Capítulo 5

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Me despedi naquela manhã de Mor e Amren, deixei envelopes de cartas para elas, falando tudo que queria poder dizer de acordo com meu ponto de vista da minha leitura. Pedi para que levassem minhas cartas para Nestha e Elain, já que não tive oportunidade de conhecê-las. Az, Cass e Rhys me levaram para o topo da montanha.

No momento, estar frio e o gelo daquele lugar me fazia arrepiar. Agradecia por estar com vestes de couro illyriano e escorrego um pouco para me manter firme no chão e os três rapazes começam a jogar neve para o lado abrindo diversos buracos. Mas algo me chama atenção, algo que estava refletindo a luz do fraco sol escondido pelas nuvens. "HEY" grito para eles e aponto, era o Oroboro, ele estava caído na neve refletindo a luz numa parte do chão. Os rapazes correram e começaram a desenterrar a neve.

Um som metálico quebrou o nosso momento nos fazendo encararmos uns aos outros, lá estava o corpo de Feyre, enterrado há tanto tempo. Vejo Rhysand se enrijecer e cair ao chão. Ele sentia pela morte de sua amada, pela sua parceira e eu era apenas um erro, um presente do caldeirão. E sim, eu era parecida com Feyre Archeon, seu corpo parecia intacto, era para ter apodrecido como qualquer corpo humano, mas ao piscar percebo que eram apenas ossos. O espelho estava refletindo Feyre. Eu queria pedir para que ela voltasse e sentisse o amor de verdade, vivesse sua vida certo. Que esta realidade fosse a que eu conheci nos livros.

Uma explosão fez o espelho rachar e quando olhei ele estava se formando em água, era meu momento.

— Chegou a hora, Aislin. O espelho abriu o portal. — Az falou para mim, Cass segurava a pá e via Rhysand meio desorientado pelo caixão de sua parceira aberta. Ando até Rhys e toco em seu ombro, seus olhos assim que me encontram parecem brilhar.

— Obrigado. Obrigado por ser meu presente Aislin. — Ele diz agora de pé a mim.

— Obrigada por me salvar Rhys. — Ele me abraça, mas sei o que está fazendo. Ele estava apagando minhas memórias, era doloroso como todos aqueles dias começavam a sumir e um vazio tomava conta de uma parte da minha lembrança, mas sinto seus lábios uma última vez aos meus e a escuridão tomar minha visão.

Estou sendo puxada por uma mão, vejo o rosto de minha mãe preocupado. Estava caída no chão e quando olho para frente percebo que estou no meio da biblioteca da casa de minha avó, não entendia o que havia ocorrido, como cair na biblioteca, a quanto tempo havia ficado desacordada.

Abraço minha mãe e apenas sinto uma necessidade de escrever. Escrever uma nova história, escrever um novo romance. Então simplesmente me agarro aquela sensação, ao seu abraço na minha vida real.

Dois anos depois

Estou na livraria da minha cidade, uma fila enorme tomava conta do espaço e mal dava para esconder meu entusiasmo em saber que todas aquelas pessoas estavam animadas para que eu autografasse meu livro. Selfies, assinaturas em páginas, era tudo que faço neste momento.

Levanto minha cabeça para o próximo da fila e um homem com curtos cabelos pretos e os olhos tão azuis e profundos a chegar um lilás cintilantes se aproxima. Sinto como se já tivesse o visto antes, talvez um deja-vú.

— Aí está você, estava a sua procura. — Ele era o homem mais bonito que já havia visto.

— Estranho. — Falo, ele se aproxima sorrindo com o livro em mãos — Já te vi em algum lugar?

— Deja-vú? — Ele pergunta. Sua voz era naturalmente sensual. Confirmo com a cabeça rindo enquanto escrevia meu nome na página em branco — Acontece às vezes.

— Gostou do livro?

— Gostei muito da cidade que descreveu, me senti em casa. — Suas mãos tocam as minhas quando entrego o livro. A tatuagem de montanha parecia se espetar com seu toque. E como se a noite tivesse tomado conta do lugar eu sabia quem ele era. E depois de tanto tempo, me senti em casa. 


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