Tamaya
Havia cometido um deslize com Esther, e não era pouco. E apesar de saber de tudo isso e me envergonhar disso, queria que ela só me escutasse. Embora eu não tivesse o direito de exigir isso, queria de coração que ela me ouvisse e olhasse o meu lado de toda a situação.
Ocorreram muitas coisas que me exigiram distância, sei que poderia ter explicado, mas a minha mente estava perturbada e eu não queria que ela se afundasse comigo, odiava deixar as pessoas na merda por minha causa.
Deixei que o ar saísse por minhas narinas, tentando acalmar o mar de emoções que eu era nesse exato momento. O peito sufocado, gritando que ela de verdade pudesse me ouvir.
Tentei me acercar, mas Esther se afastou, o olhar ferido, angustiado, meio aguados. E isso quebrou o meu coração, não gostava de saber que eu estava causando isso nela. Não era nada agradável vê-la triste por culpa minha.
— Não posso ir embora sem você me dar a chance de explicar — fui teimosa, dei mais um passo, me aproximando dela, que estava apoiada na porta — Me ouve, por favor, eu sei que pareceu que fui uma filha da puta com você, mas não foi nada disso!
— Não só pareceu, Tamaya — sorriu, com uma arrogância que me irritou, ficando de braços cruzados — Você foi uma filha da puta comigo!
— Eu não fui, Esther, será que você pode me deixar falar? — o meu coração já estava em desespero, mas não iria sair daqui, antes de me explicar — Tudo tem uma explicação, eu juro.
Algo em seu semblante suavizou, e o pouco que eu conhecia sobre Esther, era que quando ela fazia isso, quando sua face relaxava, era sinal de ceder. E então, eu me arrisquei, me aproximando dela mais um pouco, pousando minha mão, suavemente, em sua cintura, puxando seu corpo ao meu, sentindo o seu perfume que me fodia a mente, me fodia a vida inteira. O cítrico que eu ainda não desvendava, o cravo e canela, fazendo morada entre o curto espaço que existia entre nós, o seu aroma era originalidade.
Esther era o significado de raridade.
— Vou explicar e se você, mesmo assim, quiser que eu vá embora, eu irei, ok?
Ela bufou, abaixando a guarda, meio desanimada. E isso terminou de quebrar a minha alma.
Coloquei meus dedos no seu queixo, subindo o seu olhar ao meu. Meu peito agitado, a barriga fria, mais que o próprio gelo. Estava nervosa, pois, Esther me causava de tudo. Ela podia me desestabilizar em questão de segundos.
— Se você for mentir, Tamaya, eu jur... — coloquei um dedo em sua boca, fazendo-a parar de falar.
— Eu não vou mentir, confia em mim!
— Está difícil, você só... — beijei o seu rosto, calando-a assim, de imediato.
Continuei beijando sua bochecha, fui caminhando até o seu ouvindo, descendo ao seu pescoço, e logo voltei, beijando a pontinha do seu nariz.
— Eu não fui filha da puta de propósito, Esther, eu estava realmente confusa, mas não com você, minha família passou por uma situação delicada, com o meu avô Robert, eu não soube como agir, como me sentir, acabei me afastando de você por não querer te afundar com os meus problemas, minhas mães estavam arrasadas, principalmente Margot, e eu me doei cem por cento por elas, tive que tomar conta da Cineblue por elas, depois cuidei do Robert para ajudá-las, não foi fácil e não está sendo nada fácil, Esther — apoiei minha testa na sua, o coração quebrado, moído por todas as lembranças voltando com tudo — Apesar de estar vivendo algo delicado, você não saia da minha mente, não deixei de pensar em você um minutinho sequer, não parei de desejar você nem por um segundo, você é como uma droga, ou melhor, você é pior que droga, e eu estou ferrada por te querer tanto assim.
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Odiosa fascinação [+18]
RomanceQuando dizem por aí, que o proibido é sempre mais gostoso, muitas vezes não entendemos o que isso quer nos dizer. Mas quando provamos dessa adrenalina, tudo começa a fazer sentido. Tamaya não pretendia provar do perigo, não pretendia porque sabia q...