BRUNA:
UNS MINUTOS ANTES..
EU: Sabe? Eu quero açaí.
LORO: Não, não, não.. Não, vou subir tudo isso, tá tão perto da casa do patrão.. não vou não, além do mais, tô te livrando daquela coisa horrível.
EU: Vou com ou sem você.. E horrível é essa sua cara.
Subo não dando atenção a ele, que corre me alcançando.
LORE: Não sei.. Mas tô sentindo mal aperto no peitoral aqui.
olho de cima a baixo ele e faço careta, só para zoar.
LORO: Tá me olhando assim porque? Olha esse peitoral aqui, ele até fala com tu, se liga.
Ele começa a mexer o peito imitando uma voz fininha.
LORO: Oii Bruna, vulgo patroa, eu sou o peitinho, o irmão do pintão e..
Começo a rir dele e volto a subir não dando atenção.
EU: Anda logo.
Assim que chegarmos em uma viela chamada Rodolfo, começo a ouvir tiros para todo lugar.
Loro me puxa para uma parede e fica na minha frente, como um escudo.
LORO: Porra! Deixei meu rádio em casa.
Fecho meus olhos, penso nos meninos em casa, Rafa, rô e meu neném.
EU: Lo.
LORO: Calma.. Vamos sair dessa.
Vejo um menino se aproximando por trás, bato no braço dele e o mesmo se vira mirando.
LORO: Porra kaka, não chega assim.
KAKA: Patrão tá procurando vocês, porque não responde?
Ele pergunta ainda atirando para a decida do morro.
LORO: Esqueci o rádio.
KAKA: Porque não está atirando, caralho?
LORO: Eu.. Eu..
Um tiro bate na parede do meu lado e grito de susto e medo.
Loro me olha e pega seu fuzil, começando a atirar também.
Me abaixo no chão e coloco a mão na barriga, não posso os perder.
Começo a chorar e aquela dor chata volta, levanto meu rosto e vejo o caveira descendo atirando e gritando com os seus.
LORO: Vamos patroa.
Ele me puxa para levantar, assim que me viro, ouço um tiro e como loro tava na minha frente, caímos e o mesmo caio em cima de mim.
Ele respira ofegante mas minha atenção volta para o tiroteio.
Caveira estava gritando, vi ele atirando no cara que estava no telhado .
Peço para o loro sair de cima de mim, já que ele era pesado e minha barriga estava doendo.
EU: loro?
Ele estava respirando baixo e seus olhos estavam fechados, levanto minha mão para tirá-lo de cima de mim, e sinto algo quente, quando olho, vejo que era sangue.
Me desespero e empurro ele com cuidado, ele cai para o meu lado e geme baixo.
EU: Meu deus.. Meu deus, loro?
Ele continua com os olhos fechado, coloco ele de lado e vejo aonde foi o tiro.
EU: Edu? Me ajuda, ele está.. ele..
Começo a chorar desesperada e tiro minha blusa, começando a pressionar o ferimento.
Coloco a cabeça dele no meu colo e aperto o ferimento.
Os tiros estavam abafados, não conseguia focar no que acontecia em minha volta, só focava nele.
EU: Caveira, por favor..( choro).. Ele precisa de um médico, por favor.
CAVEIRA: Amor.. CERÇA ELES PORRA, NÃO É PARA DEIXÁ-LOS SAIR.. Amor, já vou aí, espera um pouco.. MERDA.
Ele se afasta quando um tiro atinge aonde ele estava, puxo um pouco o loro que resmunga, olho para ele que abre os olhos.
EU: Vamos tirar você daqui, vamos levá-lo ao médico.
Passo a mão em seu rosto e vejo uma lágrima cair no rosto dele.
LORO: Na-não ch-hora.. Fi-fica fe-ia.
Do risada e abaixo um pouco, dando um beijo em seu rosto.
EU: Aguenta firme.
LORO: Na- não vou con-seguir.. Dói.. I-is..isso não va-i pa-rar ce-do.
EU: Cala boca.. Vamos conseguir.
Ele começa a tossir e sua respiração estava mais baixa ainda.
LORO: A-ai? E-eu..
EU: CAVEIRA.. (choro).. Por favor.
LORO: Pa-ra.. M-me ouça.
Caveira se aproxima de nós e o pega no colo, me levanto com um pouco de dificuldade por conta da dor.
Caveira me olha preocupado, mas balanço a cabeça.
EU: Estou bem.. Vamos.
Ele vai andando e tinha dois carinhas armados na nossa frente, vou atrás dele com a mão na suas costas.
EU: A-amor.. E-ele..
CAVEIRA: Voce precisa ficar calma, os bebês.. Ele vai.. vai ficar bem.
Cada passo que dávamos, seu sangue saia no chão.
Soluço e aperto meus olhos, passo a mão na barriga tentando diminuir a dor.
Assim que chegamos, ele entra gritando por enfermeiros. Ele coloca ele em uma maca e ele é levado.
ENFERMEIRA: Os senhores vão ter que ficar aqui.
EU: Mas..
CAVEIRA: Amor.. É assim, não podemos ficar lá.
Abraço ele chorando, ele retribuir e beija minha cabeça.
EU: Tô brava com você ainda..
CAVEIRA: É claro que tá.
Ele se afasta e me dá um selinho, se virando para os dois vapores.
CAVEIRA: Vocês vão ficar aqui.
Ele se vira para mim e sorri de lado.
CAVEIRA: Vou ter que ir.. Mas vou voltar para pegar você.. Ele vai ficar bem.
EU: Mas ele perdeu..
CAVEIRA: Ele vai ficar bem.. Vou passar em casa para ver as crianças, fecho?
EU:.. Fechou.
Ele me dá um selinho novamente e saia deixando os caras do meu lado, me sento para esperar e resmundos de dor.
Os caras olham para mim desconfiado, mas não falam nada.
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A Professora e o Dono do Morro(Em Revisão)
Fanficcaveira: - Que porra tu tem na cabeça caralho? Já mandei o papo pra tu que não somos nada. Bruna: - Para de vender suas malditas drogas para o senhor Rodrigues, o pai do Rogério! - Porra preta, foi mal.. só lendo para saber...