Capítulo 09

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Amanda foi acordar na manhã do dia seguinte, Reddington e Lavínia dormiam e ela estava completamente chapada por causa da anestesia ainda.
Quando Reddington viu a menina acordada, acordou Lavínia com delicadeza e então eles foram até a menina, que estava sorrindo bobamente.
- Mandy? Você tá bem? - foi a primeira coisa que Lavínia conseguiu falar.
- Tô... Ótima... - Amanda respondeu parecendo bêbada fazendo um ok com sua mão direita e então ela olhou para Reddington e disse com seu semblante de surpresa: - Woow... Alguém prende esse homem por que... Ele acabou de roubar... Meu... Coração... - ela disse completamente bêbada e enrolando a língua para falar.
- Até chapada ela te ama... - Lavínia disse rindo baixinho perto de Reddington.
- Amanda... Você está se sentindo bem? - Reddington perguntou meio preocupado, pois o efeito já era para ter passado.
- Tô bem.... - ela respondeu sorrindo. - Bem chapada... - ela completou e ficou rindo sozinha.
Depois de mais um pouco daquele jeito, a hora que ela encostou novamente, ela dormiu de novo.
Reddington foi até o médico responsável por ela e perguntou sério:
- Doutor, porque minha esposa está agindo e falando como se estivesse completamente chapada?
- Sr. Evans, Amanda passou por uma cirurgia de cinco horas, é normal que ela demore um pouco até voltar ao normal, mas eu te garanto que até de noite, ela estará melhor. - o médico disse sorrindo colocando a mão direita no ombro esquerdo de Reddington e saiu andando.
- E então? - Lavínia perguntou.
- Ele disse que é normal ela ficar assim depois de tanto tempo de cirurgia... - Reddington disse não muito contente. - Disse que até de noite ela estará melhor... - ele olhou para a menina e então, ambos voltaram para o quarto de Amanda e ficaram por lá, até que Reddington teve que sair, para resolver assuntos pendentes.
- Sr. Reddington? - Lavínia foi rápida e se levantou antes que ele pudesse sair.
- Sim? - ele disse parando e encarando a menina.
- Espero que o senhor tome medidas efetivas e decisivas quanto Elizabeth Keen. - ela disse e viu que o homem ficou incomodado por ela ter tocado no nome da mulher. - Porque se não for o senhor à tomar, serei eu com a ajuda de Amanda. - ela disse firme e decisiva e voltou a se sentar na poltrona, onde continuou seus estudos místicos.
Reddington não disse nada, a olhou e saiu do hospital colocando seu chapéu e encontrou Dembe esperando no carro do lado de fora.
- O que houve Raymond? - ele perguntou ao ver o homem sério, beirando a irritação.
- Lavínia me cobrou uma atitude com Elizabeth, pois se eu não o fizer, quem fará será ela, ajudando Amanda. - Reddington respondeu enquanto eles andavam pelo trânsito de Washington.
Os dois se encararam pelo espelho retrovisor em silêncio e em silêncio ficaram por um bom tempo, até que Dembe disse:
- Você sabe que ela não está errada não sabe Raymond? Elizabeth já passou de todos os limites do aceitável... Ela não pode mais continuar assim... - ele disse sério, mas sua voz era calma, como sempre.
Reddington não disse nada, apenas ficou sentado, vendo o movimento pela janela, pensando.

Por volta da hora da janta, Reddington voltou ao hospital para ver Amanda e encontrou ela sentada, conversando com Lavínia, normalmente.
- Que bom que você voltou... - ele disse sorrindo e olhou meio feio para Lavínia que disse:
- Eu te mandei quinhentas mensagens, fui ignorada em todas elas... - ela retrucou na hora.
Ele olhou seu celular e pôde ver realmente várias mensagens da menina.
- O que importa é que eu estou de volta... - Amanda disse interrompendo a tensão dos dois.
- E aparentemente, normal... - ele disse sorrindo, indo para o outro lado da cama da menina.
- Defina normal...? - ela disse rindo debochada, mas sentiu seu ferimento doer e parou, colando a mão em cima.
- Não está mais chapada... - ele disse sorrindo.
- Aaaah não, isso não... - ela disse e todos os três riram.
- Bom, você está bem acompanhada... Eu vou ver como está o Sirius, porque é capaz de estar tocando o terror com o Marvin sozinho os dois... - Lavínia disse sorrindo e indo para a porta.
- Os dois estão sozinhos? Aaaah o Sirius tá deixando o Marvin doidinho, aposto.... - Amanda disse rindo imaginando a cena.
- Pois é... Eu vou lá... Qualquer coisa, só me ligar que eu volto. - ela disse sorrindo, olhando para Reddington significativamente  e saiu.
Houve um minuto de silêncio entre os dois e então, Reddington se sentou na poltrona e disse:
- Sinto muito por isso meu amor...
- Não foi você que atirou... Não precisa se desculpar de nada Raymond... - ela disse fraquinho, segurando a mão dele, que estava sobre a sua.
- Preciso sim... - ele disse e estava sério. - Foi a minha crença nas pessoas erradas que fizeram você chegar até aqui... - ele falou ainda sério, frio, retirando sua mão da dela e a encarando nos olhos.
- Quem estava com os arquivos? - Amanda perguntou, sustentando o olhar de seu marido.
- Kaplan... - ele disse com um suspiro de pesar.
- Oh mulher dura na queda... - Amanda comentou dando uma risadinha baixa. - Ela tinha tudo para continuar do seu lado como sempre e de repente... Virou casaca... Você descobriu o por quê? - ela perguntou encarando ele.
Ele não respondeu e desviou o olhar para suas mãos.
- Você descobriu... - ela disse e tentou se sentar melhor na cama, mas gemeu ao sentir dor.
- Fica quieta aí Mandy... - ele disse preocupado.
- Então me conta... Por que ela fez isso com você depois de tanto tempo? - a menina perguntou brava, estava se sentindo alheia à tudo aquilo. - Eu levei um tiro por você... O mínimo que você me deve é contar o que cazzo você descobriu. - ela disse depois que ele continuou em silêncio. - E se você não vai falar nada, pode sair daqui. Me deixa sozinha. - ela disse e se virou de costas para ele.
Reddington não sabia como dizer o que ele havia descoberto, mas achou prudente não sair do quarto e mandou mensagem para Lavínia, pedindo para ela voltar.
Passados trinta minutos, a menina estava chegando no quarto do hospital e ouviu Amanda dizer ao olhar por cima de seu ombro e ver que Reddington ainda estava lá:
- Não foi embora porque? Saí daqui...
- Eu volto amanhã... - ele disse se levantando ao ver Lavínia na porta.
- Só volta aqui se vai me contar as coisas, se não nem precisa... - Amanda disse se virando e encarando ele nos olhos. Os da menina estavam vermelhos por causa das lágrimas.
Ele a olhou triste e saiu sem dizer mais nada.
Lavinia já entrou no quarto indo abraçar Amanda, que estava chorando, mesmo sentindo dor.
Quando as duas se separaram, Amanda viu que os pontos romperam e ela estava sangrando de novo.
- Aí que inferno, chama o médico Vi... - ela disse com a mão em cima.
- Eeeeh que caralho... - Lavínia disse vendo e correu para pedir ajuda.
O médico chegou, retirou os pontos abertos e fechou ali mesmo, pois só tinham aberto os pontos externos.
- Não posso nem mais chorar agora é isso? - Amanda perguntou irritada.
- Agora pode senhorita... A primeira linha usada era para esperar para ver se estava tudo bem... Procedimento padrão... Agora nem pra se mexer você sentirá muita dor... - o médico disse sorrindo amigável.
- Ótimo. Obrigada doutor. - ela disse ainda séria e então ele saiu.
- Tem alguém com o pé esquerdo mandando hoje aqui hein??? - Lavínia disse. - O que houve?
- O que você acha? O mesmo motivo de sempre...
- Reddington! - as duas disseram juntas.
- Exatamente. - Amanda concluiu secando seu rosto. - Ele não quer me contar o que descobriu... Ele disse que foi a Kaplan, que estava com o meu dossiê, mas não me disse o porque... Você acredita nisso? - ela dizia indignada.
- Você não acha que é porque ele não quer que você sofra com a verdade? - Lavínia tentou arrumar a confusão.
- Se foi a Keen, ou outra pessoa, não me importa... Eu preciso saber... Afinal de contas, somos casados... Somos cúmplices... Porra, eu levei um tiro para salvar ele e é assim que ele me trata??? Ah pelo amor de Deus... - Amanda disse com lágrimas escorrendo e arremessando um copo de água de plástico que estava em cima do móvel perto de sua cabeceira.
Lavínia não falou nada, sabia que a amiga estava certa e que ao mesmo tempo Reddington também estava, pois ele havia lhe contado quem estava com os arquivos e o porque de Kaplan ter se rebelado contra ele e a amiga, mas Reddington a fez prometer que não contaria nada, que seria ele à contar.
Na hora do almoço, Lavínia foi até a lanchonete comer alguma coisa enquanto Amanda comia a sua refeição.
Enquanto Lavínia comia seu lanche, Amanda não estava com fome, deixando sua bandeja de comida ao lado de sua cama e ficava pensando no motivo de Reddington não ter contado quem havia mandado Kaplan entregar os arquivos para Keen, para esta entregar à McMahon, quando em um momento de reflexão, ela fechou os olhos e dois minutos depois, sentiu mãos enormes lhe sufocando, apertando seu pescoço.
Ela abriu os olhos assustada e viu um homem com máscara de esqui preta, encarando ela. Amanda tentou tirar ele de cima dela, mas ela ainda estava muito fraca e não conseguiu, apenas ficou batendo tentando achar um ponto fraco do cara, mas nada estava funcionando.
Então ela foi perdendo a consciência e não conseguindo respirar e quando sua visão já estava embaçada, ela sentiu as mãos afrouxarem seu pescoço e com dificuldade, viu Lavínia acertando o homem com várias estocada de seu punhal em lugares vitais, fazendo o homem cair morto no chão.
- Minha nossa senhora dos agentes secretos... Você está bem? - Lavínia disse correndo para o lado de Amanda que tossia e puxava o ar com certa dificuldade.
- Tenho... Que... Sair... Daqui... - Amanda disse fraco.
- Já estou ligando para o Chefe... - Lavínia disse com o celular na orelha. - Reddington? Não, não tá nada bem... Um homem acabou de tentar matar a Amanda e quase conseguiu. - ela se calou e ouviu o homem. - Eu tava comendo ora essas, você quer o que? - ela retrucou irritada. - Aí tá bom Reddington, estamos aqui te esperando. - e com isso e uma bufada de impaciência ela desligou e disse se virando para a amiga: - Ele é sempre tão neurótico assim?
- Sempre... - Amanda disse ainda fraquinho e riu. - Não tenho roupa para sair... - e a menina apontou para a camisola do hospital.
- Eh merda... - Lavinia falou e esquadrinhando o quarto, viu seu casaco e disse: - Veste isso aqui.
E ajudando Amanda a se desconectar dos aparelhos, Lavínia vestiu o casaco na amiga, que mal se mantinha de pé por causa da dor e do quase sufocamento.
- O Todo Poderoso vai surtar quando ver seu pescoço... - Lavínia disse notando as marcas dos dedos do homem no pescoço de Amanda.
- Tá ruim assim? - Amanda perguntou levantando a gola do casaco é jogando os cabelos para disfarçar.
- Tá péssimo amiga... - Lavínia falou a verdade.
- Seu cretino... - Amanda disse e jogou novamente a caneca de plástico, mas dessa vez em cima do corpo do homem morto.
- Ah, bem lembrado, deixa eu botar o presunto no banheiro... - Lavínia disse rindo e correu para colocar o homem lá dentro.
Foi ela sair, que Reddington e Dembe entraram no quarto.
Ele olhou tenso, preocupado e irritado para as duas e então foi para Amanda dizendo:
- Sei que você consegue andar, mas temos que sair rápido daqui e pelas escadas. Então vem logo. - e com isso e sem dar tempo de Amanda dizer alguma coisa, ele a pegou no colo e todos saíram correndo do quarto, indo pelas escadas de emergência.
- Posso perguntar o que está acontecendo? - Lavínia perguntou correndo atrás dele.
- Uma armadilha. O hospital está praticamente cercado. - ele respondeu sério.
- Tudo isso para me matar? - Amanda disse um pouco melhor do que antes.
- Aparentemente. - ele disse preocupado ao ouvir a voz da menina, mas continuou descendo as escadas o mais rápido que conseguia.
Quando eles saíram para o estacionamento, Dembe abriu a porta e Reddington entrou com Amanda, colocando em um banco e Lavínia entrou ao lado de Dembe e então eles foram saindo.
Amanda estava se arrumando devagar no banco por causa da dor e então, quando eles estavam passando pela frente da porta principal do hospital, a menina teve a visão que a fez parar de respirar e sentir seu coração perdendo um compasso.
- Katarina. Ela está viva. - ela disse totalmente atônita, desesperada e olhou para Reddington, que a olhava igualmente assustado e tenso e então, Amanda desmaiou.
- Dembe, dirija como se estivéssemos sendo seguidos, pois eu acho que podemos estar. - Reddington disse enquanto tentava reanimar Amanda, que estava caída em seu colo.
- Katarina? Sério? - Lavínia disse controlando a sua raiva, mesmo sabendo que havia a possibilidade segundo Reddington.
- É possível. - ele disse sem obter sucesso em acordar a menina desmaiada.
- Amanda vai surtar de vez... - Lavínia disse e olhou para a frente, sabia que Amanda estava bem, podia sentir.
Depois de alguns minutos rodando pelas ruas, Dembe entrou sorrateiramente no estacionamento do prédio onde eles estavam e então saíram do carro, com Reddington carregando uma Amanda ainda desmaiada.
- Ela está bem, eu posso sentir... - Lavínia disse ao olhar para um Reddington preocupado.
- O que é isso aqui? - Reddington disse enquanto eles entravam por um corredor subterrâneo e reparou nas marcas arroxeadas no pescoço da menina.
- Aquele probleminha no hospital que te falei... - Lavínia disse logo atrás.
Reddington não respondeu, ele apenas guardou para o próximo coitado que tentasse matar ele ou qualquer outra pessoa importante para ele e Lavínia teve dó do coitado.

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