sorriso some. Solto sua mão e me ajeito na cadeira, o moreno na minha frente agora me encara confuso.
— Tinha alguém olhando para a gente — digo baixo.
— E daí? Eu não me importo, sei brigar se for preciso — ameaça de forma firme.
— Não acho que brigar em um restaurante chique seja um ato de muita educação — repreendo, bebendo mais um pouco de vinho enquanto limpo a garganta.
— Verdade, chique mesmo é ser homofóbico — ironiza, logo bebendo um pouco do vinho também.
— Você não sabe se era isso — contesto, encarando-o de forma séria.
— E por qual outro motivo alguém... — O prato nos interrompe quando é servido. O garçom coloca mais um pouco de vinho para nós.
— A carne é uma surpresa do chef para vocês. — Ele sorri e se retira.

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