Capítulo 28

443 41 42
                                    

Pov' Tay 

Alguns meses depois...

O clima em Bariloche era bem diferente do clima de Bangkok, mas eu adorava. Eu estava sentado na porta de casa, onde o vento frio passava por mim fazendo cocegas em meu nariz, me dando uma leve vontade de espirrar, mas nunca acontecia. Peguei minhas luvas brancas e coloquei apressadamente, pois logo o velhinho que vendia doces passaria para entregar as encomendas do dia anterior.

Ramon era um senhorzinho de quase oitenta anos, mas ele andava de bicicleta vendendo doces fizesse frio ou frio (risos). Sua esposa - Moli - era quem preparava as maravilhas que eu já estava viciado, e ela tinha quase a idade do sr. Ramon, mas não tinha preguiça de cozinhar e preparava as melhores comidas e sobremesas do mundo.

— Buenooooos Díaaaas — pulei os degraus da escada da casa e logo o Sr. Ramon me abraçou, como um avó com seu netinho pequeno — Como o senhor esta essa manhã?

— Estou bem, meu filho, e você?

— Estou melhor agora que vou comer os doces da Sra. Moli. E por falar nisso... como ela esta?

— Minha amada esta um pouco cansada...

— Oh não! Vou visita-la mais tarde.

— Ela vai adorar, mas antes... — ele retirou uma garrafa térmica da bolsa — ela preparou o chocolate quente que você adora, disse que se você ficar sem vai ficar muito magrinho.

— Mas eu realmente preciso emagrecer, Sr. Ramon — apertei minhas bochechas — veja como estão gordinhas.

— Steve não disse nada disso — ele falou de um vizinho que sempre era muito legal comigo — pelo contrario, ele disse que nunca viu alguém tão bonito como você!

Fiquei um pouco envergonhado, e peguei o dinheiro em meu bolso para pagar, para poder desviar o foco da conversa.

— Oh não, esse é uma cortesia — ele se aproximou — foi o Steve bonitão que mandou.

Olhei para casa do lado e vi Steve na porta. Ele me deu um 'tchau com a mão e eu retribui, com um obrigado sem som, Steve apenas sorriu e voltou para dentro.

— Bem, preciso entregar mais encomendas — ele tirou uma sacolinha da bolsa e colocou em minha mão — a sua esta toda ai, pode pagar diretamente para minha preciosa quando você for vê-la.

— Obrigado, Sr. Ramon — dei um beijo em sua bochecha flácida, mas não menos fofinha — Boas vendas.

Segui para dentro e arranquei todas as blusas que usava, deixando apenas uma regata, pois o aquecedor estava ligado. Sentei no meu sofá cor de creme e joguei as pernas para cima, para depois ligar a Tv e assistir um filme enquanto tomava meu chocolate quente.

O filme era muito engraçado, o que me rendeu boas risadas, mas logo eu adormeci. Quando acordei já estava de noite, e uma leve batida fez eu me assustar. Abri e vi a sra. Moli parada na porta, com uma pequena cesta nas mãos.

— Por que esta tão assustado, querido? — Moli perguntou docemente.

— Eu... Bem... — na verdade eu não sabia o porque de ficar tão assustado — eu estava dormindo — falei envergonhado.

— Oh, me perdoe...

— Esta tudo bem — me apressei em acalma-la — eu que peço desculpas por não ter ido lá mais cedo. Entre, por favor.

A sra. Moli entrou e se acomodou em sua cadeira favorita. Sim, ela tinha uma cadeira favorita em minha casa, assim como eu tinha na dela.

— Pequeno Tay... Você tem irmãos?

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora