O espírito entre as árvores.

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⚠️ Atenção⚠️
A história contém agressão e assassinato.

⭐ Boa leitura ⭐

O caçador Marcos acordou em sua pequena cabana, mais uma vez ensopado de suor pelo calor e que se fazia presente naquela colina.
Enquanto levantava da cama, indagava a si mesmo:

"Por que não escolhi morar perto das árvores?"

Vestindo-se adequadamente e pegando suas armas, saiu de sua casa e foi em direção ao rio para um banho.
Ao chegar, se despiu de suas roupas e começou o familiar banho matinal. Era quase como uma regra para ele, visto que não acordava muito bem sem um devido banho.
Ao terminar, vestiu novamente as roupas e seguiu para a cabana de seu conhecido, Lucas.

Este último era um homem de olhos amêndoa corpulento de 1,90 de altura, barba castanha longa acompanhada de um bigode e quase nenhum cabelo ao topo da cabeça. Morava com seu irmão gêmeo, Carlos, as esposas dos dois e seu irmão mais velho, Thiago. Mesmo seu irmão sendo três anos mais velho, ainda sim Lucas era o maior dos três, e de longe o mais forte.
Marcos não chegava perto disso. Tinha cerca de 1,70 de altura, porte médio e pouca barba. Diferente dos três irmãos, não possuía bigodes e tinha, em contrapartida, uma boa quantidade de cabelo. Aos seus 36 anos, era além de tudo o mais novo dentre eles.

Marcos bateu na porta, ouvindo desde longe a conversa animada dos três ali dentro. Uma coisa que ele nunca entendeu foi a capacidade dos três de fazer o maior barulho possível quando o sol mal tinha acabado de raiar. Bom que os vizinhos mais próximos ficavam à cerca de bons dois dias de caminhada dali.
Assim que a porta foi aberta por Thiago, Marcus viu cinco figuras que nunca tinha visto antes na vida rindo e bebendo perto de Lucas.

Dois homens tinham cabelos loiros, dois tinham cabelos castanhos e o outro tinha os cabelos e a extensa barba tão negros quanto o ébano.
Todos, sem exceção, eram corpulentos tal como Lucas e alguns até mais altos, o que fazia o seu irmão gêmeo parecer um adolescente em comparação à eles. Ao menos Thiago, com seus 1,80, não ficava tão diminuto perto de tão brutas figuras. Os cinco tinham estranhas cicatrizes no rosto, nos braços e no torço em geral. Além das cicatrizes, o mais estranho era o tom de pele mais claro, que fazia com que os irmãos e o próprio Marcos se destacassem.
O irmão mais velho foi logo o recebendo.

— Meu jovem, entre, venha. Veio por conta de caça em conjunto que propomos, não é?

Marcos, mesmo relutante de acabar esmagado por uma daquelas paredes de músculos desconhecidas, entrou.

— Sim. Mas vejo que estão recebendo novas pessoas. Um evento um tanto quanto anormal por esses lados da floresta, não?

Foi Carlos quem o respondeu, se aproximando. Os outros ainda conversavam de modo bem animado bebendo algo de cheio forte. Marcos nunca tinha visto aquilo e, precocemente, odiou o cheiro.

— Eles vieram do Sul. Acredita? Vão caçar conosco hoje. Chegaram em pequenas cabanas móveis, puxadas por cavalos! Por que nunca pensamos nisso? Haha, venha beber cerveja, amigo! Eles trouxeram como um presente para nós.

Carlos, animado e com um hálito pior que o habitual, pôs o braço por cima dos ombros de Marcos, o levando para perto das figuras estranhas.

Um dos homens de cabelo castanho, que tinha olhos negros, olhou para Marcos e Carlos, exclamando:

— Veja só! Quem é essa figura nova? Mais um irmão de vocês?

E quase todos riram. Pareciam estranhamente animados, sobretudo os gêmeos.

— Me chamo Marcos. Vocês vieram do Sul mesmo?

O mesmo homem de cabelo castanho pôs-se a responder.

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