XIII || 𝐅𝐢𝐧 𝐝𝐞 𝐥𝐚 𝐥𝐢𝐧𝐞𝐚

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RICHARD RÍOS
SÃO PAULO - SP
3:30 a.m

Eu sei que pode parecer loucura sair de casa sexta  de madrugada, mas eu precisava e não poderia perder a oportunidade. A Luanna estava quase dormindo no banco da frente, então a coloquei no banco de trás junto de um travesseiro e uma manta, e pedi seu celular. -Mi vida, se importa se eu fizer uma ligação com seu telefone? -Claro que não, fica a vontade. Me chamem de louco, mas eu precisava de ajuda. De acordo com o OneFootball, o Flamengo ia jogar contra o Santos na Vila Belmiro, então estariam na cidade.

Ela estava em um sono profundo, então nem ligaria ou escutaria. A acordei antes e avisei, para que ela não ficasse com medo. -Ele não vai encostar um dedo em você, fica tranquila. -O que você quer dessa vez Luanna? Mais uma multa? -Alô? Aqui quem fala é o Richard Rios, e preciso que informe seu hotel e desça até porta de entrada imediatamente. -Eu não vou a lugar algum com vocês. -Olha, sei que me odeia, mas não consegue pensar na Luanna? Isso está fazendo mal para ela e- Fui interrompido por ela. -Alô? Gabriel? Me escuta por favor, eu sei de tudo, e se me ajudar, pago suas multas e limpo seu nome. -Tá, estou descendo.

Dirigimos até o hotel, e esperamos por cinco minutos até que ele aparece na frente. Desço do carro para chamá-lo, enquanto a Luanna volta a dormir. Neste momento senti que estava ganhando, mas ao mesmo tempo, pondo tudo a perder. Avistei ele saindo do saguão e já andei até a recepção para avisar onde o carro estava. -Boa noite, vamos precisar de sua ajuda para ir até a delegacia e dar uma queixa. -Se vai me entregar nem precisava ter me chamado. -Nada disso, só queremos que a coisa certa seja feita, agora vamos, por favor, no banco da frente. Quando ele entrou, pude sentir que a Luanna estava com medo, porque quando ela está com medo, ela fica cutucando as unhas, e mexendo nas cutículas. O que foi? Sou bom em sinais.

Ela me estendeu a mão pelo outro lado da cadeira, para que não ficasse visível, e era verdade. Sua mão estava gelada. Aumentei um pouco a temperatura do carro. Acho que ele percebeu que eu estava segurando a mão dela porque ficou com a cara fechada o resto do trajeto. Fomos em um silêncio pesado. Coloquei a música favorita dela no carro, e ela foi se acalmando, e sua mão ficando quente. Eu gosto muito da música também, e acabei me distraindo e nem senti o trajeto.

Car's outside - James Arthur

Don't wanna leave you anymore
Oh darling all of the city lights
never shine as bright as your eyes
I would trade them all for a minute more
But the car's outside

Eu lembro do dia que eu me declarei para ela, e como ela citou meu olhos. " seus olhos me acalmam", mas se ela soubesse como fico tranquilo quando ouço ela cantar. Sua voz ecoa na minha mente, e me enfeitiça, como uma sereia, a mais linda sereia. Enquanto vamos nos aproximando do destino, vou explicando o ocorrido. -Pode não querer acreditar, mais descobri que o seu parceiro Pedro batizava suas bebidas para que se tornasse agressivo, então nosso plano é usar esse fato para pegar o cara certo. -Beleza 'ô espertalhão, mas como que a gente vai ter prova? Você gravou eles conversando? -Bom, não. Mas podemos usar a palavra da Luanna, se ela ouviu, é verdade, pelo menos na Colômbia funciona assim. -Amigão, aqui no Brasil só com provas mesmo, vamos ter que repensar.

Estávamos sem ideias, e o trânsito de São Paulo não colaborou. Até que ouço o celular tocar, e uma ideia me vem à mente. -Gabi, os celulares, vamos usar as mensagens, você deve ter né? Sinto que ele ficou receoso em mostrar, então tento o deixar calmo e avisar que não vamos o colocar atrás das grades. -Nós temos que saber, toda prova será necessária, por favor, ajuda a gente, ajuda a Lu. -Ok, tudo bem, vou tirar uns prints e te mando. Nem pude acreditar que ele iria nos ajudar, a pessoa que ferrou comigo me ajudando. Mas como dizem no Brasil, o inimigo do meu inimigo é meu melhor amigo.

Chegamos na delegacia e fui acordar a Lu que estava dormindo tranquila no banco de trás. Entramos e retiramos uma senha. Ficamos sentados naquele banco de plástico por um tempinho, até que quando faltavam poucas pessoas na frente, Luanna me disse que iria ao banheiro. Nossa senha ainda ia demorar uns 5 minutos, então pedi que fosse rápida, senão não daria tempo de entrar na sala. Ela foi. Fui registrar o boletim de ocorrência e nada. Esperei mais uns minutos e nada. Nossa vez ia chegando e nada. -Senha 27, por favor!- Pediu a policial. Nada da Luanna. Nossa vez ia ser passada atrás, então fui sozinho até a sala e pedi que o Gabriel a levasse até lá quando ela saísse.

Não sei se fiz a escolha certa em deixá-la com ele, mas iríamos limpar o nome dele, então acho que não faria nada de errado. Fui até a sala e pedi o celular dele. Quando entrei na sala senti um calafrio, como se algo de ruim estivesse pronto para acontecer, mas dei meu depoimento e mandei as provas para a polícia para que começassem as investigações. Em todo o processo, nem sinal da Luanna, fiquei muito preocupado com ela, mas eu tinha que focar na hora e apresentar todos os detalhes possíveis para que fizessem o que tinham que fazer.

Dei todo o depoimento e contei sobre as experiências passadas da Luanna e mostrei todos os prints que tínhamos, tanto de mensagens quanto de fotos e vídeos. Ouvi uns gritos e assustei, perguntei para o policial o que eram, mas ele disse que estavam em um caso em aberto, e fazem três noites que ele não dorme por causa desse caso. Ele me informou que não precisava me preocupar e me advertiu que se eu tivesse namorada, o que tenho, que era para tomar muito cuidado em banheiros públicos ou esquinas escuras. Na hora eu senti meu estômago se remoer e pedi para respirar um pouco. Entreguei o resto, e quando acabei, na minha cabeça só se passava uma coisa: Luanna, Luanna, proteja a Luanna. Quando vi Gabriel gritando e xingando, não acreditei no que vi, vi a Luanna no chão, parecia inconsciente, então gritei por ajuda e os policiais logo vieram nos ajudar e chamaram por ajuda.

-O que aconteceu aqui?! O que aconteceu com a Luanna?! -Eu gritava em plenos pulmões. -Foi ele, foi o Pedro.. Eu vi tudo.. Ele queria força-la a beijar ele, então ela tentou lutar contra, mas quando eu cheguei já era tarde demais, e eu só consegui.. bater. Eu tentei ajudar mas fui horrível.. -Ele estava quase chorando. -Olha, você fez o que achava que era certo, protegeu a Luanna, estou orgulhoso de você, fico feliz que tenha mudado, serei eternamente grato a ti.
Me acompanha? -O chamei até onde os policiais tinham prendido o Pedro. -Leva ele pra sala, eu mesmo vou interrogar ele. -Gabriel diz. Eu o segui e acabamos com ele, enchemos de processo, e agora estava proibido de jogar no Brasil. Não quero nem sair na rua, odeio mídia no meu colo.

Confesso que não consegui dormir direito, abracei a Luanna firme e não soltei, independentemente do Pedro ter beijado ela ou não, eu só queria ela, só conseguia pensar nela. Agradeci a Deus por me ajudar em mais uma, e por ter livrado minha vida de problemas, e por ter cuidado da Luanna por mim. Eu perdi o sono, não conseguia pregar os olhos. O famoso "brilho" dos meus olhos, que a Luanna tanto ama, se tornou rapidamente líquido. Não sei porque chorei, mas só sei que o fiz.

Eu não quero perder a Luanna, ela é só o que importa para mim.

Ttk: gabsxsep

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Fiquei mal escrevendo esse capítulo 😕
Meus protegidos vão ficar bem eu juro 🫶🏻

Bjos e até a próxima ❤️‍🩹

Encontro marcado (Richard Ríos)Onde histórias criam vida. Descubra agora