Capítulo 21

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Pov' Tay

Algumas horas antes.

O barulho do despertador me tirou do meu lindo sonho; nele, braços fortes me protegiam e me aqueciam até eu dormir e, mãos grandes - mas gentis - acariciavam o meu rosto.

- Quem ligou isso? - perguntei pegando meu celular e vendo a mensagem no despertador.

" Deixei toalha e itens de higiene no banheiro. Me desculpe por não ficar"

Me sentei tão depressa que senti minha cabeça girar. Olhei em volta e percebi que estava no quarto de Macau.

- O que eu fiz? - perguntei sabendo exatamente o que eu fiz.

A lembrança dos beijos e do corpo quente sobre mim vieram como um tsunami, um gemido escapou de minha boca e eu apertei os lençóis na tentativa de me acalmar.

- Respire, Tay... Foi apenas uma transa e acabou.

Levantei e segui para o banheiro para tomar um banho rápido antes de descer. Cheguei alguns minutos antes do batizado começar de verdade. Syn me olhou com uma pergunta nos olhos, mas eu apenas disfarcei meu constrangimento com um sorriso. Dao tirou muitas risadas de todos nós durante a cerimônia e encantou a todos com seu jeitinho serelepe.

A tarde foi tranquila e logo a noite chegou. Todos os convidados foram para seus quartos e Syn me colocou em um dos quartos no corredor da família, eu não entendi o porquê mas também não discuti - apesar de não querer ficar perto do Vegas - Me joguei na cama e inspirei o perfume que estava em minhas roupas.

- Eu vou enlouquecer - sussurrei com o rosto no travesseiro, batendo as mãos e os pés como uma criança.

Tomei banho e depois fiquei admirando a vista do jardim gigantesco. Milk e Huncle estavam passeando de mãos dadas entre as flores, e eu não pude deixar de sorrir com aquilo; eles eram tão fofos e Huncle cuidavam tão bem do pequeno gatinho... Era tão ROMANTICO!

- Será que um dia eu vou viver isso também?

O chorinho de Dao chamou minha atenção e eu saí do quarto pra ir ver se Syn precisava de ajuda. Assim que abri a porta dei de cara com Macau, nós ficamos tímidos e por alguma razão nenhuma palavra saia da minha boca.

- Acho que Dao deve estar com cólica - ele falou.

- Hm... Eu... Eu vou ver se Syn precisa de ajuda.

- EU VOU - ele me parou - você pode descansar.

Nós sorrimos e eu senti minhas bochechas esquentarem.

- Porque não vamos juntos? - Macau concordou e caminhamos um ao lado do outro até o quarto.

Syn começou a se desculpar assim que nos viu, mas assim como eu, Macau garantiu que estava tudo bem e pegou o bebê. Eu consegui puxar Syn e Nuer para fora depois que eles viram que Dao estava se acalmando.

- Vocês precisam descansar ou vão ficar doentes.

- Mas... - Syn começou a falar mas Nuer o interrompeu.

- Eles estão certos, meu amor. Você está acordado a dias preocupado com os preparativos do batizado, agora que acabou você precisa descansar. Vamos deixar Macau e Tay brincarem de papai e mamãe.

- O-o que? - eu gaguejei.

- Eu não disse nada - Nuer levantou as mãos - obrigado por cuidar do meu filho, prometo que vou retribuir um dia. Vamos, meu amor? - ele perguntou a Syn e eles seguiram para o quarto deles.

Eu entrei pensando no que Nuer queria dizer com aquilo, mas decidi deixar para pensar depois e fui cuidar de Dao. Macau tinha tanto cuidado com o bebê que eu não consegui deixar de pensar em como seria ter uma família com ele. Depois que Dao dormiu, ele colocou o bebê na cama e deitou ao lado dele, eu estava tão cansado que deitei também, alisando as bochechinhas gordinhas do menor... ate adormecer.

...

Acordei com meu celular tocando e atendi com pressa para não acordar o bebê - me lembrando em seguida que ele não iria acordar, já que adorava dormir com barulho.

- Alô - falei com a voz sonolenta.

- Tay... - Abri os olhos rapidamente para ver o nome na tela; GUN PANISH.

- O que você quer? Você e seu irmão foderem minha vida não foi o suficiente?

- Você pode me ouvir... Por favor...

Levantei da cama e caminhei até a janela.

- Você tem 1 minuto.

- TIW VAI MATAR SEU AMIGO. ELE VAI MATAR MACAU, HOJE!!! NÃO EXISTE MISSÃO, É TUDO UM PLANO DO MEU IRMÃO!

O celular caiu da minha mão e eu demorei para voltar a realidade. Minhas mãos tremiam e meu coração parecia querer saltar de dentro de mim.

- O que você está dizendo? - perguntei quando enfim peguei meu celular.

- Me encontre no local de sempre - ele falou e desligou.

Engoli o choro que ameaçava sair de mim e fui até o quarto de Pete para pedir que ele olhasse Daonuea, depois corri para o quarto de Macau. Abri a porta sem bater e encontrei ele vestido com roupas de combate - colocando a arma na cintura - Só não tropecei em meus pés porque ainda estava com a mão na maçaneta; ele estava tão sexy.

- M-macau...

- O que aconteceu? - ele perguntou preocupado.

- VOCÊ NÃO PODE SAIR!

- O que você está dizendo, Tay? Seja claro!

- Gun me ligou e ele me contou que Tiw voltou para a Tailândia e el...

- Você ainda fala com esse cara? - Percebi o olhar de descrença e decepção quando ele me perguntou aquilo.

- Não é bem assim... Macau, me ouça...

- Obrigado - ele me interrompeu, sem deixar claro o que exatamente ele estava agradecendo e saiu.

Outra vez Macau me deixou sozinho e, outra vez eu senti um vazio em meu peito.

...

Alguns minutos mais tarde.

- Estou aqui, me conte de uma vez onde Tiw está! - falei assim que Gun estacionou a moto em frente ao nosso ponto de encontro.

Ele desceu devagar e veio até mim, parando a poucos centímetros de distância. Engoli o medo que estava sentindo e o encarei; eu precisava saber onde Macau estava e essa era minha única chance. Pensei em pedir ajuda para Vegas, mas eu sei que ele não confia em mim e não iria acreditar em nada do que eu dissesse, então seria uma perca de tempo.

- Como você está? - ele perguntou tentando me tocar e eu me afastei.

- Onde é a maldita missão?

- Tay... Me ouve...

- Gun, você terminou de destruir o que restou da minha vida. Eu confiei em você, eu trai meus amigos por você e você... Você me traiu da pior forma; usando meus sentimentos. Se algum dia você já gostou de mim, mesmo que seja bem pouquinho, me diga onde é essa missão.

- Eu não gosto de você - Gun sussurrou segurando meu rosto - eu te amo. Eu te amo, Tay. Eu estou traindo meu irmão para te provar isso. Por favor, me perdoe, eu nunca quis te enganar.

As palavras de Gun me fizeram hesitar por alguns segundos, mas, eu não conseguia confiar em nada e nem em ninguém e, meus pensamentos estavam focados apenas em salvar Macau. Me afastei e tirei as mãos dele do meu rosto.

- Eu não posso retribuir seus sentimentos, o único motivo para eu estar aqui é porque eu preciso salvar...

- Você precisa salvar o Macau. Você gosta dele, não é?

Eu nunca tinha parado pra pensar o que realmente sentia, mas sabia que nos últimos meses algo havia mudado.

- Me leve até ele - implorei quase sem voz, sem saber como responder aquela pergunta.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora