Dia do Papai Morcego

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O sol entrou nos quartos da Mansão Wayne. Isso alegrou os quatro garotos que desciam as escadas correndo — dias de sol não eram comuns para Gotham, então aquela luz brilhante entrando na casa os deixou felizes porque melhoraria o dia.

Eles correram para cozinha, parando um pouco antes de entrar para evitar uma bronca de Alfred.

— Bom dia senhores — o mordomo cumprimentou com sua tradicional voz educada com sotaque britânico pouco evidente.

Os garotos cumprimentaram, cada um de um jeito, o quase avô. Alfred estranhou, no entanto, a forma que eles estavam agindo aquela manhã: com cortesia exagerada, quase sorriam com os olhos e não expressaram em nenhum momento discussões entre si. Eles estavam quietos e educados, como quando iam as galas do pai.

— Alguma coisa aconteceu, senhores? — o mordomo interviu no ambiente acomodado, era bom vê-los assim, mas parecia tão falso e Alfred não gostava.

Nada — o mais velho dos irmãos respondeu, estalando a língua no céu da boca.

Os olhos do mordomo se estreitaram, enquanto observava os garotos continuaram a devorar seus ovos mexidos e pão com manteiga. Alfred os conhecia a tempo suficiente para saber que aquela serenidade significa que eles estavam planejando algo, especial ou bagunceiro, por isso era melhor ir checar sua agenda e ver o que estava organizado para aquele dia — pela primeira vez isso se apagou de sua mente, ele não lembrava-se o que tinha naquele dia. Deixando os garotos por um momento sozinhos na cozinha, seguiu escada acima para seu quarto.

Quando desceu já sabendo o que teria, tentou esconder sua felicidade em saber que seus "netos" estavam preparando algo juntos.

— Acredito que seja hora do Mestre Tim e Mestre Damian irem se arrumar para escola, sim? — retirando os pratos vazios para lavar, sorriu quando se virou para a pia.

Ele não viu os garotos mais jovens assentirem, mas sabia que eles tinham quando escutou os passos leves se direcionarem para fora do cômodo. Ele olhou os dois mais velhos conversarem baixo sobre algo, quando ele chegou perto para deixar a xícara de chá de Jason em frente a ele o assunto mudou para a faculdade. Richard, o mais velho dos irmãos chamado de Dick por todos, já estava com seus dezoito anos, pensando na faculdade e em sua futura carreira.

— Conseguiu alguma coisa sobre o trabalho em Detroit? — Jason perguntou mexendo o açúcar dentro de seu chá de camomila. Dick estava tentando um trabalho na delegacia de Detroit, ele sempre gostou de ser detetive; ajudar as pessoas o dava alegria, ele gostava, principalmente quando se tratava de crianças.

— Eles ainda estão analisando, ficaram de me dar uma resposta — os olhos azuis se reviraram por um instante. — A moça da recepção me enviou um e-mail dizendo que — ele parou por um momento, se preparando para tentar uma imitação de voz feminina, começando novamente com a voz afinada — “Em decorrência de uma observação em seus dados, descobrimos a insuficiência de sua idade. Tendo chegado a maioridade a muito pouco tempo — é claro, estando claro que os 18 anos são o marco da maioridade apenas dizendo, pois legalmente para praticar de inúmeras coisas é apenas aos 21 —, teremos que reavaliar algumas coisas. Veremos se seu currículo garante o emprego.” — ele bufou, voltando sua voz ao habitual.— E esse tipo de coisa ridícula.

Jason revirou os olhos, compartilhando do desgosto do irmão mais velho. Ele tinha quinze anos, atualmente, e já pensava no futuro e como seria ter que enfrentar aquilo — e ele ainda queria garantir um emprego bom com dezesseis.

— Tente em Bludhaven, então, eles não param de deixar mensagens e ligações para você, de qualquer forma — sorriu. — E eles não ligam muito para idade, aceitam até com dezessete dependendo do histórico — ele balbiricou o último gole do chá da xícara, alcançando para Alfred.

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