Sobrevivência indesejada, parte 2

237 37 5
                                    

***

(aviso, esta parte da história contém material muito sensível que pode provocar alguns leitores.)

Ao acordar, senti o calor do couro sob minha pele. Eu pulei, pensando que era Bill, mas era apenas um sofá velho. Olhei em volta e vi uma janela. Pela janela, vi Bill, Tom, Gustav e Georg bebendo cerveja e jogando pôquer. Rolei para fora do sofá com um baque silencioso, não querendo ser vista. Katie não estava aqui, e eu não tinha ideia de onde era aqui. Eu os ouvi gritar, Gustav parecendo vitorioso.

Olhei em volta e não havia nada. Era uma sala de cimento com uma janela, um sofá, um tapete e uma pequena caixa de TV. Levantei-me e corri para o canto, sem saber que horas eram, quanto tempo estava fora ou o que ia fazer. Tudo que eu sabia era que estava festejando, e alguém trabalhando para Bill me drogou. Olhei para trás e na parede havia uma foto deles, com as palavras "Tokio Hotel" rabiscadas no fundo, com armas e fazendo alguma pose pateta. Eu quase ri.

As risadas pararam e a porta de metal se abriu. Eu estava de pé, então a porta se abriu de frente para o meu corpo, ficando escondida de quem estava entrando. Eu vi os familiares dreadlocks preto e branco e espontaneamente chutei a parte de trás do joelho para fazê-lo cair.

"Porra!" ele grunhiu quando caiu no chão, olhando para mim com raiva.

Saí correndo da sala, olhando para um calendário. Foi rotulado como '2 de junho de 2010'. A data era 29 de maio quando eu estava na festa, o que significa que estive fora por vários dias. Essas são algumas drogas retorcidas. Enquanto estava distraída, fui jogada contra a parede mais próxima com um estalo alto da minha mandíbula batendo no cimento.

"Você é uma cadela mal-humorada, sabia disso?" Bill rosnou enquanto usava seus antebraços me prendendo ainda mais forte.

"Vou continuar ficando malvado até que você se comporte, porra." Ele sussurrou. Ele enviou arrepios do topo da minha espinha até os meus tornozelos.

Ele me virou, meu rosto em uma de suas mãos, o punho cerrado na outra.

"Você é um pouco marica, Bill." Eu gritei enquanto o empurrava para longe de mim, fazendo-o bater em uma rachadura na parede de cimento. Ele riu de pura dor, segurando o punho, olhando para os nós dos dedos que já estavam inchados.

"Por que você está resistindo, Angie?" Ele se aproximou.

"Nunca me chame assim, sua puta inútil." eu cuspi.

Ele parou no meio do caminho, compreendendo o que eu acabara de dizer.

"Você tem coragem de dizer isso para mim. Você sabe quem eu sou? DO QUE EU SOU CAPAZ?" Ele gritou na minha cara enquanto agarrava meu cabelo, me forçando para baixo.

"Você é um pedaço de MERDA triste, Bill." Eu gritei de volta. "Você sabe quem eu sou, do que sou capaz?"

Ele me olhou intrigado, enquanto eu sorria. Peguei meu punho e dei um golpe em sua virilha o mais forte que pude. Ele gemeu de dor, mas não me soltou de seu aperto forte, fazendo meu couro cabeludo partir. Ele deu uma joelhada no meu queixo.

Isso me derrubou, enquanto eu gritava de dor. Ele agarrou meus tornozelos e me arrastou pelo corredor enquanto eu gritava.

"PARE BILL, PARE!" Eu gritei. Eu estava agarrando as pernas das mesas, quebrando vidros. Peguei um pedaço e cortei a mão dele fazendo com que ele o soltasse.

"Eu vou bater em você, porra, até que você não consiga mais sentir nada." Eu não poderia me importar menos. Eu apenas corri na direção oposta, ouvindo um grito feminino familiar atrás de mim. Eu me virei.

"Eu vi você com Katie, eu sei que você se importa com ela. Que tal eu transar com ela aqui mesmo? Fazer você ASSISTIR PORRA." Eu ouvi a excitação em sua voz, e isso me enojou. Ele segurou o pedaço de vidro para a artéria carótida em seu pescoço, enquanto ele tocava violentamente em seus seios. Ela estava chorando e sabia que não podia fazer nada.

"Bill..." eu sussurrei em choque total.

"Eu sabia que isso resolveria. Apenas venha aqui, e eu vou deixar a vagabunda ir." Sua voz me quebrou, suas lágrimas e ressentimento me quebrando ainda mais.

Ela balançou a cabeça, me dizendo para não fazer isso. Eu me importava demais com ela, não ia deixá-la. Eu me virei e vi Tom encostado na saída, desviando o olhar.

"Você me dá nojo." Eu murmurei enquanto me aproximava cada vez mais.

Ele sorriu, animado. Deixei as lágrimas caírem dos meus olhos quando ele empurrou Katie para o chão, e eu em seu abraço ameaçador. Ele me arrastou para o quarto mais próximo e me empurrou para a pequena cama, pairando sobre mim.

"Isso é o que acontece quando você se comporta mal. Eu te avisei, você não ouviu." Ele disse em meu ouvido, suas mãos traçaram-se até a bainha do meu jeans, segurando meu osso do quadril.

"Não faça isso Bill, por favor." Eu solucei, lutando e me contorcendo debaixo dele. Eu com certeza não queria Stacy, por que eu iria querer que ele me tocasse?

*(Ponto de vista do Bill)*

Ela estava chorando, eram as lágrimas que eu queria, lágrimas de medo real. Eu sabia que seria a primeira vez dela, o que me fez querer mais. Eu sabia que ela não queria, e é por isso que eu estava fazendo isso. Sua maquiagem estava borrada de tanto dormir e chorar. Ela me olhou nos olhos com medo, dizendo algo. Eu não conseguia nem ouvi-la através do meu próprio pulso. Eu bati meus lábios nos dela, ela congelou sem fazer nada. Peguei o pedaço de vidro e o segurei contra seu pulso.

"Me beije de volta." Eu sussurrei em sua boca.

Ela soltou um grito quebrado quando deslizei minha mão para baixo de sua calça, através de sua calcinha.

"Por favor, não." Ela chorou.

Ela sabia que eu iria estuprá-la.

***

Satan Reincarnate [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora