Incontrolável - SasuSaku

Part 10

Sakura quase derrubou tudo quando se virou para encontrar Sasuke perto da porta, a fúria brilhando nos olhos cor de ônix. Ela ergueu as fotos e o bilhete.

– Eu estava procurando isso.

Ele olhou para os papéis.

– O que esperava encontrar?

– Respostas. Agora sei que Emi sobreviveu ao acidente e que acabou numa cadeira de rodas. Ainda não sei o que aconteceu depois disso e eu preciso saber. Ela preparou-se para fazer a pergunta que não queria calar.

– Você teve alguma coisa a ver com a morte da sua irmã?

Se ele ficou chocado com a pergunta, não demonstrou.

– Sim.

– O que você fez com ela?

Enquanto Sasuke permanecia em silêncio, outra rodada de sinais mentais penetrou o cérebro de Sakura... Emi na cama com os olhos fechados, Sasuke puxando-a para seus braços, as mãos dele no pescoço dela... procurando uma pulsação. E então o gemido de Sasuke, expressando tanta dor que lhe roubou o fôlego.

Uma onda de tristeza envolveu Sakura.

– Emi tirou a própria vida?

Ele andou até a janela e virou-se para encará-la.

– Eu já respondi um interrogatório do investigador de homicídios, Sakura. Não preciso de um seu.

– Eu só quero entender o que aconteceu.

– Minha negligência causou a morte dela. Isso é tudo que você precisa saber.

– Sasuke, você precisa falar sobre isso. Vem carregando essa dor por tanto tempo que está destruindo a si mesmo.

Ele ficou em silêncio por um tempo, então murmurou:

– Certo, eu lhe darei os detalhes. Mas esse não é o tipo de coisa com a qual você já tenha lidado na vida.

– Eu não me importo. Preciso saber.

Ele suspirou, a expressão revelando dor e remorso.

– Emi ficou tetraplégica, paralisada do meio do peito para baixo, com algum movimento da mão direita. Ela podia respirar sozinha, pelo menos por um tempo. – Sasuke começou a andar, enquanto falava: – Um dia antes de ela morrer, eu insisti que ela precisava se mudar para mais perto de um hospital, de modo que pudesse receber cuidados mais intensivos, porque ela estava piorando. Ela não queria ir, mas eu a forcei.

– E depois disso? – perguntou Sakura quando o silêncio se seguiu. – Tsunade cuidava de Emi durante o dia e todas as noites eu lia para ela até ela adormecer. Eu ficava acordado e a observava, para me certificar de que ela estava bem. Mas, naquela noite – ele abaixou a cabeça –, eu estava exausto e peguei no sono. Quando acordei, Emi não estava respirando. Tentei fazer reanimação cardiopulmonar, mas era tarde demais. Sinceramente, acho que ela desistiu.

Solidária à dor dele, Sakura pôs os papéis sobre a cama e posicionou-se atrás de Sasuke.

– Por quanto tempo você cuidou dela?

– Por dois anos. De noite, eu a levava para passear no jardim, de modo que ela pudesse apreciar o ar fresco. Emi gostava de desenhar nessas ocasiões e, embora fosse difícil, ela ainda conseguia fazer o que mais amava. Mas isso não era o bastante. Eu não fiz o bastante para mantê-la lutando.

Sakura discordava. A consideração por Sasuke apenas aumentara por causa do sacrifício dele.

– Não muitas pessoas teriam assumido esse compromisso com alguém, Sasuke. Você achou que estava fazendo a coisa certa. E estava fazendo a coisa certa.