Meu vizinho.

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Bom, eu possuo um vizinho. Ele é mais velho que eu em alguns anos de diferença, mas não deixava de ser extremamente atraente. Ele tinha longos cabelos castanhos, um corpo definido, braços músculosos, e branquinho. Mas o que fortemente me atraia nele era o seu olhar. Um olhar penetrante, que sempre que eu o via eu podia sentir meu corpo se arrepiar, e minha perna bambear levemente; aquele homem era uma perdicão.
Já eu, tenho fios cacheados, pretos, e que batem nos ombros. Meu corpo não é tão chamativo, porém eu tenho belas curvas na cintura, e um bumbum avantajado medio. Além de ser totalmente desprovida de seios.

Em uma tarde nublada, precisei sair de casa, pois minha mãe havia me pedido para comprar creme de leite, provavelmente o que faltava em mais umas de suas receitas malucas que era sempre fazia em tardes de domingo.

--- Melissa, não se esqueça de por uma blusa de frio! Você tem resfriado, não pode dar mole.--- Disse a mãe, num grito.

--- Não precisa, mãe! Volto já!--- Grito de volta, enquanto fecho o portão de correr.

De fato as tardes estavam frias, mas o que poderia acontecer de mais em uns minutinhos fora, né?!

Alguns minutos depois.

Dou um passo e adentro a vendinha, que estava apenas com algumas pessoas.

Caminho até o corredor, onde costumava haver o creme de leite, e fito uma silhueta de costas, onde parecia ser meu vizinho. De longe, eu não poderia afirmar, mas algo dentro de mim pulsou quando eu me forcei acreditar que era ele.

De imediato, decidi encostar um pouco mais, e fingir que eu estava a procura de mais alguma coisa, quando na verdade tudo que eu queria era que ele virasse a sua frente, e eu pudesse ver aquele belo rosto que me perseguia em meus pensamentos.

Abaixo minha cabeça, e começo a fingir ler rótulos de amaciantes, era a única coisa que estava a minha frente e que eu conseguia ao menos tentar disfarçar.

--- Precisa de alguma ajuda, mocinha?

Me assusto, e olho para cima, vendo que aquilo de fato era o rosto angelical que me perseguia.

---Não! Eu só estava procurando... Creme de leite!--- Minto.

--- Estranho, não? Há um bem em sua mão.--- Sorrio soprado.

Por um momento, olho em minha mão, e vejo que eu realmente estava segurando um.

--- Ah... Que destraida que sou!--- Sorrio sem graça.

--- Quando quiser alguma ajuda que não seja engano, estou aqui.

--- Tudo bem.

Me viro de costas, sentindo minha bochecha esquentar, e um arrependimento pesando em minha consciência.

---Talvez se eu tivesse sido mais confiante, e tivesse mais postura, ele me acharia mais interessante.--- Coisas deste tipo martelam em minha cabeça.

--- No débito ou no crédito?

--- Crédito. --- Digo com meu olhar baixo, e logo dígito minha senha na maquininha.

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⏰ Última atualização: Oct 23 ⏰

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